Publicidade

RH

Sem Fins Lucrativos

Imagens em um universo amplo de significados

Livro organizado por Ilka Cristina, Elizenda Sobreira e Maura Fernandes reúne 56 depoentes e mais de 300 fotografias

Entrevistas  –  05/11/2021 19:26

 
escritoras

(Fotos: Divulgação)

_______________________________________________________

Fotógrafas organizaram “Fotografia e Depoimentos - A Arte Como Terapia”, que está disponível gratuitamente na internet (clique aqui) 

_______________________________________________________

Shirley M. Cavalcante 

Ilka Cristina: Diagramadora, graduação em comunicação social pela Universidade Federal da Paraíba e uma apaixonada pela arte fotográfica com diversos cursos realizados no Cearte. Participação na exposição fotográfica na UFPB; Maura Fernandes: Eterna aprendiz da arte fotográfica e estudiosa da história da arte. Faz parte do Grupo Fotográfico Paraibando e sempre desenvolve atividades junto ao Centro Estadual de Artes da Paraíba. Já participei de várias exposições fotográficas. Elizenda Sobreira: Natural de João Pessoa - Paraíba, mestre em educação pelo PPGE/UFPB, com formação superior em engenharia, matemática e pedagogia pela UFPB. Aposentada, e como eterna aprendiz, estudante do curso de artes visuais. 

Confira a entrevista com Ilka Cristina, Elizenda Sobreira e Maura Fernandes 

Ilka Cristina, Elizenda Sobreira e Maura Fernandes, é um prazer contarmos com a participação de vocês. Contem-nos, como deu início o amor de vocês pela fotografia que originou no livro “Fotografia e Depoimentos - A Arte Como Terapia”. 

Ilka Cristina: Descobri que a fotografia passou a ser minha principal terapia quando percebi que, individualmente ou agregada com pessoas, a concentração de apreciar cada lugar em qualquer momento nosso de cada dia me faz um bem enorme, pois ali deixamos os problemas, os dilemas e as incertezas do cotidiano e nos deparamos com momentos únicos em que a vida proporciona a todos nós. Então o fato de fotografar tem muito mais o que dizer e sentir do que o simples ato de clicar. A partir daí, tive a ideia de fazer o livro e convidei Elizenda Sobreira e Maura Fernandes para juntas idealizarmos a publicação. E assim foi feito o livro, com participação de 56 depoentes e mais de 300 fotografias. 

Elizenda Sobreira: Sempre gostei da fotografia e após minha aposentadoria foi que comecei a estudar a arte fotográfica para um melhor conhecimento e aprofundamento, considero a fotografia um universo encantador e também desafiador, com uma amplitude de significados, o qual não podemos expressar com uma só palavra, pois sintetiza um contexto bem mais amplo, que vai muito além do olhar do fotógrafo, e sem regras para serem necessariamente cumpridas, fotografar é eternizar cada momento que é único e ao qual só podemos voltar ao tempo através daquela fotografia. 

Maura Fernandes: Meu amor pela fotografia tem como antecedente a paixão pela história da arte. Sempre fui atraída pela luz que emanava da pintura dos grandes mestres, especialmente os renascentistas. Ao longo do tempo fui estudando as diferentes escolas de pintura e cheguei à fotografia, onde me encantei pela possibilidade de, mais que estudar arte, fazer arte fotográfica. 

Em que momento surgiu “Fotografia e Depoimentos - A Arte Como Terapia”? 

Ilka Cristina: De maneira geral a fotografia entusiasta, aquela feita sem fins lucrativos, vai além da percepção do “hobby”, há quase sempre um grande envolvimento técnico e emocional. Técnico, porque a arte fotográfica é permeada pela tecnologia; intensiva emocional, porque envolve a percepção do mundo a partir do olhar fotográfico, isto é, a capacidade de buscar estéticas no mundo que nos rodeia. Esse movimento necessita de estudos, encontros, aulas, visitas, saídas fotográficas, viagens, conversas e trocas, e com a pandemia (novo coronavírus/Covid-19) veio a obrigação do isolamento, de tal maneira que a maioria dessas atividades ficaram paralisadas. A tecnologia e o uso das redes sociais foram aos poucos substituindo as atividades presenciais e ao mesmo tempo trazendo a percepção de que era possível reinventar nossas práticas cotidianas. Assim, nós começamos as tratativas e fomos convidando pessoas amigas que se encantavam com a ideia de revisitar seus acervos fotográficos ou em alguns casos fotografar o seu entorno. Essas pessoas convidaram outras e foi formando um grupo comprometido com a construção da arte fotográfica para além da tragédia pandêmica que varria o mundo. 

Apresente-nos a obra? 

Elizenda Sobreira: O livro busca retratar olhares fotográficos conjugados com pensamentos sobre o papel da arte na vida humana. Com centenas de fotografias dos mais diversos estilos, esquadrinha os acervos guardados em equipamentos tecnológicos e muitas vezes até meio esquecidos que de repente vem à tona após exaustivas pesquisas, olhares, avaliações e troca de opiniões. As fotografias associadas a um depoimento traça uma espécie de perfil que expressa uma visão de mundo, uma forma de usar a linguagem fotográfica, uma estética única e indissociável da pessoa que produziu a imagem. A obra resulta de um momento especifico da história da humanidade, a pandemia, portanto, representa os limites e as possibilidades do que a arte representa como suporte à vida.  

O que mais a atrai nesta obra literária? 

Maura Fernandes: Essa obra tem tantos atrativos que é até difícil nomear todos, porém há algumas coisas que chamam atenção: 

a) A ideia, em si, de explorar a arte fotográfica como espaço de encontros, encontro consigo mesmo, com os outros, com a paz, com a saúde, com a vida;
b) O cultivo da atenção e observação constantes do mundo e dos seres que nos cercam;
c) O encanto da luz que produz a arte;
d) O encontro de pessoas com tantas afinidades artísticas;
e) Resultado de uma estética coletiva. 

Comente sobre o uso da fotografia como terapia. 

Ilka Cristina: Ao longo do tempo, de maneira informal, temos escutado das pessoas entusiastas da fotografia o quanto essa atividade contribui para o seu bem-estar geral. Naturalmente há técnicas científicas para demonstrar o caráter terapêutico da arte, porém esse não é, e nunca foi o foco da obra, que apenas observou nos depoimentos os impactos positivos da arte fotográfica no cotidiano das pessoas conforme as suas próprias palavras.    

O que mais chamou a atenção ao ouvir os depoimentos para construção da obra? 

Maura Fernandes: A leitura dos depoimentos revelou o impacto da arte fotográfica para cada pessoa, especialmente no que diz respeito à vivencia de momentos preciosos para o equilíbrio emocional, a paz, a saúde em seu conceito amplo, enquanto “um estado de completo bem-estar físico, mental e social”. (OMS) Ressalte-se que a análise dos depoimentos trouxe as palavras “terapia”, “momento” e “alma” como as mais citadas, o que reforça a percepção do valor da arte fotográfica como resistência à rotina, ao estresse, ao tédio... Para comprovar as palavras mais citadas, vejamos alguns depoimentos:  

A fotografia é como uma terapia que revela ao outro aquilo que enxergamos e não podemos expressar com palavras”. (WC) 

Gosto de fotografar sozinha, sem pressa, me conectar com o momento, aproveitando os detalhes e oportunidades”. (GP) 

A fotografia abriu meus horizontes para novas telas, novos desenhos, mais um dom que só veio me enriquecer e a acalmar meu espírito e alimentar minha alma”. (IB)  

Onde podemos acessar o livro? 

O livro tem acesso gratuito. Clique aqui

De que forma a fotografia está presente na vida de vocês? 

Ilka Cristina: A cada dia temos a possibilidade de contemplar tudo o que está ao nosso redor: a natureza, as pessoas, o amanhecer, o anoitecer... São momentos que por vezes passamos despercebidos, mas que se prestarmos mais atenção todo momento é único e merece ser admirado mais atentamente. Então a fotografia tem essa magia de nos fazer bem e podermos compartilhar com outras pessoas os momentos bons da vida. A fotografia é um clique que faz bem.  

Elizenda Sobreira: A fotografia está presente na minha vida o tempo todo, seja estudando, viajando, participando de grupos e de saídas fotográficas, ressalto ainda os desafios fotográficos, a exemplo do desafio que criei nas redes sociais Instagram e Facebook propondo temas para que as pessoas que gostam da fotografia possam contemplar e desenvolver cada vez mais o seu olhar fotográfico, ou seja, a sua criação, uma vez que a criação é um processo lento, depende de nós, e cada pessoa tem o seu tempo para evoluir e desenvolver seu olhar artístico. 

Maura Fernandes: A fotografia está presente em minha vida diuturnamente, seja estudando, participando de grupos, viajando... Mas essencialmente está presente nas minhas reflexões sobre o mundo, a sociedade, a vida. Observar, estar sempre atenta é uma forma de aprimorar o olhar fotográfico, mas essencialmente uma “forma de viver”. A fotografia, para mim, “é traduzir com luz a poesia dos fragmentos do tempo”. 

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor cada uma das escritoras e o mundo da fotografia como terapia. Agradecemos a participação. Que mensagem você deixa para nossos leitores? 

Ilka Cristina: No mundo da arte contemporânea é fundamental estudar e praticar, procurar aprimorar o conhecimento naquilo que você gosta. A arte da fotografia tem um universo amplo de significados, enfatizando que, com as tecnologias e facilidades da era digital, qualquer coisa se tornou fotografável. Aproveitar os bons momentos da vida é fundamental. 

________________________________________________________

Por Assessoria de Comunicação  –  contato@olhovivoca.com.br

Seja o primeiro a comentar

×

×

×