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Conflitos Sociais

Dhiogo José Caetano

dhiogocaetano@hotmail.com

Opinando e Transformando

Ngonguita Diogo é a 47ª entrevistada na série sobre cultura

Objetivo é formar um mosaico com o que cada um pensa desse universo multifacetado

Pelo mundo  –  03/07/2018 19:52

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(Fotos: Divulgação)

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“A internet é um ganho a ser bem usada, ela democratiza o acesso a diferentes culturas e promove também a sua divulgação; por outro lado, é também o maior vetor de publicidades, não se pode deixar de frisar que ela continua a ser uma faca de dois gumes”

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A 47ª convidada na série de entrevistas “Opinando e Transformando” é Ngonguita Diogo. Uma oportunidade para os internautas conhecerem um pouco mais sobre os profissionais que, de alguma forma, vivem para a arte/cultura. Confira:  

> Nome: Etelvina da Conceição Alfredo Diogo
> Pseudônimo: Ngonguita Diogo
> País: Angola
> Breve currículo: Escritora e declamadora, seis livros publicados. Participou na antologia poética “O canto da Kianda”. O seu percurso artístico e literário conta também com o CD de poemas publicados no suplemento “Vida e Cultura” do “Jornal de Angola”, “Revista Omnira” em Salvador da Bahia. Revista online “Incomunidade”, assim como nos semanários “O Independente” e “Agora”. Foi a única representante do Continente Africano na VIII Jornada Internacional de Mulheres Escritoras em São José do Rio Preto/Brasil em 2015. É integrante da Liga Africana, da Academia de Letras do Brasil com o título de imortal correspondente a Cadeira nº 1 de Luanda. Diretora da Academia de Letras do Brasil para Questões Humanitárias em África. É parceira do Centro Cultural Brasil/Angola. 

> Em sua opinião, o que é cultura? 

A cultura é o âmago para a identidade de um povo, tendo em conta os costumes, tradições, valores sociais, jeito de se expressar e até mesmo de sentir, promovendo o modelo de comportamento que integra segmentos sociais, garantindo ao homem a sua adaptação no meio onde estiver inserido. 

> Você se considera uma difusora cultural? 

Acho que sim, como escritora, crio círculo entre a poesia e a prosa com textos reflexivos, sugestivos e até mesmo críticos, o que vem de mim, na maioria das vezes, retrata o que acontece de bom, ou ruim que mereça algum registro. Considero importante a difusão cultural, sendo a meu ver uma das melhores ferramentas de que dispomos para minimizar os críticos problemas socioeconômicos. Precisamos alicerçar a autoestima nas pessoas e contrapor o medonho prazer da tendência autodestrutiva para onde se dirigem os rejeitados. Contribuir para mudar o quadro que se avista, cada vez mais trevoso, deveria ser agora uma ordem para os fazedores de arte, assim, estaríamos todos intimados a contribuir de forma consciente e dinâmica para melhorar o mundo, por isso escrevo vivências. 

> Qual é o seu papel neste vasto campo da transformação mental, intelectual e filosófica? 

Atuante. Tenho o dever de contribuir principalmente porque os meus textos são lidos! A atividade lúdica fortalece os vínculos afetivos entre as pessoas, através das interações que se estabelecem. Cria-se a cumplicidade necessária e desenvolve-se uma empatia que fortalece a sensação de segurança e compreensão, e isso é essencial para chamar a atenção e para persuadir as pessoas. 

> Como você descreve o processo de aculturação, ao longo da formação da sociedade brasileira? 

O Brasil é sem dúvidas um país que albergou em seu ventre muitas matrizes culturais, em atenção a isso, a interação social entre os vários grupos de culturas diferentes se consolidou, resultando uma nova cultura indiscutivelmente enraizada nas culturas africanas e europeias, por razões históricas. Esta promove a transformação cultural através de fatores externos, aqui chamada de aculturação. Contudo, é preciso referenciar que tais influências boas, ou menos boas, só foram possíveis através da força política do grupo dominador, os traumas ainda são visíveis até hoje, apesar da resistência dos negros e índios.
A globalização econômica e cultural promovida pelo avanço do capitalismo e pelo desenvolvimento dos meios de comunicação, cada vez mais virais como a internet, representam também o que se pode chamar de ocidentalização do mundo, uma vez que os valores e costumes ocidentais estão presentes em todas as sociedades e assim assimilamos todos as mesmas tendências da moda, produções de cinema e até mesmo na confecção de alimentos. 

> Que problemática você destaca na prática da difusão cultural? 

A perda da identidade individual dos povos e a assimilação de culturas defeituosas. 

> Comente sobre o espaço digital, destacando sua importância no cenário cultural. 

A internet é um ganho a ser bem usada, ela democratiza o acesso a diferentes culturas e promove também a sua divulgação, com ela aprende-se, poupa-se dinheiro, esforços e coarctam-se as distâncias porque temos a possibilidade de fazer todo o tipo de consultas sem sair de casa e até formações, bem como, efetuar compras. Por outro lado, é também o maior vetor de publicidades, não se pode deixar de frisar que ela continua a ser uma faca de dois gumes. 

> Qual mensagem você deixa para todos os fazedores culturais? 

Que continuem a trabalhar para alimentar-nos a alma, contudo, divulguem apenas o que for útil ou necessário para as comunidades.

> Clique e confira todas as entrevistas da série sobre Cultura "Opinando e Transformando"

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Por Dhiogo José Caetano  –  dhiogocaetano@hotmail.com

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