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Sustentabilidade

Dia das Crianças mais consciente, econômico e o ano todo

Existem alternativas que podem educá-las, satisfazê-las e ainda trazer economia para os pais

Artigos  –  11/10/2012 15:17

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(Foto Ilustrativa)

Soluções para incentivar o consumo

responsável das crianças existem

Por Bruno Rezende

Muitos poderiam pensar que seria muita crueldade deixar de dar presentes para seus filhos no Dia das Crianças, não é mesmo? Outros concordariam afirmando que seria uma boa forma de mostrar que o consumismo não é legal. Mas se tivéssemos alternativas que pudessem educar as crianças, satisfazê-las durante todo o ano e ainda trazer economia para os pais? Essas alternativas existem e estão ao seu alcance.

No ano passado, publiquei aqui um artigo baseado numa experiência que tive com meu sobrinho. Na época, eu sugeri algumas alternativas simples que poderiam ser usadas em festas de aniversário como forma de estimular o consumo consciente dos próprios filhos e também dos convidados. Todas as ideias publicadas nesse artigo são válidas e complementam as que virão a seguir.

Estimulando a troca ao invés da compra de brinquedos

Para muitos pais fica difícil não comprar algum brinquedo que o próprio filho já os intimou a comprar, pois a maioria das crianças é influenciada através da TV a ter algum brinquedo recém-lançado. Para quem está sob essa condição, a solução seria propor ao filho que ele só receberá tal presente se doar alguns de seus brinquedos a uma instituição ou a coleguinhas com menos recursos financeiros. Uma troca justa. Mas só isso não basta, é preciso explicar à criança o porquê disso e propor para o ano seguinte a troca ao invés da compra.

Já os pais que ainda não foram intimados pelos filhos a comprar determinado brinquedo, proponham aos outros pais uma feira de troca de brinquedos, quem sabe até dentro da própria escola, seria uma excelente solução. Mas, se não conseguir entrar num acordo com os outros pais ou com a escola, você tem também a opção de participar de feiras, como a que foi promovida pelo Instituto Alana. Embora já tenha passado, a intenção da feira de troca de brinquedos é válida para o ano todo.

Junte a família, os vizinhos, colegas de trabalho e observe a criançada nesse escambo comunitário, quem sabe você também não seja influenciado a realizar uma feira dessas com os amigos e acabarem trocando seus celulares, roupas e outros objetos ao invés de ir para o shopping comprar um novo.

Clube de brinquedos - Dia das Crianças o ano todo

Outra alternativa interessante que evita o desperdício, economiza espaço e dinheiro são os chamados clube de brinquedos. Esse serviço de consumo compartilhado, que existe há alguns anos em países da Europa, Ásia e Estados Unidos, chegou recentemente ao Brasil.

A ideia do negócio é bem simples. O cliente assina um plano mensal que dá direito a uma quantidade “X” de brinquedos que podem ficar na sua casa por tempo indeterminado. Se em até 30 dias seu filho não gostar do brinquedo ou enjoar, ele pode trocá-lo. Bacana né? Tudo bem que não é a forma mais eficiente de ensinar seu filho sobre consumo consciente, mas de qualquer maneira os pais estarão evitando o desperdício de comprar brinquedos - muitos deles caros - que cedo ou tarde serão abandonados pelos filhos, além disso, pouparão espaço em casa e principalmente nos apartamentos.

Particularmente eu entendo que dessa forma o Dia das Crianças dura o ano todo, o que permite até eliminar da cabeça da criança a necessidade de que em tal data deverá ganhar um presente. Bom, eu entendo assim, mas um psicólogo poderá ter outra opinião.

Para quem quiser saber mais detalhes desse serviço basta visitar o site das duas únicas empresas que encontrei: Clube do Brinquedo e Joanninha. Por enquanto, elas só atendem clientes em São Paulo.

Cuidado com os “brinquedos ecológicos”

Recentemente algumas indústrias de brinquedos lançaram variados produtos com o rótulo “ecológico”. A grande maioria não é nada mais do que conversa furada, inclusive, boa parte desses produtos são bem mais caros do que os brinquedos convencionais. Não caia de cara nessa conversa achando que um brinquedo feito de material reciclado ou orgânico vai tornar o seu filho um adulto mais consciente. Vale mais fazer seu filho entender que “ter” qualquer brinquedo não é o fator determinante para fazê-lo feliz ou admirável pelos colegas.

Do contrário, essas crianças vão crescer e continuar com a mesma consciência que temos hoje. Por exemplo, muitos acham que pagando mais caro num automóvel movido a energia solar estará ajudando o planeta. Nada mais que o velho pensamento individualista, pintado de verde e vendido por aí. Mas acredito que na infância muitos de vocês andaram e se divertiram muito com uma bicicleta. Pergunto: Alguém lhes ensinou a importância dela como meio de transporte? Se tivessem ensinado, não teríamos tanta dificuldade em convencer a sociedade sobre o uso de transportes alternativos. Pra mim não ensinaram, estou aprendendo até hoje para educar meus filhos com valores que não os deixem dependentes do falso status de um automóvel, seja lá o combustível que os mova.

Soluções para incentivar o consumo responsável das crianças existem, resta aos pais terem um mínimo de discernimento para entender que carregar a criança para o shopping e comprar o brinquedo que ela tanto deseja é uma bela enganação imposta pela nossa atual sociedade do consumo. Os pais que agem assim estarão prejudicando não só o planeta - como os “ecoclichês” dizem - mas principalmente a cabeça desses futuros cidadãos que não podem continuar sendo rotulados “consumidores”, como nossa geração é hoje.

> Bruno Rezende é publicitário por formação e ambientalista por natureza, desde 2010 ficou conhecido como “o publicitário anticonsumismo” - saiba mais em Coluna Zero

Por Redação do OLHO VIVO  –  contato@olhovivoca.com.br

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