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Olhar Pop

Cláudio Alcântara

claudioalcantaravr@hotmail.com

Enquete

CD da banda The Black Bullets é escolhido o melhor do ano

Grupo de Valença já havia vencido na categoria "melhor banda"; álbum fechou com 49,59% dos votos dos leitores do OLHO VIVO

Crítica  –  20/11/2012 15:32

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(Fotos: Divulgação)

“A cada dia que passa vamos acrescentando
mais pessoas ao nosso público, e isso é fantástico” 

Duas vezes campeã. Nos “Melhores de 2012” deu The Black Bullets na cabeça mais uma vez. Os rapazes de Valença, que já haviam vencido como “melhor banda”, conquistaram a vitória na categoria “melhor CD do ano”. O álbum, que tem o mesmo nome da banda, fechou a disputa com 49,59% dos votos dos leitores do OLHO VIVO. Em segundo lugar ficou “Bonito”, da Derival, coseguindo 16,62% da preferência dos internautas, e o disco “Mil faces”, da D’Hanks, aparece na terceira colocação, registrando 10,35%. O resultado completo da enquete está aqui. O OV bateu um papo com o guitarrista da TBB, Felipe Martins, que contou tudo sobre o primeiro disco da banda.

Confira a entrevista com o guitarrista Felipe Martins

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"Apesar das letras em português, não perdemos
a nossa identidade em nossas canções"

Duas indicações, duas vitórias. O público de vocês, além de fiel, é participativo mesmo, o que é ótimo. Essa seria uma característica dos fãs de rock?

Poxa, ficamos lisonjeados pelas duas indicações, ficamos felizes por termos sido os mais votados as duas vezes. A cada dia que passa vamos acrescentando mais pessoas ao nosso público, e isso é fantástico. O público rock é um público muito fiel, e realmente eles nos apoiam muito, com certeza sem nosso público nada seríamos. Desde já agradecemos a todas as pessoas que nos acompanham, isso é incrível!

Como foi o processo de concepção do CD? Quanto tempo levou para compor todas as músicas? Existe um conceito no disco?

Passamos 2011 trabalhando no processo desse álbum, desde algumas composições, até mesmo nossa luta para juntar a grana para gravá-lo. No fim de 2011 entramos em estúdio, e nem tínhamos todas as músicas prontas, tivemos que pausar as gravações por conta de nossa agenda de shows. No início de 2012 retornamos aos trabalhos de gravação, conseguimos aprontar tudo até julho, quando lançamos o álbum aqui em nossa cidade. Com relação a conceito, não pensamos nisso. Na verdade, a única coisa que queríamos é que o álbum realmente tivesse a nossa cara, porque isso é difícil para uma banda que só faz covers internacionais, quando grava um álbum autoral com letras em português. Mas isso conseguimos realmente manter. Apesar das letras em português, não perdemos a nossa identidade em nossas canções.

As letras são em português. O rock casa bem com a nossa língua pátria?

Claro, acho que o rock não tem fronteiras ou linguagem, a alma do rock está no feeling que se executa a canção. Temos grandes bandas de rock nacionais que fazem suas letras em português e outras em inglês, e isso não impede que cada uma delas tenha seu reconhecimento. Só o fato de se estar fazendo arte já é um grande reconhecimento.

Vocês começaram a gravar no fim de 2011 e terminaram no início de 2012. Como foi essa experiência em estúdio? Muito diferente do palco?

Bom, existe sim a diferença. O palco você está tocando todos ao mesmo tempo, tem o público passando a energia positiva, a emoção, é diferente. Mas, mesmo o estúdio sendo uma situação mais “formal”, pelo fato de ser nosso primeiro disco, primeira vez gravando, e nós todos vendo o álbum tomando forma, foi com certeza um sentimento muito louco. Quando as cópias chegaram da firma que fez o trabalho de gráfica e prensagem foi emocionante. Ver aquele disco pronto, em nossas mãos, assim como segurávamos os discos de nossos ídolos quando comprávamos nas lojas, foi um sentimento único.

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"O rock não tem fronteiras ou linguagem, a alma
do rock está no feeling que se executa a canção"

O CD foi lançado em julho de 2012, em Valença. Detalhe a festa de lançamento.

Lançamos o álbum em julho de 2012, todos imaginaram que faríamos o lançamento em algum clube, ou casa de show da cidade, mas não. Nossa ideia era realmente fazer um show para mostrar ao nosso público o que eles nos influenciaram e nos ajudaram a chegar. Fizemos um show em um espaço público, tocamos no chão, assim como foi o primeiro show da The Black Bullets. Foi muito especial ver aquela praça lotada, as pessoas comprando nosso álbum, e o mais importante: gostando do conteúdo do disco. Foi incrível.

O álbum contém oito faixas, e é puro rock’n’roll, como vocês disseram na outra entrevista. Faça um faixa a faixa comentado, por favor.

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1 - Começamos o álbum com a música “O ouro e a prata”, é um rock clássico, com nuances de progressivo;

2 - Em seguida vem “How long”, que é um blues rock com uma levada pesada, bem a marca da TBB mesmo;

3 - A terceira faixa é “Inviolável”, um rockão clássico dos anos 60 com um discurso levado por uma marcha, logo em seguida cai em um blues;

4 -Fortaleza” é o nome da quarta música do disco, é uma balada, foge um pouco dos outras faixas em estilo e letras, é uma balada que fala de amizade, tem uma nuance progressiva também;

5 - Logo em seguida vem “Sem piedade”, música que tem um padrão diferente das outras músicas, começa lenta e cai no peso com uma letra inspirada e solos de guitarras nervosos;

6 -Pedras e rancores” é um rock’n’roll clássico, estilo Barão Vermelho, com peso;

7 -Espectro espectador em sua atemporal reflexão #1” é um progressivo, influenciado por nossos grandes ídolos, cada um da banda colocou sua influência progressiva nessa faixa, e temos como participação especial o nosso grande amigo e músico de apoio Cláudio Morgado;

8 - E fechando o álbum, uma faixa acústica bem folk e R&B, que ao vivo é executada com a banda toda e com guitarras, fica bem interessante ouvi-la no álbum acústica e ao vivo cheia de peso.

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"Ser pirateado é sinal de que sua música
está girando por aí, isso é o importante"

Vamos dar crédito à parte técnica do CD (capa, trabalho gráfico, gravação, masterização etc.).

Poxa, tivemos ajuda de grandes amigos nesse trabalho, inclusive Rominho Alvernaz e João Jr., integrantes da banda, participaram da parte de encarte do álbum. Mas podemos citar Thiago Xisto (capa, fotos), Diego Costa (fotos), Wilson (fotos, colaboração em geral), Luiz Paulo (o homem que masterizou, gravou, nos auxiliou com o álbum e dono do estúdio onde gravamos). Gravamos o álbum em Barra Mansa. Fred Ielpo e Claudio Morgado (músicos de apoio), muita gente nos ajudou, são grandes amigos. Obrigado a todos.

Hoje em dia não se ganha dinheiro com CD, é mais uma questão de registro do trabalho. Você concorda com isso? E a questão da pirataria, de baixar um CD inteiro pela internet de graça. Qual a avaliação da banda sobre essa questão?

Realmente não se ganha mesmo dinheiro e nem é nossa intenção, colocamos um preço onde possamos com o valor da venda fazer mais cópias. A ideia, claro, que era gravar algo nosso, ter um álbum assim é o sonho da maioria dos músicos. O lance da pirataria existe e temos que estar cientes e de boa com isso. Não temos problema nenhum com isso, ser pirateado é sinal de que sua música está girando por aí, isso é o importante.

Vai rolar clipe de alguma música do CD?

Sim, 2013 promete. Estamos com um projeto grande para ano que vem, e se tudo correr como estamos alinhavando coisas muito boas estão por vir, inclusive um clipe, ou quem sabe mais de um, né? (risos)... Nunca estamos parados, sempre pensando longe.

Já pensam na gravação de um novo álbum? Estão trabalhando para isso?

Ainda temos muito o que divulgar desse álbum, já temos outras canções pra trabalhar, mas um segundo álbum ainda não estamos pensando não. Ainda estamos divulgando esse primeiro álbum que tem sido muito bem aceito pelos fãs de rock. Gostaria de agradecer a todos que fizeram capaz esse álbum existir, nosso amigos, colaboradores, músicos de apoio, a TBB em geral, e em especial ao nosso público, pois sem eles nunca chegaríamos aqui. Vocês são realmente a fonte de nossas inspirações e nossa motivação!

Por Cláudio Alcântara  –  claudioalcantaravr@hotmail.com

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