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Dhiogo José Caetano

dhiogocaetano@hotmail.com

Opinando e Transformando

Adalberto de Queiroz é o 35º entrevistado na série sobre cultura

Objetivo é formar um mosaico com o que cada um pensa desse universo multifacetado

Pelo Brasil  –  16/05/2017 10:50

Publicada: 08/05/2017 (19:05:24) . Atualizada: 16/05/2017 (10:50:04)

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(Foto: Divulgação)

Adalberto de Queiroz: “Leiam, debatam e não se fechem em copas em grupelhos não dialógicos” 

O 35º convidado na série de entrevistas “Opinando e Transformando” é Adalberto de Queiroz. Uma oportunidade para os internautas conhecerem um pouco mais sobre os profissionais que, de alguma forma, vivem para a arte/cultura. Confira: 

> Nome: Adalberto de Queiroz
> Reside: Goiânia (Go) 

> Em sua opinião, o que é cultura?

Gosto da definição de Franklin de Oliveira que ao definir cultura fala da semente da Civilização. Um certo domínio da Natureza, o respeito à herança de uma Nação, de um povo, os hábitos, os registros escritos ou falados - denunciam a cultura como jeito de viver, de fazer, de reagir às intempéries da vida; mas só o Homem pode-se pôr no centro do fenômeno cultural, para moldá-lo com suas mãos, seja construindo pontes ou pintando quadros; seja limpando as ruas de suas cidades, seja dançando o Quarup; seja celebrando o nascimento do Cristo, seja silenciando-se um dia pelos seus mortos. A cultura molda a sociedade para um certo e determinado modo de viver. Civilização já é subir uma escada longa e tortuosa que exige valores profundos, fixados ao longo do tempo - sedimentados, em torno de uma crença comum (que alguns preferem dizer Sagrado, religioso etc.), firmado em dois outros pilares Alta Cultura (não ceder à facilidade do fazer qualquer coisa e chama-la de fazer cultural, mas fazê-lo com respeito à Tradição) e a Família (núcleo que a todo o resto argamassa). 

> Você se considera um difusor cultural?

Sim. 

> Qual é o seu papel neste vasto campo da transformação mental, intelectual e filosófica?

Pensar na perspectiva do Eterno, nunca do mainstream.

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"Ou ocupamos a web para a difusão cultural ou seremos tragados pelo lodo do mainstream".

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> Como você descreve o processo de aculturação, ao longo da formação da sociedade brasileira?

Teria que escrever um livro pra responder a essa pergunta. Na impossibilidade, remeto a “Em berço esplêndido” (de autoria do embaixador José Osvaldo de Meira Penna) e “Viva o povo brasileiro” (de autoria do ficcionista João Ubaldo Ribeiro). 

> A cultura liberta ou aprisiona os indivíduos?

Não se trata de prisão, mas de arena de ação. Somos filhos da cultura e não da política - essa, sim, é uma prisão. Cito o escritor português Lobo Antunes para falar em meu nome: “juro ter muito respeito pelos artistas. Afinal, a herança de um povo é sua cultura. Os heróis nacionais não são políticos ou economistas - são Shakespeare, Camões, Cervantes.” 

> Que problemática você destaca na prática da difusão cultural?

O grande rio que corre leva consigo muito barro, muito lixo; águas limpas do Bom, do Belo e do Verdadeiro exigem disciplina e amor à Arte - ingredientes raros na difusão cultural de nosso tempo. 

> Comente sobre o espaço digital, destacando sua importância no cenário cultural brasileiro e mundial?

A web segundo um de seus criadores, Sir Tim Berners-Lee é “um mar de conhecimento compartilhado” - ou deveria ser. Ou ocupamos a web para a difusão cultural ou seremos tragados pelo lodo do mainstream. Não tenho muita esperança que isso aconteça, mas incentivo toda iniciativa que confirme essa tendência. Em alguns anos, provavelmente, o livro no formato celulose atual não existirá e sobrarão os livros digitais a testemunhar que é possível viver fora da distopia que algum líder maluco do governo mundial há de querer impor. 

> Qual mensagem você deixa para todos os fazedores culturais?

Leiam, debatam e não se fechem em copas em grupelhos não dialógicos.

> Clique e confira todas as entrevistas da série sobre Cultura "Opinando e Transformando"

Por Dhiogo José Caetano  –  dhiogocaetano@hotmail.com

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