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Paixão Artística

Rodrigo Cunha, eternamente apaixonado

Ator fala sobre sua atuação, dentre outras, na peça - Espécie - e comenta políticas culturais

Entrevistas  –  05/04/2020 22:13

 
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(Fotos: Divulgação)

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“O país precisa urgentemente investir em educação”

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Em 1564 nasceu Willian Shakespeare, criador de peças teatrais que são encenadas, copiadas e admiradas. No Brasil, o teatro originou-se na catequização. No século XVll destacou-se celebrando acontecimentos políticos e festas populares. O centenário subsequente caracterizou-se com locais e elencos fixos. No século XlX configurou-se na representação da tragédia. No seguinte, o célebre dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980) escreveu 17 peças. Na atualidade, o teatro relaciona aspectos históricos e políticos. O ator, bailarino e professor de artes cênicas Rodrigo Cunha, durante cinco anos, protagonizou e dividiu a direção do espetáculo teatral “Show do esqueleto” com a atriz Valéria Braga. O artista se prepara para a sua centésima apresentação com a peça “Espécie”.

- “Espécie” foi selecionada pelo Sesc Copacabana - Rio de Janeiro para estreia nacional, e também direcionada para a Mostra Volvokombi, na Suécia - conta Cunha.

O espetáculo se firma como sucesso reconhecido pela crítica especializada e público.

Confira a entrevista com Rodrigo Cunha

. Como se deu o seu envolvimento com as artes cênicas? Quais suas influências artísticas?

Comecei em alguma época, na antiga Escola Técnica Federal de Goiás, com o diretor Júlio Vann. Não sei quando comecei, mas sei que não vou parar. Entrei no palco, e me apaixonei, e assim tem sido até sempre. Minhas influências artísticas principais são a diretora Valéria Braga, o diretor uruguaio Hugo Rodas e o carioca Marco André Nunes. Além de inspirar-me profundamente num diretor polonês chamado Grotowski e sua técnica teatral. Gosto da pesquisa corporal do Bruce Lee, mesmo que seja em forma de lutas. E, claro, tenho sempre grandes atores como referência que vão desde Al Pacino, Marlon Brando, De Niro até os mais contemporâneos como: Natalie Portman, Wagner Moura, Lázaro Ramos e Brad Pitt. É preciso deixar claro meu profundo respeito aos diretores que tive no Brasil todo.

. Referente ao espetáculo “Espécie” em 2013, em entrevista, você afirmou que durante o processo de criação do personagem permaneceu várias horas no escuro. Nas apresentações ocorre desgaste físico?

No espetáculo “Espécie” perco de 1,5 até 2 quilos, por apresentação. Então, fisicamente ele é muito difícil, além do processo de construção dos personagens ter sido extremamente complexo. As horas no escuro foi algo que a diretora Valéria Braga trabalhava pra esta adaptação acontecer naturalmente, pois o espetáculo é todo no escuro. Então, assim, pude trabalhar o instinto animal, de maneira mais dinâmica.

. Em 2019, você protagonizou o curta-metragem “Guará”, ganhador do Melhor Filme na Mostra Brasil Júri Popular. Qual o impacto dessa premiação?

É um filme muito interessante, e os diretores me chamaram justamente pela minha performance no “Espécie”. Os diretores Luciano Evangelista e Fabrício Cordeiro fizeram um trabalho muito dedicado e desafiador. E protagonizar um filme premiado é um prazer inenarrável.

. Quais os projetos artísticos, turnês e cronogramas para o segundo semestre de 2020?

Temos o “Espécie” número 100, que será pra 100 pessoas, inclusive, seu nome está na lista, Ronaldo Marinho, depois, teremos uma montagem inédita, com dois dos mais premiados diretores do Brasil; Valéria Braga, com quem trabalho há tempos, e Marco André Nunes, diretor da “Aquela Cia” do Rio, que também dirige o “Caranguejo Overdrive”. “Hábitos Noturnos” será o próximo espetáculo, com montagem simultânea em Goiás e Rio de Janeiro.

. Quais os conselhos você apresenta para quem está iniciando nas artes cênicas?

São três conselhos: acredite, faça e tenha fé.

Rodrigo Cunha

. Quais ações empreendidas nos países europeus, nos quais você passou em turnê, que se incluídas em nossa política cultural iriam propiciar o robustecimento da Economia Criativa?

Na Europa, a arte é vista como algo primordial na formação do cidadão. Existe a cultura de ir ao teatro. E isto é desde criança. Ou seja, na educação básica já há este entendimento. Precisamos mudar a base pra transformar o topo. O país precisa urgentemente investir em educação, assim, mesmo que demore, poderemos colher os frutos, e teremos o Brasil mais preparado pro futuro. 

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Por Ronaldo Marinho  –  ronaldomarinhodesousa@gmail.com

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