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Conflitos Sociais

Dhiogo José Caetano

dhiogocaetano@hotmail.com

Opinando e Transformando

Gregori Fiorini é o 63º entrevistado na série sobre cultura

Objetivo é formar um mosaico com o que cada um pensa desse universo multifacetado

Pelo Brasil  –  30/11/2018 09:22

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(Foto: Divulgação)

“A semente da esperança é composta de cultura + educação, os frutos nascem a longo prazo, mas o legado é eterno”

 

Gregori Fiorini é o 63° convidado na série de entrevistas “Opinando e Transformando”. Uma oportunidade para os internautas conhecerem um pouco mais sobre os profissionais que, de alguma forma, vivem para a arte/cultura. Confira:  

> Nome: Gregori Fiorini
> Breve currículo: Estudante do 8º semestre do curso de Cinema e Audiovisual da Unifor. Diretor e produtor de filmes. 

> Em sua opinião, o que é cultura?

Cultura é a característica coletiva que representa épocas, modo de pensar, agir ou falar e eternizadas por meio da arte. Nosso maior patrimônio.  

> Você se considera um difusor cultural? Qual é o seu papel neste vasto campo da transformação mental, intelectual e filosófica?

Evito rótulos, até porque não é apenas o “difusor cultural” que fomenta a cultura, qualquer pessoa pode fazê-lo assistindo a um filme e comentando em redes sociais ou visitando uma galeria de arte e opinando sobre as obras para amigos. Qualquer interação com ciclos sociais, a respeito das experiências não habituais vividas, agrega e enriquece intelectualmente, fazendo de você também um propagador de culturas. 

> Como você descreve o processo de aculturação, ao longo da formação da sociedade brasileira?

O exemplo mais clássico é o que sucedeu com os índios no processo de colonização do Brasil, a cultura indígena sempre foi riquíssima, várias línguas e costumes, com diversidades e características próprias em cada tribo. Tudo praticamente perdido ao longo dos séculos. Antes de 1922 (Semana de Arte Moderna) também pouco nos retratávamos na arte, a “brasilidade” era sinônimo de provincianismo e vergonha, as sociedades da Belle Epoque importavam costumes afrancesados e modelos culturais totalmente alheios à realidade brasileira, nota-se por registros fotográficos que as roupas e maquiagens eram padronizadas. Na prática isto trouxe as divisões de classes sociais e exclusão, a população abastarda havia recursos para comprar o estilo europeu de vida e os menos favorecidos deveriam contentar-se com as sobras, em hipótese alguma os pobres poderiam frequentar os “espaços dos ricos”. Na Segunda Guerra a cultura americana foi difundida com a expansão do Cinema do gênero Western, as marcas tipo Coca-Cola (etc.). Na década seguinte, com o nascimento da mídia televisionada, as publicidades massivas inerentes ao American Lifestyle popularizaram os Estados Unidos, sem esquecer da indústria musical (introdução da guitarra elétrica) e as influências de gêneros pertencentes da Jovem Guarda. O Brasil sempre recebeu influencias de outras culturas, de modo agregador ou não, mas nossa sociedade é composta de diversos traços culturais: indígena, africana, portuguesa e, em menos escala, holandesa, espanhola, francesa, alemã e italiana. 

> Que problemática você destaca na prática da difusão cultural? Comente sobre o espaço digital, destacando sua importância no cenário cultural.

O pouco interesse de empresas, Estado e instituições em investir tempo, dinheiro e na melhoria de espaços culturais existentes para conduzir melhor os trabalhos de difusores. Nas universidades e escolas há poucas iniciativas relacionadas à ampliação da grade curricular na área cultural, leituras são impostas aos alunos como mera obrigação para ganhar nota, os contatos com as artes cênicas e cinematográficas são superficiais (e quando há é somente espectador), não há cineclubes e clubes de leitura, o estudante não aprende a gostar do conhecimento e sim de decorar para ser aprovado em testes, o resultado é uma sociedade limitada, pouco criativa/produtiva e que não debate a própria realidade. O fomento à cultura é fundamental para uma sociedade progredir. 

> Qual mensagem você deixa para todos os fazedores culturais?

Não desistiam da sua Missão, nestes tempos difíceis a cultura é o que salvará a nova geração. A semente da esperança é composta de cultura + educação, os frutos nascem a longo prazo, mas o legado é eterno. Educação e cultura é o único patrimônio real e indissolúvel de uma sociedade/nação, traz valores que vão além do financeiro, sem ela não somos nada. 

> Clique e confira todas as entrevistas da série sobre Cultura "Opinando e Transformando"     

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Por Dhiogo José Caetano  –  dhiogocaetano@hotmail.com

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