(Fotos: Divulgação)
Obras de Cacá Couto não se limitam a tinta óleo ou acrílica; ele experimenta todos os materiais
Ele é engenheiro e artista. Portanto, nada mais lógico do que seguir o estilo construtivo nas artes plásticas. Cacá Couto usa todo tipo de material, desde tinta a óleo ou acrílica, como também cimento, cal, madeira, ferro, alumínio e terra. Já fez uma série só com alimentos, Coloral, pimenta, café etc.
Antonio Carlos Silva Couto começou a pintar com 35 anos, pois sendo filho de artista formado na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, com pinturas dentro de normas acadêmicas, o bloquearam por muito tempo. Primeiro criou obras abstratas, passando pelo figurativo. Foram inúmeras experiências com todo tipo de material, fez muitos tipos de esculturas, usou todo tipo de suporte, desde telas a paredes e papel.
- Usei a tecnologia de copiadoras, computadores, usei som, imagem, efeitos especiais, e espero continuar experimentando tudo de novo que ainda está por vir, pois a arte está sempre em movimento - diz.
O artista também escreveu o livro "Energia da felicidade". E é engenheiro civil, profissão que muito sente orgulho, pois já construiu mais de duas mil unidades:
- Acho que também existe arte no meu trabalho de engenharia. Por outro lado, tenho certeza de que é praticamente impossível viver da arte, não só na nossa região, mas em quase todo o mundo.
Confira a entrevista com Cacá Couto
"Não sigo nenhuma regra, às vezes estou fazendo
três ou quatro trabalhos completamente diferentes"
De todos os gêneros e estilos na arte, com qual você se identifica mais?
A arte tem que transmitir emoção e sentimentos, então não importa gênero ou estilo, o que importa é o que você sente ao ter contato com a obra.
Como é o seu processo criativo? Você depende de inspiração para criar suas obras? Tem algum ritual para trabalhar?
Me falta tempo, mas quando começo trabalhar simplesmente acontece e é difícil parar. Já houve vezes em que virei a noite, só me dei conta da hora quando amanheceu.
E temáticas? Você explora temas específicos em séries de suas criações? Ou trabalha com temas variados? Quais?
Não tem nenhuma regra, às vezes estou fazendo três ou quatro trabalhos completamente diferentes, ainda costumo misturar escultura com pintura.
Que análise você faz do cenário das artes plásticas na região, principalmente em Volta Redonda? Você acompanha os novos talentos?
Sempre que posso acompanho, mas faltam espaços e a população no geral só consegue seguir o que diz a mídia, que só pensa no lucro.
É difícil para o artista conseguir expor em uma galeria em Volta Redonda? Você acha que temos poucas? Qual seria o caminho para abrir esse espaço de exposições?
É difícil, temos poucos espaços, o público interessado é pequeno. Como diz a música "Todo artista tem que ir onde o povo está", então acho que as exposições deveriam se misturar aos eventos, como universidades, shows, feiras e lugares de grande concentração de pessoas, pois só assim elas aprenderiam a apreciar arte. Mais ou menos assim é feito na Europa.
Quem te influenciou no seu trabalho artístico? Quais os artistas plásticos que mais tocam a sua emoção?
Kandinsky, Tarsila do Amaral, Pollock, Simone Turchetto, Ronaldo Auad.
O estudo é importante ou fundamental para o artista plástico? Ser autodidata também é um bom caminho?
Artista de verdade não precisa aprender, mas nenhum estudo pode ser desprezado, pois sempre acrescenta, estimula e abre a visão.
Gostou da participação na "Quinta Cult" (parceria OLHO VIVO + Cana Café)? Acha uma boa ideia as boates abrirem espaço para os artistas plásticos em suas festas semanais, como fazem com os cantores e bandas?
Adorei participar, achei uma ideia sensacional, e essa iniciativa pode dar muitos frutos, não desista, pois as grandes ideias nem sempre são entendidas na mesma hora.
Projetos. O que vem por aí?
Recentemente, criei os clipes para o lançamento do CD/DVD de Geraldo Magela de Castro, que foi lançado em 20 de novembro, no Sest/Senat, em Barra Mansa.
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