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Olhar Pop

Cláudio Alcântara

claudioalcantaravr@hotmail.com

Ciranda de Manifestações Populares

Cordão Popular tem trabalho variado com textos próprios

Companhia de teatro aposta em projetos sócio-educativos, teatro-empresa e o que os integrantes apelidaram de "espetáculos maiores"

Teatro  –  03/02/2014 15:02

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(Fotos: Divulgação)

Grupo aposta em dois caminhos: infantil, como "A fabulosa
confabulada fábula" e "Um cordel lindo como céu e doce feito mel";
e adulto, que é quando cada integrante propõe sua linguagem
 

O nome Cordão foi escolhido como uma forma simbólica de expressar as ideias perante o grupo. Quando estão em círculo, há democracia, não há primeiro e nem último, ficam um ao lado do outro em busca de um ideal em comum, assim como uma ciranda. E Popular é devido à busca em valorizar manifestações populares. Daí surgiu: Cordão Popular Companhia de Teatro. O mais recente trabalho da Cia. é "Onde é que isso vai dar?", apresentado em janeiro, no Festival Sesc Mais Humor, em Barra Mansa.

Flávia Nascimento é a diretora; Albinno Oliveira, Edila Mar e Melissa Santana são os demais integrantes do Cordão, formado no início de 2013. Iniciou-se após três deles participarem de um projeto itinerante de teatro que percorreu o Brasil. 

Quem é quem no Cordão Popular 

. Flávia Nascimento - Atriz e diretora da companhia. Pós-graduada em artes cênicas pela Unesa (Universidade Estácio de Sá) Rio de Janeiro. Coordenou o setor de Artes Cênicas do Centro Cultural e o projeto itinerante de teatro Um Caminhão para Jorge Amado, ambos da Fundação CSN. Hoje ministra o curso livre de teatro no PAC (Ponto de Ação Cultural), em Barra Mansa.

. Albinno Oliveira - Ator graduado em letras. Tem pesquisa voltada para a literatura e dramaturgia. Participou dos projetos Um Caminhão para Ziraldo e Um Caminhão para Jorge Amado, pela Fundação CSN.

. Edila Mar - Atriz, contadora de histórias e radioatriz. Participou de rádio teatro e do projeto Um Caminhão para Jorge Amado, pela Fundação CSN. Hoje atua como professora de teatro na rede pública de ensino.

. Melissa Santana - Atriz, bailarina e contadora de histórias da cidade de Salto (SP), tendo participado do Mapa Cultural Paulista, chegando à fase estadual com a Cia. Blow-UP de Dança e com a Cia. Anomalias Teatrais. Está em Barra Mansa desde de 2005, atuando em várias cidades da região. 

Confira a entrevista com Flávia Nascimento 

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No projeto Cordão de Histórias, o grupo conta com arsenal de temas,
voltados para escolas e comunidade em geral, buscando a valorização
da cultura popular por meio de contos, músicas e brincadeiras

"Onde é que isso vai dar?" é o mais recente trabalho do grupo? Fale um pouco sobre esse projeto, por favor.

“Onde é que isso vai dar?” é um texto idealizado pelo ator Albinno Oliveira, que contou também com alterações dos demais atores. Trata-se de uma comédia com pitadas de suspense, que fala sobre a história de Sheila e José Henrique, dois ex-detentos que voltam à mansão, para se vingar de Dona Guida. Muitas revelações são feitas no decorrer da trama que conta com a quarta personagem: Nicole (interpretada pela atriz convidada Flávia Renata). Na montagem, trabalhamos uma proposta intimista, onde levamos os espectadores ao palco próximos aos atores, que estão limitados a um pequeno retângulo. 

Quais os trabalhos já foram apresentados pelo grupo? Fale um pouquinho sobre cada um deles.

O Cordão Popular possui um trabalho variado com textos próprios, e engloba desde projetos sócio-educativos, teatro-empresa e o que apelidamos de "espetáculos maiores". Temos como exemplo, o projeto Cordão de Histórias, onde contamos com um arsenal de temas, voltados para escolas e comunidade em geral, buscando sempre a valorização da cultura popular por meio de contos, músicas e brincadeiras. O teatro-empresa segue a intenção da conscientização e informação por meio do entretenimento. E os nossos "espetáculos maiores" têm dois caminhos:

- Infantil, como "A fabulosa confabulada fábula" e "Um cordel lindo como céu e doce feito mel".

- E adulto, que é quando nos desvencilhamos da imagem geral do grupo e cada um propõe sua linguagem, "Onde é que isso vai dar?", por exemplo, é um projeto proposto pelo Albinno e todos nós abraçamos. 

Qual desses trabalhos vocês destacam como marcante na trajetória do grupo?

Acredito que seja "A fabulosa confabulada fábula", por ter sido nossa primeira montagem, após decidirmos realmente que continuaríamos trabalhar juntos e montar uma companhia. Baseado em algumas fábulas de Esopo, o texto, que tem como tema principal a tolerância, é uma leve homenagem aos meus colegas de cena, pois emprestamos nossos defeitos e qualidades aos personagens, além de inserirmos músicas e brincadeiras que marcaram a nossa infância. 

Uma coisa que eu observo é que os grupos montam espetáculos e a maioria deles é apresentada apenas uma vez. O que pode ser feito para mudar isso?

Boa pergunta! Bem, eu e os meus colegas já trabalhamos há algum tempo com teatro na região. É perceptível que atualmente há mais pessoas que vão ao teatro (seja pelo motivo que for) do que antigamente, mas ainda perdemos para outros entretenimentos (isso para aqueles que enxergam o teatro apenas como entretenimento, que não é o nosso caso). Sinto que é difícil ficar em cartaz em uma mesma cidade, pois geralmente não há demanda de público variado (isso para artistas que não são da mídia). Público venha mais ao teatro! 

Que análise vocês fazem do atual cenário teatral na região, principalmente na cidade de origem do grupo?

Em Barra Mansa, que é a nossa cidade de origem, felizmente tenho notado o aumento do número de grupos e artistas, mas ainda falta incentivo por parte dos órgãos públicos. 

Além de patrocínio, que parece ser a maior dificuldades enfrentada pelos grupos para produzir espetáculos, o que impede que o movimento teatral ganhe força na região?

Acredito que falta incentivo de projetos por parte de órgãos públicos. 

Há grupos alternativos, sim. Temos artistas fazendo e mostrando arte na região, sem depender de incentivos públicos. São movimentos necessários e importantes, mas restritos a pequenas plateias. É possível alcançar um público maior, sem depender, principalmente, das prefeituras?

Um público maior acredito que sim. 

O que vem por aí?

O Cordão está a todo vapor! No momento estamos montando o espetáculo "Solúvel". Um texto que escrevi em 2008 sobre três personagens distintos que se encontram após uma tempestade de areia no meio do nada. Na verdade, o texto fala sobre fé cênica e o artista de teatro. É um texto subjetivo que propõe reflexão e tem como base um trabalho de pesquisa corporal que estamos desenvolvendo, pois também é meu trabalho de conclusão do curso de pós-graduação em artes cênicas. Atuarei juntamente com o Albinno Oliveira e o ator convidado Victor Flôr.

E o nosso mais novo infantil, "Um cordel lindo como céu e doce feito mel", sobre as manifestações e costumes do nosso nordeste brasileiro. Com todo o elenco. A previsão de estreia dos dois está para março. 

Serviço

> Acompanhe as novidades sobre o Cordão Popular no perfil da diretora da companhia de teatro na rede social.

Edição impressa

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Por Cláudio Alcântara  –  claudioalcantaravr@hotmail.com

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