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Marcella

Cansativa e com poucos ingredientes interessantes

Drama policial tem personagens sem graça, até vazios; mesmo assim, já foi renovada para a segunda temporada e é sucesso no Reino Unido com audiência lá em cima

Colunistas  –  07/01/2017 10:31

Publicada: 29/11/2016 (12:38:15) . Atualizada: 07/01/2017 (10:31:39)

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(Foto: Divulgação)

Anna Friel não tem carisma e exagera na composição da personagem, causando antipatia excessiva

O que mais temos atualmente nas séries do gênero drama policial são figuras politicamente incorretas (em prol do bem) e extremamente problemáticas. As produções europeias, britânicas principalmente, trabalham esse arquétipo e quase sempre acertam na construção do personagem. É claro que a escolha do ator ou atriz é fundamental para esse acerto. Tipos como John Luther (Idris Elba/“Luther”), John River (Stellan Skarsgård/“River”), Tom Mathias (Richard Harrington/“Hinterland”), Kurt Wallander (Kenneth Branagh/“Wallander”) são os que me ocorrem de primeira, que assisti este ano. Mas a coluna desta semana é dedicada a uma personagem que segundo a crítica, no que diz respeito a ser complicada, está perto de dar um banho na maioria. Vamos falar de Marcella. A série estreou em abril deste ano e tem oito episódios.

“Marcella” é uma série sueco-dinamarquesa da ITV britânica, exibida pelo Netflix, desde julho. Alguns críticos afirmam que poucos policiais da ficção são tão psicologicamente desordenados e difíceis quanto ela. Pessoalmente voto em River e Luther. Fico me perguntando se a personagem é realmente complicada ou extremamente exagerada. Em "Marcella", a ex-policial Marcella Backland (Anna Friel) é abandonada pelo marido e volta a trabalhar na polícia, para reabrir um caso a que se dedicou há anos, antes da aposentadoria temporária. Dez anos afastada de tudo para cuidar dos filhos, ela tem que se recolocar e mostrar sua competência. No enredo, um serial killer está à solta, com método idêntico ao do passado, mas o novo chefe de Marcella tem ideias muito diferentes das dela sobre os rumos da investigação.

Aliado a isso, a protagonista ainda tem que conviver com o constrangimento pessoal e profissional em relação ao caso do ex-marido com uma colega de trabalho, que também se complica no decorrer da história. Até aí nada de diferente? Pois bem. A heroína, para dar um toque de mestre na história, tem ataques de fúria e lapsos de memória em que eu, você e até ela mesma ficamos no vácuo, sem saber o que realmente aconteceu. Os rumos da trama são bem intrigantes. De repente o espectador fica numa dúvida cruel e chega a se perguntar se ela não é vilã na história.

Subtramas que confundem e somem do mapa 

Se por um lado tem alguns ingredientes (poucos) interessantes para despertar a atenção dos fãs do gênero, por outro temos personagens sem graça, diria até vazios. Mesmo com uma trama pra lá de detalhada e detalhista, ainda assim, os que estão à volta de Marcella são bem fracos. E um ponto que tem se repetido em algumas séries dessa linha, que incomoda muito, são as subtramas que confundem e somem do mapa sem desfecho. É tanta informação que cansa quem está acompanhando e quer ver o fechamento do que está sendo apresentado.

Mas a cereja do bolo é a atriz Anna Friel. Não tem carisma e exagera na composição da personagem a ponto de causar antipatia excessiva. Se Anna é boa atriz ou não, a verdade é que o pacote da obra não é satisfatório. Lá no início da coluna eu disse que a escolha do ator ou atriz é fundamental. E no caso de “Marcella” os criadores e produtores não foram felizes em optar por Anna Friel. Já vi personagens detestáveis conquistarem o público de maneira arrebatadora. Pode ter certeza que este - Marcella - não é o caso. Não passei do terceiro episódio.

Criada por Hans Rosenfeldt em parceria com Nicola Larder, a série é uma produção da Buccaneer Media, empresa parceira da Cineflix Media do Canadá. Hans Rosenfeldt é também criador de outra série que considero chata: “The Bridge”.

“Marcella” já foi renovada para a segunda temporada e é sucesso no Reino Unido com audiência lá em cima. Até a próxima!

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