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Olhar Pop

Cláudio Alcântara

claudioalcantaravr@hotmail.com

Coletânea - Instalação Fotográfica

Zaqueu Pedroza, tudo junto e misturado

Artista plástico expõe na Toca do Arigó, em Volta Redonda, painéis com fotos que abordam o cotidiano, a curiosidade e expectativas

Indicados ao Prêmio OLHO VIVO  –  19/01/2015 08:11

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(Fotos: Divulgação)

São nove painéis; as fotografias foram reveladas em tamanhos
pequenos (20 x 25cm), juntas, e formam painéis de dimensões variadas
 

A ideia surgiu no começo de 2014 com a intenção de fazer uma exposição somente de fotografias, já que ele também trabalha com pinturas e outras técnicas em telas e materiais variados. "Coletânea - Instalação fotográfica", de Zaqueu Pedroza, pode ser vista até 10 de fevereiro, na Toca do Arigó, em Volta Redonda.

São nove painéis. As fotografias foram reveladas em tamanhos pequenos (20 x 25cm), juntas, e formam painéis de dimensões variadas, chegando a medir 200 x150cm, o maior deles.

- A escolha das fotos foram tiradas já de vários discos que tenho guardados. Cada painel aborda um tema, que para mim fica livre o modo de pensar de cada um que vê a foto - diz. 

Confira a entrevista com Zaqueu Pedroza

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"Me julgo muito curioso com tudo que se refere às artes; às vezes sinto até que sou muito volúvel"

Eles abordam o cotidiano, a curiosidade e expectativas. Três temas dentro de uma mesma exposição. Como foi criar um conceito único, amarrar tudo isso num mesmo trabalho? As fotografias são coloridas e PB. Abstratas e conceituais. Como foi trabalhar cada uma delas? Quais as diferenças entre esses olhares?

Gosto muito da questão conceitual e abstrata nas artes plásticas, tento levar essa opção também para a fotografia, ainda não me considero um fotógrafo com um nível profissional elevado, tenho ainda muito que aprender, tecnicamente falando. Como artista plástico, as inspirações fluem de modo natural. Assim está sendo com a fotografia. 

Misturar vários temas em uma única instalação eu resolvi com o título principal - "Coletânea" -, que realmente é uma variedade de fotos que já colecionava em discos. Exemplo disso é o trabalho que intitulei de "Pra não ficar no esquecimento". São fotos da manifestação "Acorda Brasil", ocorrida em 2013 aqui em Volta Redonda. 

O cotidiano entra em coisas simples que deixo realmente a expectativa e o pensamento de quem olha. Para não fugir ao estilo conceitual. Nem tudo que eu vejo ou penso é uma regra a ser seguida. Não é minha intenção fazer ferver as minhas ideias. A curiosidade está no olhar, no pensamento e na própria forma de ver. Talvez isso se resolva nas fotografias com sentido abstrato.

Como eu consegui tantas formas e cores? Com que eu trabalhei as luzes? Acho que conheço esse olhar. Já me perguntaram. 

Você escolheu um espaço alternativo para essa exposição. O que isso lhe atrai como artista? Quais as diferenças básicas entre esses espaços e as galerias de arte?

Essa questão de espaço alternativo para expor um trabalho que julgo arte vem de experiências minhas desde que residi em São Paulo. Nem todas as pessoas entram numa galeria de arte, aqui ou em qualquer lugar. Não que eu veja certa forma de desinteresse, não chega a tanto. E por que não expor num bar que tem uma virada para cultura, como é a proposta da Toca do Arigó? Claro que existe uma diferença, não sei se uma grande diferença. Se entro num ambiente, a primeira coisa que percebo é geralmente a decoração. Se entro em um bar e de cara se dá com uma sala cheia de quadros, fotos, o que seja, a primeira ideia é que rola alguma coisa diferente, e automaticamente a pessoa vai dar uma olhada. Sim, por que não? Em uma galeria de arte o intuito já existe: Ver arte. 

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Fotografar e transformar essas fotos em arte, em exposição, é completamente diferente dos seus trabalhos anteriores?

Tenho feito, desde 2012, alguns trabalhos incluindo a fotografia, seja ela por si, ou colagens em telas misturadas com pinceladas com tintas. Me julgo muito curioso com tudo que se refere às artes. Às vezes sinto até que sou muito volúvel. Já fui muito criticado por não ter um estilo próprio na pintura e agora na fotografia. Mas esse é meu estilo, liberdade de me expressar de forma ou técnica que eu quiser. Deixo bem claro que ainda podem acontecer muitas coisas. Minha cabeça ferve de ideias, mas fora de pensar em ser um artista de vanguarda. Pra quem já viu muita arte, esse conceito está fora de cogitação. Novidades não faltarão. 

O que vem por aí?

Projetos? Tenho dois guardados e um monte ainda fervilhando na cabeça. Mas agora tenho que prestar cuidados a meu pai que anda "mal das pernas", isso tem me tomado muito tempo. E, por já ter sido técnico de enfermagem, minha família fica mais segura. Então, vou ver como resolver essa questão sem deixar de dar atenção a ele. Claro que não vou parar. Arte me faz viver, me dá prazer e me acalma. E cuidar de quem ama também é uma arte. 

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Serviço

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> Coletânea - Instalação fotográfica - De Zaqueu Pedroza. Visitação: até 10 de fevereiro, a partir das 20h, sexta-feira, sábado e domingo. Toca do Arigó, Rua Crispim Assis Pereira, 67 - ao lado do posto AP da Amaral Peixoto, descida da Colina -, no São Geraldo. Acompanhe as novidades no Facebook do artista.

Edição impressa

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Por Cláudio Alcântara  –  claudioalcantaravr@hotmail.com

1 Comentário

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  • Zaqueu Pedroza

    Mais uma vez para agradecer a oportunidade de poder participar e ter meus trabalhos divulgados
    Neste que acho um um canal de informação respeitável.
    Aproveito para desejar sucesso na entrega do troféu Olho Vivo