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Literatura & Cia.

Jean Carlos Gomes

poearteditora@gmail.com

Um Instante de Sonho e Esperança

Carlos Brunno e a poesia viajante

Poeta várias vezes premiado no Brasil e exterior faz da sua arte um liquidificador de sentimentos, prosa louca flertando com a prosa realista do dia a dia

Colunistas  –  21/03/2018 18:57

(Fotos: Divulgação)

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“Trilhar uma carreira literária não é fácil; talvez seja o caminho mais difícil, mas também é o mais bonito e o meio mais digno de marcar seu nome nesta vida” 

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Carlos Brunno Silva Barbosa nasceu em Barra do Piraí, tornou-se poeta quando residiu em Valença, é professor de português na Escola Municipal Alcino Francisco da Silva e no Centro de Ensino Serrano, ambos em Teresópolis/RJ, promove e participa de eventos em diversos lugares do Brasil. É autor de nove livros - entre os mais recentes estão “Bebendo Beatles & Silêncios” [de poemas, 2013, livro premiado com o 3.º lugar no Concurso Internacional “Poetizar o Mundo com Livros” 2014, de Curitiba/PR]; “Foda-se! E outras palavras poéticas...” [de poemas, 2014, ganhador do Prêmio OLHO VIVO 2015 - Categoria Livro]; e “O nada temperado com orégano (Receitas poéticas para um país sem poesia e com crise na receita)” [de poemas, 2016]. Além disso, o escritor possui diversos prêmios literários estaduais, nacionais e internacionais com poemas, contos, microcontos e crônicas, é o organizador-criador do Sarau “Solidões Coletivas”, de Valença, e autor do blog “Diários de Solidões Coletivas”. 

Confira a entrevista com Carlos Brunno 

Qual é e como é composto o seu universo de inspirações e criações? 

Meu universo de inspirações e criações é um liquidificador de poesia, sentimentos, prosa louca flertando com a prosa realista do dia a dia somado a pitadas de oréganos psicodélicos e estrelas estranhamente caídas, as quais, apesar da queda, ainda brilham. É composto de experiências da vida, somadas a delírios líricos, sonhos meus e de tantos outros eus que habitam em mim. Também trazem observações da vida cotidiana, influências de amigos, artistalunos e artistamigos. 

Apesar de pouco apoio que recebemos na arte literária, qual lição de vida você tira em suas veredas de insistência em favor dessa arte? 

Tento manter o sonho do poeta estadunidense Bukowski (a ideia de que deveríamos ter um poeta em cada esquina das cidades) vivo dentro de mim. Por mais árduo que seja traçar um caminho literário em meio à crise tanto de valores essenciais ao bom convívio social e à financeira (muitas vezes parece que, nós, escritores, mendigamos atenção à nossa arte), é só a arte que nos salva de enlouquecermos completamente em meio ao caos diário, é só a arte que nos permite um instante, mesmo que muito breve, de sonho e de esperança. Prossigo, insisto e resisto na arte literária pra não desistir de mim mesmo, pra não me deixar ligar o piloto automático e deixar a vida simplesmente passar em branca nuvem sem nenhuma tempestade minha, nenhum momento de realização pessoal e coletiva (afinal, escrevemos para nós e para um público leitor, que, apesar de pequeno - sejamos realistas -, também valoriza o que fazemos, nos traz esperanças e compartilha dos nossos sonhos de espalhar arte por todos os cantos do mundo). 

Qual a mensagem que você deixa para as novas gerações que surgem ou querem trilhar uma carreira literária? 

Trilhar uma carreira literária não é fácil. Talvez seja o caminho mais difícil, mas também é o mais bonito e o meio mais digno de marcar seu nome nesta vida (nossas existências passam e, às vezes, até são esquecidas, mas nossa arte resiste a tudo, permanece infinita). Leia bastante (é uma forma de conhecer melhor a trilha que escolhera, com mais plenitude, conhecendo os desvios, atalhos e pedras no caminho), escreva intensamente e, apesar de todos os pesares, jamais desista - seja qual for o obstáculo, creia em sua arte e siga em frente.  

O que achas de nossa iniciativa de entrevistar/homenagear renomes das letras fomentando o autor consagrado e o autor pouco conhecido? 

Considero extraordinário! São fundamentais para a resistência, permanência e desejada consolidação da arte literária projetos como esse, que divulgam autores consagrados e pouco conhecidos. Um dos principais problemas da arte literária é a falta de espaço e de divulgação na mídia - nós, escritores, principalmente independentes como eu, temos poucos canais para divulgarmos a nossa arte e, quando temos, são deveras restritos. Precisamos de mais iniciativas como essa que vocês realizam, pois só assim conseguiremos divulgar melhor a arte literária, atrair um número maior de leitores e, consequentemente, alavancar a nossa - tantas vezes renegada - Literatura. 

Quando 

(Carlos Brunno - 1997

Quando criaste espinhos
Eu criei uma rosa
Quando criaste o desvio
Eu criei minha casa
Quando criaste a distância
Eu criei o atalho
Quando criaste a dúvida
Eu criei minha paz
E quando construíres o fim
Eu já terei construído o meu recomeço.

(do livro “Fim do fim do Mundo”) 

> Contatos com o poeta: Site / Blog 

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Por Jean Carlos Gomes  –  poearteditora@gmail.com

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