(Foto Ilustrativa)
Sebastião Faria e José Luiz de Sá
tiveram contas rejeitadas no TCE; irmão
do prefeito é mantido na Smac
Sérgio Boechat
A formação dos secretariados do atual prefeito de Volta Redonda, Antônio Francisco Neto (PMDB), desde 1997, nunca obedeceu a nenhum critério técnico. Sempre prevaleceram a amizade e os acordos políticos e nunca se viu no município tantas barbaridades na indicação dos titulares das secretarias, das fundações, das autarquias, da empresa pública - EPD (Empresa de Processamento de Dados) e da sociedade de economia mista - Cohab (Companhia de Habitação). Não se valoriza a formação, a experiência ou a competência. Prevalece sempre o nível de cumplicidade com o projeto de poder que sempre orientou o grupo político. Chegou-se ao ponto, no último mandato, de um engenheiro elétrico comandar o Serviço Autônomo Hospitalar e tudo será igual nos próximos quatro anos; um médico como titular da Secretaria de Serviços Públicos; e um veterinário comandando a Secretaria de Meio Ambiente, sendo mantido no cargo neste novo mandato, entre outros absurdos.
Quem esperava mudanças radicais no novo governo é porque não conhece o atual prefeito. Só saiu quem quis sair, como é o caso do Jerônimo, Secretário de Obras, que foi eleito vereador, e haverá também aquelas mudanças que foram acertadas com Edson Albertassi, quando os dois fecharam o "acordo" para que o deputado apoiasse o candidato do PMDB, que temia não ser reeleito. O grande sonho dele, desde 2004, é a Secretaria de Cultura; gosta também do Furban (Fundo Comunitário) e tudo mais que puder conseguir. Ele quer fazer política usando esses órgãos municipais, porque não tem tido boas votações na Cidade do Aço.
Nada vai mudar, muito menos a postura
Teremos nos próximos quatro anos praticamente o mesmo secretariado; a mesma falta de competência; a mesma falta de transparência; os mesmos desmandos administrativos; a mesma falta de planejamento; a mesma falta de qualidade nos gastos públicos; a mesma política de empreguismo; o mesmo desrespeito ao funcionalismo; a mesma falta de qualidade na educação; a mesma saúde caótica; o mesmo discurso falacioso; as mesmas denúncias de escândalos; a mesma impunidade; o mesmo autoritarismo; a mesma distribuição de "mesada" para os meios de comunicação; os mesmos shows superfaturados, não importando muito o nome do secretário ou da secretária; os mesmos gastos com restaurantes e buffets; a mesma incapacidade na elaboração de editais para a terceirização de serviços; a mesma incompetência gerencial; a mesma falta de especialistas em cargos técnicos; o mesmo "controle" dos Conselhos, enfim, nada vai mudar, muito menos a postura, porque todas essas marcas estão no DNA do governo atual!
Na nomeação do "novo" secretariado, o prefeito descumpriu duas leis municipais, sendo que uma delas de autoria do atual vice-prefeito: A Lei da Ficha Limpa, do ex-vereador Carlos Roberto Paiva, que mantinha os "fichas sujas" no governo, mas ninguém poderia ser nomeado a partir da data de sua publicação. Acabam de ser nomeados o engenheiro Sebastião Faria - SAH - e José Luiz de Sá - Fevre (Fundação Educacional de Volta Redonda) - ambos com contas rejeitadas no Tribunal de Contas do Estado; e a Lei do Nepotismo, do ex-vereador Jair Nogueira, que proíbe a nomeação ou a permanência de parentes do prefeito, do vice-prefeito, dos vereadores, dos secretários e assessores na administração municipal e mesmo assim todos os casos estão mantidos, principalmente do irmão dele na Smac (Secretaria Municipal de Ação Comunitária).
Nenhuma medida de austeridade
Se a situação financeira estivesse realmente ruim, como revelou o prefeito, para não implantar o PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários), por que criar mais uma coordenadoria e por que não propôs uma reforma administrativa para reduzir o peso da máquina. Espaço para isso, ele teria. Não anunciou nada de novo na posse, como sempre acontece. Nenhuma medida de austeridade. Nenhuma proposta de corte de gastos, muito pelo contrário. Nenhuma redução de RPA (Recibo de Pagamento a Autônomo) e muito menos de cargo comissionado. É realmente a cristalização da mesmice.
Ainda bem que já começou a contagem regressiva para a eleição de 2 de outubro de 2016, quando com mais profissionalismo, mais planejamento, um melhor discurso, propostas bem fundamentadas, candidatos mais preparados e uma estratégia inteligente, vamos por um fim em tanta "mesmice", garantindo a Volta Redonda as mudanças que a população tanto espera e que o governo atual já demonstrou não ter compromisso com elas!