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Trabalhos Marcantes

Exposição de obras do Clécio Penedo refaz passos e traços do artista

"Notas de um percurso gráfico" já passou pelo Museu Histórico Nacional e volta a Barra Mansa

Indicados ao Prêmio OLHO VIVO  –  30/03/2013 17:34

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(Fotos: Divulgação)

Novidade: Exposição pretende mostrar como
Clécio Penedo pensava e produzia seus trabalhos
 

Antes de começar a falar, um momento para organizar as tantas lembranças. Assim a viúva de Clécio Penedo, Antonieta Maria Millen Penedo, iniciou a entrevista sobre a vida artística do marido, que estará em exposição a partir do dia 12 de abril, no Centro Cultural Estação das Artes, em Barra Mansa, cidade onde o artista passou a maior parte de sua vida e onde estão as raízes da família e o legado deixado por ele. A exposição está sendo organizada pela família, amigos e profundos conhecedores da arte e da pessoa Clécio Penedo. O projeto é realizado em parceria com a Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro.

"Notas de um percurso gráfico - 51 anos da arte de Clécio Penedo" já passou pelo Museu Histórico Nacional e volta a Barra Mansa, levando consigo as obras marcantes dos 51 anos de dedicação à arte. O material reúne os trabalhos realizados de 1953 a 2003. A novidade é a imersão pelos traços e técnicas do artista, pois pretende mostrar como Penedo pensava e produzia seus trabalhos, sempre marcados pela preocupação social.

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Viúva de Clécio, Antonieta Maria Millen Penedo diz que quer
mostrar para a nova geração a ideia visionária que ele sempre teve

- Não é só a imagem do Clécio que queremos resgatar, mas as suas obras. Pretendemos mostrar para essa nova geração o artista fantástico que ele foi e a ideia visionária que sempre teve. Lá atrás ele já falava de acontecimentos que estão em pauta nos noticiários atuais - disse Antonieta, ao enfatizar o trabalho do artista dedicado ao Índio, no "Manisfesto antropófago", exposto, com certa ironia, junto ao movimento da pop art, uma crítica à americanização do Brasil e a não-valorização do nativo, o índio.

Um dos principais nomes do desenho contemporâneo

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Penedo é lembrado pelas criações que o tornaram conhecido mundialmente, ao mesclar elementos étnicos com a cultura pop. Num dos exemplares da série "Comei-vos uns aos outros", há uma tela em que aparecem os rostos de Marilyn Monroe, uma índia e uma cabeça cubista típica de Picasso. Entre as peças dos anos 70, merecem destaque os oito desenhos a grafite do conjunto "Geróticos". Da década seguinte há coloridas pinturas e o estudo para o painel "Colonização e dependência". Trabalhos tardios, como a série "Chibata", com personagens de feições enrugadas, e os abstratos "Inominados" são a prova da excelência de seu traço. Foram mais de 30 exposições individuais e 40 coletivas no Brasil e no exterior.

A mostra dos trabalhos será realizada até o fim de maio e, além da exposição, com horário de abertura previsto para as 20h, a ideia da homenagem a Clécio é deixar que sua obra fique acessível a quem quiser visitar e, ainda, a promoção de debates com a fala de artistas e atividades educativas com professores e artistas nos dias 13 e 20 de abril (sábados), das 14 às 17h. Também serão realizadas oficinas com alunos do Colégio Municipal Clécio Penedo, no bairro Nova Esperança, que leva o nome do artista. Na cidade, a Galeria de Artes, localizada no UBM (Centro Universitário de Barra Mansa), também foi nomeada em homenagem a Clécio.

Um pouco sobre o artista

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Nascido em 14 de dezembro de 1936, na cidade de Bom Jardim, em Minas Gerais, Clécio Penedo iniciou seus estudos artísticos na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, em 1954, deixando-a em 1956. Como herança desses dois anos, dedica-se à pintura a óleo e, pelos 17 anos seguintes, desenvolve grande acuidade técnica e uma pintura mimética. Mas é em 1973 que Clécio Penedo inicia sua formação artística fundamental, ao ingressar no Centro de Pesquisa e Arte, no Rio de Janeiro, estudando com Ivan Serpa e Bruno Tauz.

Durante seus dois anos de estudos com o grupo, Clécio Penedo desenvolveu uma pesquisa imagética interpenetrada por figuração e abstração que, em "Notas de um percurso gráfico", evidencia-se nas séries "Geróticos", "Inominados" e "Corpo sem cabeça".

Após sua saída do Centro de Pesquisa e Arte, Clécio Penedo ingressou nos cursos de calcogravura e desenho, do Museu de Arte Moderna, também no Rio de Janeiro, com Aluízio Carvão e Eduardo Sued. Ao longo de sua juventude, viveu um conturbado período histórico brasileiro, o que, mais tarde, subsidiará a constante presença, em sua obra, de temáticas sociais e culturais que discutem o indivíduo como um corpo indissociável do seu espaço existencial e histórico. Clécio Penedo desempenhou funções como: educador, secretário de Educação e diretor da então faculdade de artes do UBM (Centro Universitário de Barra Mansa). Morreu em 2004, vítima de câncer, aos 67 anos.

Serviço

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> Notas de um percurso gráfico - 51 anos da arte de Clécio Penedo - Abertura: 12 de abril, no Centro Cultural Estação das Artes, em Barra Mansa. Visitação: a mostra dos trabalhos será realizada até o fim de maio. Os trabalhos fazem parte do acervo utilizado em 30 exposições individuais e 40 coletivas no Brasil e no exterior. Saiba mais no Facebook e no site.

Por Assessoria de Comunicação  –  contato@olhovivoca.com.br

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