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Cláudio Alcântara

claudioalcantaravr@hotmail.com

Tomada Urbana

A história renasce nas ruas de Barra Mansa

Coletivo Teatral Sala Preta foi destaque com o desfile-cênico

Teatro  –  12/11/2014 10:33

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(Fotos: Divulgação/Fábio Soares)

Cena 1: "És tupi do Brasil: Comei-vos uns aos outros na nossa Timburibá" 

> Leia Também: Teatro/Crítica - Quatro horas de resistência em forma de arte

Locais históricos de Barra Mansa foram tomados pela arte em outubro. Um nascer e renascer que envolveu cerca de 400 artistas. Ruas, praça, prédios, estação ferroviária, fazenda... Tudo se tornou palco para o "Nasce Uma Cidade - Cidadãos Arquitetos da Memória". Definido pelo Coletivo Teatral Sala Preta como desfile-cênico, o espetáculo foi apresentado nos dias 11 e 18, a partir das 15h. Uma espécie de tomada urbana, de ocupação artística/cultural, contando a história do município.

O "Nasce 2014" mergulhou fundo em referências estéticas e conceituais dos artistas Clécio Penedo e Flávio de Carvalho, para arquitetar nove cenas. O público acompanhou as quase quatro horas de duração, como se seguisse em procissão as apresentações. Para a última cena, na Fazenda da Posse, ônibus transportaram quem assistia ao espetáculo até o local.

Seis grupos artísticos

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Cena 2: "Pé 40 sapato 38: Retratos da elevação de uma vila"

O projeto, realização do Sala Preta em parceria com o Instituto Cultural Clécio Penedo, teve patrocínio do Sesi (Serviço Social da Indústria) e apoio da Fundação de Cultura de Barra Mansa. Nesta terceira edição, nasceu por meio de oficinas de atuação e canto, música, produção cultural, indumentária e adereços. O trabalho aglutinou seis grupos artísticos: Pino Haus, Jongo de Pinheiral, Dança e Magia, Meninos do Batuque, Grupo Vocal Vozes de Ouro e Orquestra de Jazz. Contou também com a participação do artista plástico Anderson de Souza.

Idealizador do projeto, Rafael Crooz, era só sorrisos, ao fim da primeira apresentação, na Fazenda da Posse.

- A cultura está de volta a quem é de direito. Mostramos hoje (sábado, 11) que é possível fazer um movimento de resistência por meio da arte, de forma livre e irrestrita - disse, vencendo o desafio do cansaço físico a que todos, artistas e também o público, foram submetidos.

Músicas chamam a atenção 

Além do teor político, na acepção máxima da palavra, o conteúdo sonoro da peça chamou a atenção. Mais do que emoldurar o espetáculo, as 13 canções autorais, compostas pelo diretor musical do "Nasce", Bianco Marques, em parceria com Rafael Crooz, são fundamentais para o entendimento do desfile-cênico. Inspiradas na obra de Clécio Penedo, as composições, ganharam ainda mais força com a Farfullero, uma máquina criada nas oficinas do projeto.

Já o aspecto visual ganhou atenção especial. A figurinista Inara Gomide fez de cada peça e adereço uma obra de arte composta por roupas doadas e materiais reciclados. Cerca de 800 peças confeccionadas com a ajuda dos 15 alunos da Oficina de Figurino e Adereços, do Sesi Cultural, no Parque da Cidade.

Tudo isso chamou a atenção de um grupo de pesquisadores, o Nuepac (Núcleo de Estudos e Pesquisas do Patrimônio Cultural da Região do Médio Paraíba Fluminense), vinculado ao curso de graduação semipresencial em história da UniRio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), que passou a estudar o "Nasce Uma Cidade". 

Edição impressa

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Por Cláudio Alcântara  –  claudioalcantaravr@hotmail.com

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