Publicidade

RH

Crônica

A cidade que eu sou

A cidade que eu sou não depende do que vai acontecer nas eleições; está bem representada por atitudes que não envolvem escândalos, corrupções, bajulações em troca de cargos e favorecimentos de poder

Colunistas  –  29/10/2016 12:01

5614

(Foto Ilustrativa)

Você conhece bem a cidade que você mora?

 

Comecei com pequenas colonizações de pensamentos. Como eram pensamentos bons e frutíferos, logo começaram a chegar outros rebanhos, atraídos pela boa hospitalidade do local. Terra fértil, clima tropical com períodos de brainstorms propícios para a boa colheita atemporal. (Cheguei antes de Pero Vaz de Caminha, dá pra perceber pela narrativa).

Ao longo do tempo, a transformação inevitável ocorrera. A densidade populacional estava aumentando e a pequena vila tornou-se um distrito da capital do Eu.

Eu fazia total assistência administrativa a esta localização geográfica que em breve entraria no mapa oficial. Claro que, com o sucesso iminente, gostaria que a localizassem num ponto estratégico de vista.

Urbanizei os limites de área, por exemplo: O bairro Compreensão da Linguagem é vizinho com o bairro Visão. Para chegar ao entendimento do que interpretamos é preciso passar primeiro pelo campo do que vemos. Mais ao norte, o mesmo bairro Compreensão da Linguagem faz divisa com outro lugar aprazível, que é o bairro Sensação. Quem mora lá, cuida muito bem de suas ruas e praças, permanecendo sempre limpas e distintas.

Ultimamente dois bairros da minha cidade que eu sou tem trazido algumas preocupações: O Hemisfério Direito tem um posicionamento político partidário e ideológico baseado no conservadorismo de defesa dos direitos individuais (às vezes eu queria ter uma maquininha ou um Google street view pra voltar no tempo e assistir lá na era da Revolução Francesa a turma iluminista sentada à direita do presidente da Assembleia enquanto elaboravam as leis), e lá mesmo nessa época eu também veria, sentados à esquerda, os grupos que queriam a revolução, exatamente como estão moradores do meu bairro Hemisfério Esquerdo. É um conflito pacífico, pois o Senhor Tempo ajudou-me neste governo oferecendo o apoio do Ministro do Discernimento para questões externas.

A cidade que eu sou não depende do que vai acontecer nas eleições em Volta Redonda. A cidade que eu sou está bem representada por atitudes que não envolvem escândalos, corrupções, bajulações em troca de cargos e favorecimentos de poder, homicídios em forma de roubos e peculatos descarados.

Gosto de morar aqui e, quando resolvo, abro os portões de minha tão preservada Shangri-la, recebo algumas visitas interessantes e todos saem satisfeitos com uma boa impressão do que conheceram.

Você conhece bem a cidade que você mora?

Por Elisa Carvalho  –  elisacarvalho.br@gmail.com

1 Comentário

×

×

×

  • Alcione Gonçalves

    Estamos na era do Conhecimento, do pensar e do refletir, portanto, não mais nos cabe olhar apenas para o nosso prato de comida, mas sim no jantar que será servido para todos.
    Somos Um, somos muitos, podemos mais, podemos tudo.
    Taí o resultado de grandes mudanças que estão por vir. Ela começou agora.Viva!
    Show Elisa Carvalho!