(Foto: Wallace Feitosa)
Atriz dá show de interpretação em monólogo escrito e dirigido por Alexandra Garnier
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O teatro, pode muitas vezes não parecer, é uma arte democrática. Nele, múltiplas linguagens passeiam pelos olhos do público. E esse olhar pode se tornar viciado. Felizmente, há opções e artistas que não têm medo de arriscar, experimentar, testar, errar e acertar. Não raro, a preferência não é preferência. O gostar não é um gostar autêntico, é um vício.
"Galo na rinha", escolhido para abrir o projeto Cena Papagoiaba, parceria entre o Coletivo Teatral Sala Preta, de Barra Mansa, e o Gacemss, em Volta Redonda, é uma prova de que é possível, sim, tratar esse círculo vicioso. Um espetáculo fora do contexto comercial. Fora do convencional. Uma peça rara hoje em dia e que aborda com delicadeza e humor coisas tão próximas a nós todos, como a solidão, por exemplo. O monólogo foi encenado em março, no Grêmio Artístico e Cultural Edmundo de Macedo Soares e Silva.
O público encontra no palco uma Luciene Martes madura, experiente e que parece brincar com cada uma das seis personagens. Uma brincadeira de prazer e troca. As vidas incorporadas no decorrer do espetáculo se comunicam entre si e com a artista. E esse diálogo chega sereno, algumas vezes aos olhos do público; outras, escancarado em risos.
O monólogo, escrito e dirigido por Alexandra Garnier, com supervisão de Sura Berditchevsky, tem a capacidade de apresentar a quem está viciado nas linguagens comerciais a beleza de um teatro, talvez, não melhor, mas igualmente prazeroso. E com que prazer o público acompanha Luciene miximinizando aquele palco com a cenografia de Doris Rollemberg, ao mesmo tempo em que agiganta tudo ao seu redor. Tudo embrulhado pela iluminação delicadíssima de Rafael Crooz. Luciene está no palco e cada um de seus gestos parece bailar ao som da trilha composta por Bianco Marques.
"Galo na rinha" já colheu bons frutos do trabalho e dedicação da equipe. Em Teresina (Piauí), por exemplo, ganhou os prêmios nas categorias melhor direção (Alexandra Garnier) e melhor trilha sonora (Bianco Marques), além das indicações de melhor atriz (Luciene Martes) e melhor espetáculo, na 20ª edição do Concurso Nacional de Monólogos de Teresina. Mas nenhum prêmio é maior do que poder matar as saudades de estar cara a cara com um espetáculo que faz o público se divertir, sim. Mas, acima de tudo, se sentir vivo.
O projeto Cena Papagoiaba, segundo o Sala Preta, está aberto para artistas e grupos artísticos regionais, com trabalhos autorais.
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Veja a entrevista com Luciene Martes
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