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Sinal de Alerta

Entre uma picada e outra, os riscos do verão

Muito do comportamento desleixado se explica pela falsa crença de que o vírus da febre amarela não circula mais; há também as fake news sobre a segurança das vacinas

Viver bem  –  15/01/2019 19:19

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(Foto Ilustrativa)

Com menos pessoas protegidas, maior o risco de a febre amarela ganhar as cidades, deixando os limites das matas

 

Paulo Cesar Guimarães 

Já chegou o verão e o que nos evocam essas palavras não soam como música. São mais um sinal de alerta para o alto risco de doenças provocadas pelas picadas do Aedes aegypti no período: dengue, zika e chicungunha. 

Muito já se falou sobre o grande mal de continuarmos alimentando criadouros de mosquitos em água parada, mas a volta da estação do calor forte e das chuvas mostra que mais ainda precisa ser feito para vencer a luta contra o inseto, em todo o país. 

Há campanhas de esclarecimento na TV, ruas inteiras de doentes, óbitos registrados e, mesmo assim, muitos não estão ligando para o problema. Ou até se lembram de evitar a reprodução dos mosquitos, fazendo uma inspeção em casa rápida, para logo esquecer que é melhor remediar do que engrossar as dolorosas estatísticas. 

Sem falar na falta de investimentos governamentais em saneamento país afora. O dever de casa vale para o ano todo, da nossa parte e das autoridades. 

O drama só piora quando sabemos que o Aedes é que pode transmitir a febre amarela na versão urbana, enquanto os Haemagogus e Sabethes são os responsáveis pelos casos silvestres no Brasil. Tão mais grave que não controlar os mosquitos é seguir fugindo da vacinação contra a doença. 

Mais de 480 pessoas já morreram infectadas no Brasil, de julho de 2017 até agora, mas boa parte da população segue com medo da vacina, evitando a ida aos postos de saúde e preferindo ficar exposta às picadas do inseto. 

Com as férias em curso, cabe frisar que a vacinação é defesa fundamental para quem viajará para áreas de matas. 

O baixo índice vacinal assusta. Só na cidade do Rio, sem vacina, 3,9 milhões de pessoas continuam desprotegidas. Muito do comportamento desleixado se explica pela falsa crença de que o vírus da febre amarela não circula mais. 

Há também o problema das ditas fake news, martelando falsas informações sobre a segurança das vacinas. Com menos pessoas protegidas, maior o risco de a febre amarela ganhar as cidades, deixando os limites das matas. 

É preciso cada um fazer sua parte para que a febre amarela e as outras doenças transmitidas pelo Aedes não virem uma triste epidemia. Ninguém aguenta tanta estatística negativa. Que 2019 comece com mais saúde! 

> Paulo Cesar Guimarães é do Comitê de Infectologia da Sociedade de Pediatria do RJ, professor e diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis 

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Por Assessoria de Comunicação  –  contato@olhovivoca.com.br

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