
(Foto Ilustrativa)
Pela internet: Cracker é um termo utilizado para
quem quebra sistema de segurança de forma ilegal
Um esquema que mobilizou policiais civis de quatro municípios se mostrou ser tão vulnerável quanto o sistema de segurança que conseguia quebrar pela internet e desviar milhões. Pelo menos 11 dos 12 suspeitos de furtar várias contas bancárias pela internet em todo o país devem continuar presos. O prazo da prisão temporária de cinco dias dos integrantes da quadrilha de crackers desmantelada pela Operação - Black Hat - da Polícia Civil, na sexta-feira, 18, termina nesta quarta-feira, 23. O delegado titular da 90ª DP, Ronaldo Aparecido de Brito, vai solicitar ao juiz da 2ª Vara Criminal de Barra Mansa, Maurício Magnus, a prorrogação da prisão por igual período. Eles foram presos em Volta Redonda, Barra Mansa, Pinheiral e Búzios. É de indignar como algumas pessoas preferem usar a inteligência para causar danos às pessoas.
Os crackers quebravam o sistema de segurança eletrônica pela internet, acessavam contas de empresas e faziam transferências para contas de parentes e amigos. Os suspeitos de envolvimento no caso que está sendo investigado pela polícia há dois anos são: Elaine Pires Vieira, chefe de Detran de Pinheiral; os primos Victor Vidal Pessegueiro e Jordan José Pessegueiro; Richard Lucas da Silva Miranda; José Paulo Lopes Rosário; Archilão Passos Neto; Victor Tavares Nascimento; Douglas Ferreira Duarte; Paulo Júlio Braga Rocha; Jefferson Henrique de Oliveira Tite; Abrãao Dietro da Silva; e Lindomar Dantas Cardoso. A quadrilha pode ter desviado mais de R$ 2 milhões de contas bancárias nos últimos dois anos. Segundo a polícia, depois de desviado, o dinheiro era sacado rapidamente, para não despertar suspeita.
Jovens de classe média alta
Seis dos detidos foram presos numa mansão em Búzios. Eles locaram o imóvel durante todo este mês e pagavam R$ 3 mil por dia, pelo aluguel. Os outros integrantes da quadrilha foram detidos em Barra Mansa, Pinheiral e Volta Redonda. A polícia informou ainda que os jovens presos são de classe média, alguns deles estudantes de engenharia e especialistas em computação.
Ainda segundo informações da polícia, para a Casa de Custódia de Volta Redonda serão transferidos Richard Lucas da Silva Miranda, José Paulo Lopes Rosário, Jordan José Pessequeiro Brum e o primo dele, Victor Vidal Pessequeiro, Paulo Júnior Braga Rocha, Abraão Dietro da Silva, Jefferson Henrique Oliveira, Douglas Ferreira Duarte, Victor Tavares Nascimento e Jefferson Henrique de Oliveira Tinte. Já Lindomar Dantas Cardoso, caseiro da mansão em Búzios, pagou fiança para responder em liberdade, mas Ronaldo Aparecido disse que também vai solicitar sua prisão à Justiça. Elaine Pires Vieira, chefe do Detran de Pinheiral, será transferida para a Casa de Custódia, no Grajaú, no Rio.
Caseiro pagou fiança e foi solto
Lindomar Dantas Cardoso, o caseiro da mansão de Búzios foi o único que foi solto após pagar fiança de dois salários mínimos. Ele só foi detido anteriormente, porque na sua casa, localizada ao lado da mansão de Búzios, foram encontradas munições.
Dos que permanecem detidos, apenas dois eram crackers, os outros faziam as transações bancárias. Os suspeitos foram indiciados por furto qualificado, formação de quadrilha e porte de drogas.
Como foram as investigações
Em 7 de dezembro do ano passado, policais da 90ª DP de Barra Mansa conseguiram desarticular parte da quadrilha de crackers. Na ocasião, foram presos Douglas Ferreira Duarte, o "Gordurinha", e Erick Neves de Oliveira, ambos de 20 anos, Tiago Guimarães da Silva, 31, e Jordan José Pessegueiro Brum, 23. Todos moradores de Volta Redonda.
Na época, foram apreendidos R$ 45 mil, cinco celulares, um notebook, dois computadores e um carro. O grupo agia nas agências bancárias de Barra Mansa, Barra do Piraí e Pinheiral.
Na ocasião, o delegado Ronaldo Aparecido, explicou que Jordan foi apontado como sendo o mentor da organização e o cracker responsável por fazer os desvios de dinheiro. Douglas era um dos correntistas que cedia a conta para o depósito do dinheiro. Segundo as investigações, eles faziam parte de uma quadrilha que age em todo o estado.
Atualmente, os quatro estavam em liberdade. Eles tinham sido beneficiados por um habeas corpus. Na sexta-feira, foram presos apenas Douglas e Jordan. Os outros dois não foram encontrados.
O que é um cracker
Embora seja o mentor do esquema, o cracker nunca aparece. Ele é o especialista em quebrar os códigos bancários e desviar o dinheiro. Os outros integrantes cedem apenas os nomes - são os chamados laranjas - para as falsas contas bancárias para onde o dinheiro é desviado.
Outros integrantes da quadrilha ficam responsáveis por fazer contato com as vítimas por telefone para colher mais dados pessoas. Cracker é um termo utilizado para quem quebra sistema de segurança de forma ilegal. Já o hacker é aquele que possui conhecimento avançado em informática.