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River

Para ser assistida, entendida e contemplada

Com roteiro irrepreensível, primeira temporada tem apenas seis episódios

Colunistas  –  30/09/2016 18:11

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(Foto: Divulgação)

Nota 10: John River é interpretado de maneira genial pelo ator sueco Stellan Skarsgard 

O destaque da coluna fica por conta de “River”. Pense numa série incrível, daquelas que você começa a assistir e não consegue dar pausa? E aí você vai de um episódio para o outro sem sentir? Quando se dá conta assistiu toda a temporada? E ainda quer mais? Essa série é “River”. Caro leitor, há muito tempo não me encantava no nível 10, mas “River” me trouxe esse encantamento de volta. Alguns definem a produção britânica como série, outros como minissérie. Seja como for, estou torcendo pela renovação. 

A primeira temporada tem apenas seis episódios, produzidos pela Kudos Film & Television, com a direção de Richard Laxton. São poucos episódios, atendendo àquele formato diferente dos EUA. A TV americana produz séries e minisséries com temporadas maiores. Algumas têm diferencial também na duração dos episódios. Os seis episódios de “River” têm em média 58 minutos e a estreia aconteceu em 13 de outubro de 2015 no canal BBC1 da Inglaterra. Tem quem goste de séries curtas com poucas temporadas. Eu estou fora desse time. Acho que “River” merecia mais episódios e tenho dito. 

Um detetive esquizofrênico 

Criada por Abi Morgan, que assina “The hour”, outra produção britânica curta e excelente, “River” traz a vida profissional e pessoal extremamente complicada de John River, um detetive nada mais nada menos que esquizofrênico. Excentricidades, manias, tiques, poderes incomuns e raros: pegue tudo o que você já viu por aí em séries policiais e esqueça. Nada se compara ao mundo de River. John River é interpretado de maneira genial pelo sueco Stellan Skarsgård. Aos 64 anos, ele tem em seu currículo filmes como “Gênio indomável”, “Mamma mia!”, trilogia “Millennium”, “Os Vingadores” e “Thor”, entre outros. O ator sempre diz que gosta de “estar em todos os lugares”. O ator sueco é o favorito de Lars von Trier e considerado um dos melhores do mundo. Se você assistir “River” vai entender porque. A grandiosidade de sua atuação emociona, tamanha a verdade que se sente em cada cena.

A série entrou no catálogo do Netflix em 10 de junho deste ano e está sendo apontada pela crítica como a melhor do site de streaming. Uma coisa é certa: não é uma série para quem tem menos de 30 de anos.

Diferente de tudo que você já viu 

Em “River” nos deparamos com um homem atormentado, apaixonado, solitário e obcecado por seu trabalho, com um gosto musical ímpar. A única semelhança com as outras séries que trazem policiais politicamente incorretos é o fato de que sua inteligência sempre o coloca em risco de perder o emprego. Sabe aquela coisa de agir sem permissão, desrespeitar regras e se lixar para superiores? É bem assim, mas completamente diferente do que você já viu.

John River é um homem sensível que mantém uma relação sui generis com a solidão. Até porque vive e convive com uma solidão acompanhada e compartilhada por seus fantasmas. Ele não só os vê, como fala e interage de várias formas. O ponto principal da trama é seu envolvimento com Jackie Stevenson, Stevie para os mais íntimos. Nicola Walker é responsável pela segunda personagem apaixonante da série. Parceira de John, Stevie já começa a história morta. Isso mesmo. A trama gira em torno da investigação de seu assassinato e da deterioração mental do personagem principal, em sua luta para desvendar o crime. 

Mente atormentada e genial 

Mas o fato de Stevie estar morta é apenas um detalhe, pois a parceria e envolvimento pessoal dela com John durante toda a temporada é o prato principal. E ele convive com ela de forma tão natural, que nem de longe você o imagina louco por isso. Lembra que ele fala e interage com seus fantasmas? Pois é. É tudo fruto de sua mente atormentada e genial. E sua parcela de insanidade não consegue abalar a qualidade de seu trabalho como detetive. Outro ponto que apaixona é a trilha sonora que ajuda a desenhar John e Stevie. 

Dentro de um roteiro irrepreensível, “River” é para ser assistida, entendida e contemplada. É uma das melhores que assisti desde que me reconheci como aficionada por séries. Até a próxima! 

> Clique & Confira (página da BBC 1 em inglês)

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