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Cláudio Alcântara

claudioalcantaravr@hotmail.com

Teoria e Prática

Wallace Feitosa ensina além do básico em curso de fotografia digital

Serão 17 horas, sendo 12 em sala de aula e cinco horas de aula prática, em Volta Redonda

Indicados ao Prêmio OLHO VIVO  –  23/01/2014 15:21

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(Fotos: Divulgação)

Turma do curso em 2010: Há quem busque para aprimorar o que já sabe

Wallace Feitosa está com novo curso de fotografia digital. Serão 17 horas, sendo 12 em sala de aula e cinco horas de aula prática, ou seja, a proporção é: teoria - 70%; prática - 30%. Começa em 3 de fevereiro, na AEVR (Associação dos Engenheiros de Volta Redonda). Geralmente a aula externa é feita na feira livre, aos domingos, na Vila Santa Cecília. As aulas acontecem uma vez por semana (três horas de duração, nos dias 3, 11, 18, 23 (aula externa) e 25 (última aula para avaliação das fotos feitas pelos alunos na aula externa). O valor do curso é de R$ 300. O aluno deve levar sua câmera digital para tirar as dúvidas sobre seu equipamento. 

- Não aceito que façam o curso com câmeras de celular. Preciso que as câmeras tenham pelo menos o modo Manual. Entrego apostila, e nesse ano também a apostila digital, uma camisa do curso para a aula externa e o certificado de participação e conclusão dessa etapa - diz. 

Wallace Feitosa começou fotografando pequenos eventos em Volta Redonda, em 1987. Em 92, resolveu se tornar profissional e conseguiu um emprego como fotógrafo na revista "Panrotas", sobre turismo, na cidade do Rio de Janeiro. Ficou na revista por um ano e retornou para Volta Redonda em 93. Ingressou no jornal "Diário do Vale" nesse mesmo ano e em seguida no jornal "O Dia", em 94, onde ficou até 99. O profissional montou uma empresa de fotografia direcionada para trabalhos corporativos, institucionais e eventos sociais. Trabalha com empresas do porte da Peugeot-Citroen, CSN, Scania, Votorantim, Unimed e Fundação CSN. Fez a exposição "Intercâmbio", no Gacemss (Grêmio Artístico e Cultural Edmundo de Macedo Soares e Silva), com fotos de uma viagem a Nova York, e "Inspiração", no Espaço das Artes Zélia Arbex. 

Confira a entrevista com Wallace Feitosa 

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"O ideal seria aliar boa técnica com olhar apurado; olhar apurado a gente consegue apreciando arte, vendo e visitando exposições pessoalmente ou na internet; buscar inspiração num filme, numa novela, num videoclipe..."

Com o curso, o aluno fica apto a fazer fotos profissionalmente, ou seja, é um curso profissionalizante. Ou apenas para conseguir fazer boas fotos para seu acervo pessoal? 

Olha, essa questão é bem complicada. A princípio minha resposta é um não irredutível. Não é um curso profissionalizante ainda. Tenho outros workshops que uso para aperfeiçoamento do que foi aprendido nessa primeira etapa. Muitas pessoas procuram o curso para aprender a usar o equipamento, outros buscam o curso para aprimorar o que já sabem, vem gente com zero de fotografia e gente que busca um primeiro passo na profissão. Sempre digo que "Fotografia vicia"... Então muita gente acaba se interessando pela profissão. Tem algumas pessoas trabalhando profissionalmente na região que passaram pelo meu curso. Isso é muito gratificante, eu acho. 

É possível explicar o conteúdo que está no flyer (ver imagem no fim desta entrevista), uma explicação bem resumida para cada tópico? 

Sim. Nesse curso de fotografia muita coisa é interligada e se resume muito à abertura de diafragma e velocidade do obturador. Costumo dizer também que esse curso vai muito além do básico. Por conta da minha "formação" em fotojornalismo vou muito adiante nos assuntos básicos. Conto muito das minhas experiências em jornal e também da época do filme e das dificuldades para a revelação e captura da imagem. 

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Turma em Paraty: Muitas pessoas procuram as aulas para aprender a usar o equipamento

A fotografia digital acabou com o interesse pela fotografia mais "tradicional"? 

A fotografia digital chegou para ficar. Muita ansiedade nos dias de hoje e o resultado imediato transformou a fotografia num tipo de especiaria. Todo mundo fotografa tudo. O custo zero da revelação digital também atrai. O lado ruim é a falta de conscientização da fotografia em si. Hoje tem muito apertador de botão. Cliques sem emoção. Registros de nada. Fotos perecíveis. Digo que as pessoas fotografam lixo (jogam num HD e esquecem até que aquilo existe, até que num belo dia o computador é atacado por um vírus e tudo é perdido). Em alguns países europeus e em regiões dos Estados Unidos, ainda existem artistas que trabalham com filme, fazendo trabalhos mais artesanais sem a manipulação digital. Fotografia tradicional é aquela que você tem as fotos em suas mãos, em álbuns e em porta-retratos. Hoje é tudo muito passageiro. Ninguém imprime fotos. Qualquer um pode fotografar de diversas maneiras, até e principalmente com telefones. 

Eu vejo muitos cursos de fotografia digital anunciados por aí. Quais os cuidados que o interessado deve ter ao escolher fazer um curso desse tipo?

Penso que deveriam checar o fotógrafo e seus trabalhos, ver quem já fez o curso e buscar referências... Muita gente se engana achando que consegue aprender via internet, YouTube etc. Não adianta ter técnica sem ter o olhar e o sentimento da boa foto. Ver o local. A idoneidade do professor. Se ele passa bem os assuntos. Se interage com a turma. Há quanto tempo ele está no mercado e ministra cursos de fotografia. Se vive de fotografia e não transforma a fotografia em bico de fim de semana. 

Quem consegue boas fotos digitais é capaz de fazer boas fotos com as técnicas "tradicionais" ou uma coisa nada tem a ver com a outra? 

As câmeras digitais semiprofissionais e profissionais atuam da mesma forma digitalmente e analogicamente. O conceito é o mesmo. O pulo da fotografia analógica para a fotografia digital foi sensacional. Facilitou muito a vida dos profissionais. Hoje, quando acabo um trabalho, consigo ver o resultado na hora e durmo mais tranquilo. Tem a ver sim. As duas técnicas são parelhas. Erro no tradicional = erro no digital. Não tem diferença. Aliás, hoje tem o ajuste no computador, mas aí já é uma outra questão. 

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Tem algumas pessoas trabalhando profissionalmente na região que passaram pelo curso

Qualquer pessoa pode aprender a fazer boas fotos? Ou o bom fotógrafo é como o bom ator, o bom cantor, o bom artista plástico... Ou seja, é preciso talento, além da técnica? 

Sempre. Talento é imprescindível nessa profissão. Nesse curso eu faço os alunos enxergarem o mundo de forma retangular (apesar de todos falarem enquadramento da imagem). Peço que façam exercícios mentais colocando tudo num frame imaginário. Pensar fotograficamente. Tem gente com maior sensibilidade e gente com maior aprendizado em técnicas. O olhar é adquirido com o tempo. Quanto mais bagagem cultural adquirimos mais aproveitamos a "viagem". O ideal seria aliar boa técnica com olhar apurado. Olhar apurado a gente consegue apreciando arte, vendo e visitando exposições pessoalmente ou na internet. Buscar inspiração num filme, numa novela, num videoclipe... 

Programas de computador que "melhoram" (às vezes, pioram) a qualidade das fotos se popularizaram de tal forma que dificilmente vemos fotos que retratam a realidade. Essa é uma "evolução" irreversível da fotografia? 

As imagens mexidas são muito usadas em publicidade. Todos pedem pra dar uma arrumada no photoshop, ajeitar a pele, o cabelo, as olheiras e até para emagrecer. Mundo da vaidade. Acho bem legal esse interesse. Tudo que ajude a divulgar a profissão. No fotojornalismo, por exemplo, é totalmente proibida a manipulação de imagens. Eu uso programas de computador para melhorar a imagem e não para alterar a imagem. Penso que devemos pensar muito antes do clique. Ver o que está bom e o que está ruim e só depois fazer a foto. Fotografar de qualquer jeito e depois arrumar no photoshop não é fotografia. Os programas de computador são necessários para dar uma melhor qualidade nas imagens capturadas pela câmera. Quem não quer uma bela imagem de um familiar ou de um lugar exótico com cores saltitantes? Considero uma excelente evolução.

Serviço

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Por Cláudio Alcântara  –  claudioalcantaravr@hotmail.com

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