Da silhueta em forma de ampulheta à próxima década, o importante é se sentir bem com o seu visual

Modelos: Jô Lopes, Bruno Camilo, Duda Abreu, Mary Perez, Sophie Rabena, Edson Secatto, Léo Debrav, Daniel Franco, Isa Bombom, Marco Pastor, Nathy Guedes, Klara Felix e Mari Rocha

Texto: João Paulo Cardeal

Amores e amoras desta coluna, como vocês estão? Finalmente, com o avanço da tecnologia, consegui escrever a coluna de moda que sempre sonhei. Sim, as fotos que ilustram este texto são geradas em Inteligência Artificial sobre fotos de modelos os quais eu já havia fotografado. Consegui montar uma bela linha temporal década após década.

(Fotos: Arte criada em IA sobre fotos de João Paulo Cardeal/Nova Cardeal Produções)

Belle Epoque ou Era Edwardiana (1900-1919) - A moda era marcada por silhuetas em forma  ampulheta, criadas pelos espartilhos justos (lindos, porém desconfortáveis). As mulheres usavam vestidos longos, chapéus ornamentados e detalhes luxuosos, enquanto os homens apostavam em ternos de três peças com cartola e bengala. Imagino o calorão que deveria ser...

Loucos Anos ou Era do Jazz (Anos 20) - O mundo acabara de sair da Primeira Guerra Mundial e da epidemia de gripe espanhola. Os vestidos tornaram-se retos e curtos, muitas vezes com franjas e brilhos para dançar jazz. Os homens  adotaram ternos mais leves e esportivos.

Década de 30 - Após a crise de 1929, a moda feminina voltou a ser mais sóbria e elegante, com vestidos longos, fluidos e cintura marcada. Ombros discretos e tecidos refinados traziam sofisticação ao visual. Os homens continuaram fiéis aos (calorentos)  ternos escuros, geralmente acompanhados de chapéu fedora.

Década de 40 - Durante a Segunda Guerra Mundial, a moda tornou-se prática e funcional: saias mais curtas, ombreiras e tecidos simples refletiam a escassez de matéria prima e até mesmo de mão de obra.  O estilo militar influenciou (e muito), tanto homens quanto mulheres, marcando a silhueta com linhas retas. Após o conflito, o estilista Cristian Dior revolucionou com o “New Look”, trazendo saias rodadas e cintura fina.

Década de 50 - Para as mulheres saias godê, vestidos rodados e cintura bem marcada. Ao mesmo tempo, a juventude rebelde lançou moda com jeans, camisetas e jaquetas de couro. Homens alternavam entre ternos clássicos e o estilo descontraído de James Dean e Elvis, que brilhavam e inspiravam tanto no cinema quanto na TV.

Década de 60 - Minissaias, cores vibrantes e estampas geométricas tomaram conta da década. O estilo hippie surgiu no final da mesma, com roupas soltas e florais. Paz e amor, brother.  Os homens também variavam entre ternos ajustados ao estilo Beatles e visuais psicodélicos.

Década de 70 - Pensem numa diversidade! O espírito hippie trouxe calças boca de sino, camurça, franjas e estampas coloridas, enquanto a era disco espalhou brilhos, lurex e macacões justos. A moda era muito diversa e bem extravagante, refletindo liberdade e criatividade. Homens usavam camisas abertas, plataformas e muito brilho.

Década de 80 - Chegamo à minha década favorita, onde tínhamos lindas musicas, ótimos filmes e nos vestíamos muito mal! O exagero tomou conta: Ombreiras enormes, cores vibrantes, brilho e excesso de acessórios. A moda fitness também ganhou espaço com lycra, polainas e bodies, enquanto o punk e o rock mostravam uma estética mais agressiva. Uma loucura só!

Década de 90 - Recalcularam a rota: A moda seguiu em direção oposta, adotando o minimalismo e estilos despojados. O grunge, com camisas xadrez e jeans rasgados, marcou a juventude, enquanto a moda esporte  ganhou força com marcas como Nike e Adidas. Homens e mulheres também adotaram  jeans de cintura alta e peças casuais básicas.

Anos 2000 - O estilo “Y2K” (futurismo e estética pop)  trouxe brilhos, jeans de cintura baixa, tops curtos e óculos chamativos. Mostrar a barriguinha era hype. Surgiu o duvidoso visual “emo” com roupas escuras e cabelos coloridos. Homens adotaram camisetas estampadas, calças largas de skatista e tênis, refletindo uma moda mais urbana. Sem esquecer a famosa combinação "camisa de malha estampada pra dentro da calça de cintura alta e sapatinho de camurça".

Anos 2010 - A trend era  streetwear e  casual chic, com calças skinny, croppeds e tênis de luxo no dia a dia. A estética “normcore” trouxe simplicidade e roupas básicas como tendência. Homens investiram em barbas bem cuidadas, camisas ajustadas e tênis sneakers como item de status.

Anso 2020 - A moda atual soa blasé, enfadonha  e sem identidade. Ela é plural, com estilos retrô convivendo com tendências modernas e sustentáveis. A pandemia fortaleceu o conforto, popularizando roupas largas (oversized). Há também valorização da moda sem gênero, com alfaiataria desconstruída e foco na diversidade.

Próxima Década - A moda deve se tornar cada vez mais sustentável, inclusiva e consciente, com foco em diversidade. A tecnologia terá papel central, trazendo tecidos inteligentes, roupas digitais e produção personalizada sob demanda. Além disso, veremos um remix entre nostalgia retrô e inovação futurista, unindo estilo, conforto e propósito.   

Como participar da coluna de Moda

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