Publicidade

Premiação 2026

Olhar Pop

Cláudio Alcântara

claudioalcantaravr@hotmail.com

Teatro/Asilo das Luluzinhas - A Partida

Os velhinhos se divertem em peça de Marcelo Soares

Puro entretenimento arranca risos do público com facilidade; espetáculo da Arte in Foco volta ao palco em julho; desta vez, no Cena Papagoiaba, em Volta Redonda

Crítica  –  25/07/2014 07:48

Postada em 05/07/2014 (16:26:26)

1

(Foto: Divulgação)

Fábio Soares, que nos últimos tempos ganhou projeção como
colunista social, volta a exercitar o seu lado ator e se sai muito bem

Arte é assim: Existem propostas, e propostas. Não é aconselhável ir ao cinema ver um filme de ação, esperando encontrar lá uma obra de Woody Allen. Ou a um show da Madonna, tendo em mente uma apresentação da Adele. Com o teatro é a mesma coisa. Quando fui convidado a assistir "Asilo das Luluzinhas - A partida", no Sesc (Serviço Social do Comércio), em Barra Mansa, em maio, eu me informei sobre o que estaria no palco. É o mínimo que o público deve fazer. Sem muitas expectativas, o espetáculo me surpreendeu. O que é melhor: positivamente. A apresentação comemorou os sete anos da Casa de Cultura Arte in Foco.

Continuação do sucesso "Asilo das Luluzinhas", que teve estreia em dezembro de 2010, a nova peça reúne vários pontos positivos - embora na noite fria em que conferi o espetáculo, uma série de imprevistos tenham atrapalhado o resultado final. Mas, no conjunto, ficou uma boa impressão do trabalho que tem texto e direção de Marcelo Soares.

Com alguns pequenos cortes, já que o texto tem umas gordurinhas a mais, "Asilo das Luluzinhas" pode ficar ainda melhor. Há momentos em que algumas falas são desnecessárias, esticando a peça sem acrescentar nada à história e nem fazer rir. Aliás, o ponto alto do espetáculo é arrancar risos do público com facilidade, principalmente pela participação especial de Fábio Soares.

Binho, que nos últimos tempos, ganhou projeção como colunista social, volta a exercitar seu lado ator e mostra que não perdeu o tempo de comédia, optando por elevar dois tons no caminho caricatural. É o contraponto às interpretações do elenco veterano. Anália Marcelino, Ondina Maria, Telma Monção, Vanilda Barros, Marly Fernandes, Lourdes Melo, Nair Correa, Tuta Hartung e Ivete Sotero não são atrizes minuciosamente preparadas para arte de interpretar. Mas não é essa a proposta de Marcelo Soares. Nesse aspecto, elas se saem muito bem, obrigado.

O público se identifica de cara com as senhoras que estão em cena. Tanto que, no ano passado, "Asilo das Luluzinhas - A partida" foi apresentado duas vezes, também com convites esgotados. Sem muitas pretensões, Marcelo Soares criou uma peça leve, que nas entrelinhas faz refletir sobre as formas da partida. A história gira em torno da morte da personagem "Cotinha". Mas não vá conferir essa comédia, na tentativa de encontrar respostas filosóficas sobre o existencialismo. Não é nada disso.

O cenário é simples; o figurino, também. As marcações procuram facilitar bastante o trabalho do elenco, nem por isso a peça perde o ritmo (a não ser por causa das gordurinhas já mencionadas). Vinicius Viana faz participação especial como o galã da história, o que, convenhamos, não exige muito esforço.

Se fosse cinema, "Asilo das Luluzinhas" seria um daqueles filmes que você vai assistir só para ter uma desculpa pra comer pipoca e tomar refrigerante. Ou seja, é puro entretenimento. A peça volta à cena em 26 e 27 de julho, às 20h. Desta vez, no Grêmio Artístico e Cultural Edmundo de Macedo Soares e Silva, em Volta Redonda, como atração do projeto Cena Papagoiaba (parceria Sala Preta + Gacemss). Vai lá rir um bocado...

Serviço

> Casa de Cultura Arte in Foco - As novidades do grupo estão no Facebook e também no site.

Edição impressa

2

1

Por Cláudio Alcântara  –  claudioalcantaravr@hotmail.com

Seja o primeiro a comentar

×

×

×