Publicada em: 11/11/2015 (14:23:08)
Atualizada em: 22/11/2015 (10:34:59)
(Foto: Arquivo Pessoal)
"Esporte amador já é difícil, na categoria veterano é muito mais difícil;
na verdade somos muito mais reconhecidos lá fora, do que aqui no Brasil"
"As maiores riquezas que o homem tem são saúde, família e amigos". Wilner Gonçalves de Britto, o Mustang, de 69 anos, comemora assim a sua participação, convocado pela Seleção Brasileira de Basquete, no Campeonato Mundial de Master, realizado na cidade de Orlando (EUA). Com a ajuda de amigos e empresários, ele levou mais uma vez o nome de Volta Redonda, onde mora desde 1969, para o exterior, no evento realizado de 20 a 30 de agosto.
São 56 anos de história no basquete. Uma bagagem cultural que começou nesse esporte aos 13, no Rio de Janeiro, no Colégio Republicano. Jogou em muitos clubes; na seleção brasileira; participou de duas ONGs, educando cerca de 300 crianças por meio do esporte. Mora há 46 em Volta Redonda e essa foi a oitava vez que viajou, totalizando sete mundiais. Ele já participou de campeonatos realizados na Finlândia, Porto Rico, Grécia. E foi campeão panamericano no Chile, em 2013.
Mustang se mostrou muito grato, por ter conseguido representar a cidade e o Brasil, novamente, numa competição tão importante.
- Consegui, fazendo um livro de ouro, arrecadando R$ 9,8 mil com amigos e patrocinadores. Foi uma experiência única, estavam lá 214 equipes de 44 países e 3 mil atletas - diz.
Com três filhos, cinco netos, 17 irmãos e hoje aposentado autônomo, ele explica que na categoria master competem atletas a partir de 30 anos, que se reúnem na cerimônia de abertura e de confraternização final. Foram 180 atletas do Brasil.
- Ano passado estive na Grécia, mas é muito difícil participar, porque não temos apoio oficial. Esporte amador já é difícil, na categoria veterano é muito mais difícil. Somos muito mais reconhecidos lá fora, do que aqui no Brasil - lamenta.
Mesmo assim, Mustang tem pela frente o Panamericano da Costa Rica, em 2016; e o mundial da Itália, em 2017. Sem falar no evento nacional, em novembro (Goiânia), com a participação de 22 estados brasileiros.
- É uma conquista, porque com 70 anos são pouquíssimos que participam, vai afunilando e ficando poucos times. Exige muito preparo físico, são praticamente as mesmas regras de jogo, a única coisa que muda é a posse de bola, aumentando de 24 para 32 segundos.
Mantendo o preparo físico
Para conseguir participar de um jogo dinâmico como o basquete, Mustang joga três vezes por semana, no Sesi (Serviço Social da Indústria) e no Clube dos Funcionários, mantendo o preparo físico. Afinal, ele participa de nove eventos por ano. Mas o que tornou esse esporte tão atraente para o atleta master?
- Cheguei a ser nadador e a fazer atletismo, joguei futebol de salão. Mas a minha paixão é o basquete, desde que conheci esse esporte aos 13 anos. O basquete é menos anti-jogo do que o futebol, é intenso do início ao fim. Praticar o esporte solitário é sensacional, mas prefiro o esporte solidário - diz.
Mustang tem apenas 1,72m de altura, o que pode parecer pouco para quem é campeão no basquete. Não é.
- A altura nunca pesou no meu desempenho, sempre me condicionei para saltar muito. Sem falar que a qualidade de vida de quem pratica esporte é outra, exige muita disciplina. Quanto mais cedo a criança começa a fazer esporte, melhor. Se 10% estivessem no esporte, a sociedade seria outra, um ensinamento que fica para a vida de muitas outras pessoas.
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