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Supermax

Série da TV Globo erra a mão no suspense/terror

Cheia de buracos, trama não mantém o ritmo esperado; os cinco primeiros episódios são médios e não prendem a atenção pra valer

Crítica  –  22/09/2016 11:24

Publicada: 19/09/2016 (20:00:06) . Atualizada: 22/09/2016 (11:24:02)

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(Foto: Divulgação)

Balanço: Mesmo com todos os defeitos, série vale a conferida; um dos pontos fracos é o elenco 

“Supermax”, a tão esperada série da TV Globo, entrou na programação do aplicativo Globo Play, antes de estrear no canal aberto mais assistido do país. Veio com o propósito de mostrar que a TV brasileira tem condições de produzir um show, como dizem os americanos, em nível internacional. Foram disponibilizados 11, dos 12 episódios, para os assinantes. O último só irá ao ar simultaneamente com a TV. Segundo o diretor José Alvarenga Jr., foram gravados dois desfechos para finalizar a história.

Fiz uma maratona no fim de semana e cheguei à seguinte conclusão: quase chegamos lá. Falta pouco, mas em minha opinião, ainda não foi desta vez que tivemos uma série com poder de mobilizar de maneira avassaladora a audiência do público assistente.

E aí você pergunta: A série é boa?

Sim. Muito boa. Ótima. Como disse, falta pouco para termos um padrão de primeira neste gênero de entretenimento na TV brasileira. A questão é que ficaram alguns buracos e a trama não manteve o ritmo esperado. Os cinco primeiros episódios são médios e o suspense e o terror não são suficientes para atender a expectativa e prender a atenção pra valer. Não fica aquela tensão do próximo episódio.

Aliás, esses dois elementos, suspense e terror, são a alma de “Supermax”. Foi o que mais foi divulgado nas chamadas e trailers na TV e internet. E foi exatamente onde os autores e equipe não conseguiram acertar a mão e explorar como deveriam, para surpreender o público. O excelente roteiro apresentado merecia muito mais em seu desenvolvimento e produção. Quando você pensa que vai engrenar, a trama escorrega. Um exemplo: as figuras assustadoras são realmente assustadoras, mas aparecem pouco e não se leva adiante o clima de terror em torno das mesmas. Parece que fica algo sem arremate pelo caminho. Como dizem, são as famosas pontas soltas, que mesmo muito bem esclarecidas e definidas mais adiante já não assustam e perderam o encanto, pois não tiveram o devido peso na hora certa. Fiquei o tempo todo na expectativa de algo do tipo “American Horror Story” e “The Walkind Dead”, mas... Fiquei na saudade, como dizia minha avó. 

Infelizmente, atores não convencem

“Supermax” é uma criação de José Alvarenga Jr., Marçal Aquino e Fernando Bonassi, com coautoria de Bráulio Mantovani, Carolina Kotscho, Dennison Ramalho, Juliana Rojas, Raphael Draccon e Raphael Montes. A direção geral é de José Alvarenga Jr. No elenco temos Mariana Ximenes, Cleo Pires, Vania de Brito, Erom Cordeiro, Maria Clara Spinelli, entre outros. Os atores trazem muito de sua bagagem de novelas, mesmo tendo passado por uma preparação e laboratório para assimilar o tipo de interpretação a ser trabalhada neste gênero. Infelizmente em nenhum momento qualquer dos atores consegue atingir a intensidade exigida numa produção deste nível. Quando um personagem passa por uma cena pesada e traumática, como a perda de um membro do corpo, não é convincente.

“Supermax” amanhã, 20, na Globo com exibição sempre às terças-feiras, ou seja, um episódio por semana. Não sei se o telespectador da TV aberta está inteiramente preparado para este formato que acompanhamos na TV fechada. Este público está habituado ao ritmo das novelas, seriados em sequência, comédias semanais e programas especiais. Corre-se o risco de o interesse se perder ao decorrer da semana. 

Projeto de alto nível e muito ambicioso 

“Supermax” conta a história de 12 participantes de um reality show que são confinados em um presídio de segurança máxima desativado em plena Floresta Amazônica. Tudo começa redondinho. Já que é um reality show, temos até Pedro Bial no comando, como acontece no “Big Brother Brasil”. Mas aí o grupo perde o contato com a produção e tudo se complica de maneira desesperadora. Outro ponto mal explorado é que os 12 confinados têm uma dívida com a justiça e ninguém é santo, muito pelo contrário. Esse gancho poderia ter rendido mais na história de cada um, já dentro do presídio. Falando em presídio, mesmo sendo cenográfico, o local possui espaços reais e tecnológicos. A estrutura de três andares e 800m² foi erguida dentro de uma tenda de 11 metros de altura, em uma das cidades cenográficas dos Estúdios Globo. O espaço comporta 12 celas com portas automáticas, que oferecem cama e vaso sanitário para cada participante. Além de refeitório, cozinha e sala de TV. Em total clima de reality show, 11 câmeras foram espalhadas pelo cenário, sendo cinco vindas do “Big Brother Brasil”. O projeto é de alto nível e muito ambicioso. Seu formato foi exportado para uma versão internacional da série, de produção argentina, que conta com Cecilia Roth (atriz portenha) e Bruno Gagliasso no elenco. O cenário será o mesmo, onde será aproveitada toda a estrutura brasileira, montada no Projac, no Rio de Janeiro. 

Os autores sinalizaram com a esperança de uma produção de tirar o fôlego com a temática do confinamento, engenhosamente envolvida pelo terror e suspense. Quase se chegou lá e nós que somos fãs de séries ficamos felizes com essa evolução. O tema de abertura, “The Darkness”, é um blues de Leonardo Cohen, que merece um 10. Uma segunda temporada não está descartada. Até a próxima! 

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