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Olhar Pop

Cláudio Alcântara

claudioalcantaravr@hotmail.com

Da Pior Qualidade

Studio 54 apela para a baixaria do funk para atrair o público em Volta Redonda; veja o vídeo

Casa noturna no Jardim Amália virou uma espécie de filial do Aero Clube, apostando na praga musical que infesta a região

Crítica  –  18/09/2012 16:50

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(Foto: Divulgação)

A grande atração de setembro foi o Mr. Catra

Dois mil e doze vai ficar manchado na história recente do Studio 54, uma casa noturna de Volta Redonda que nasceu com uma proposta interessante, mas que se perdeu no meio do caminho. Todo mundo sabe que empresários precisam ganhar dinheiro. E empresários da noite não são diferentes. Não sou contra faturar uma boa grana, pegando carona no que atrai o público às baladas e, consequentemente, faz o negócio prosperar. Mas a coisa se complica quando a alternativa vira regra. O Studio se transformou numa espécie de filial do Aero Clube, apelando feio para atrações musicais da pior qualidade. Parece que só existe funk e pagode nessa vida. Pior: Algumas pessoas meteram na cabeça que sair para curtir “funk e pagode de elite” (expressões preconceituosas inventadas para atrair os menos esclarecidos) é estar na moda. Para com isso.

O OLHO VIVO fez um levantamento rápido e constatou que o mau gosto é a tônica lá para as bandas do Studio. Tudo bem que a casa é bem pequenininha, o que significa que são poucas as pessoas que aderem a esse tipo de lazer. Mas não custa nada diversificar um pouco. Não é possível que o público que frequenta o Studio 54 só curta aquela praga musical chamada funk carioca. Quando não é o funk, são aqueles pagodinhos insuportáveis, que já tiveram sua fatia no mercado. Chega!

Maio foi medonho

A agenda de shows do Studio começou a cheirar mal, muito mal, em maio. No dia 4, ressuscitaram o Molejo, um grupinho que dá pena de ouvir, porque soa anacrônico ao extremo. Aliás, maio foi medonho lá por aquelas bandas. Tivemos no dia 11 um tal de MC Saed, que nem os deuses mais generosos perdoariam, já que sua música chega a ferir os tímpanos. Uma semana depois foi a vez de uma atração melhorzinha dar o ar da graça: Gustavo Lins se apresentou por lá. Mesmo assim, não conseguiu apagar a impressão negativa que a casa vem conquistando. Para piorar a situação, em 26 de maio, teve Pixote, o que, convenhamos, é dose para qualquer mortal que preze sua saúde física e mental.

A partir de junho, a coisa piorou. Sim, meus queridos, ouvir pagode é estar no fundo do poço. No entanto, nada se compara às porcarias do funk. E temos muitas. Que o diga o Studio 54, que nos brindou com nada menos do que sete atrações do gênero. E eles se esforçaram bastante para fazer a caquinha muito bem feita. Selecionaram a dedo as atrações. Em 1º de junho, foi a vez do MC Márcio G. Gente, o que é aquilo? Só pode ser brincadeira de mau gosto alguém pagar ingresso para ver um show desse rapaz. É de dar dó.

Sempre pode piorar

Pode piorar? Pode sim, sempre pode. É o caso do MC Sapão, que coachou por lá em 30 de junho. Entrou julho e o Studio 54 continuou firme e forte com o seu projeto de trazer para Volta Redonda tudo o que há de pior no cenário musical. Então, você paga para entrar e reza para sair de um show dos Havaianos, atração no dia 14.

Pior do que essas porcarias atuais são aqueles que vivem do passado, como por exemplo o Buchecha. Pois é, ele fez show no Studio em 3 de agosto (e não foi de graça não). No mesmo dia teve o MC Menor do Chapa, numa dobradinha de matar qualquer pessoa de bom gosto de raiva. E não parou por aí a aula de como ganhar dinheiro fácil explorando o mau gosto. O público está gostando? Então, toma MC Marcinho, que se apresentou na casa noturna em 24 de agosto. Chegou setembro e nada mudou. A grande atração do Studio 54 foi o Mr. Catra, talvez o pior show de funk que eu já vi na vida - se é que se torna possível escolher um. E como tudo o que é ruim tem uma grande possibilidade de se proliferar, esse mesmo senhor já havia cantado no Porão, em 17 de julho. E eles lá do Studio dizem que “Nós amamos funk”. Não me coloca nesse grupo não. Tô fora!

Não se esqueça de que a coluna também está disponível em vídeo, é só clicar. Até a próxima. Tchauzinho!

Por Cláudio Alcântara  –  claudioalcantaravr@hotmail.com

3 Comentários

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  • Jornal_Ecos

    Mas a casa não era chique? Baixou o nível de repente? Puxa vida, os caras tão pedindo penico mesmo, tipo, precisando encher a casa pra juntar grana. Só pode ser isso. Funk é uma praga.

  • Eduardo

    Cada um sabe onde o calo doi, se lá só toca pagode e está enchendo é porque está sendo lucrativo para a casa, eu pessoalmente odeio pagode e por essa razão passo longe do studio 54, porém o capitalismo é o que manda, prova disso é você expressar sua opinião no vídeo e anunciar um grupo de pagode "dito e feito", no fronteiras.

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