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O Tempo Não Parou!

Cazuza foi uma referência negativa aos jovens

Aos 24 anos da morte do ídolo dos anos 80, uma constatação: ele foi um garoto mimado da Zona Sul, filho sem limites e aplaudido pela mãe complacente aos erros e loucuras

Artigos  –  31/05/2014 15:25

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(Foto: Letras Mus)

Cazuza: No bom português,

como ele mesmo diria, um babaca

 

André Aquino 

Cazuza foi um grande artista: músicas sensacionais, atemporais, letras tocantes. Um gênio da raça musical. E ponto. Confesso que o tinha como ídolo no tempo da rebeldia juvenil - muito mais pelas atitudes do que pelo próprio trabalho. O bom do ser humano é a evolução. Não tenho receio de corrigir os meus erros e mudar de opinião, porque não me envergonho de raciocinar e aprender. Hoje vejo Cazuza como uma referência negativa aos jovens. No bom português, como ele mesmo diria, um babaca. 

Mês que vem é o aniversário de 24 anos da morte do ídolo dos anos 80 e até hoje se cultua a imagem de Cazuza erroneamente. Há uns dez anos, li o livro "Só as mães são felizes", de Lucinha Araújo, me deparei com o verdadeiro Cazuza, o Agenor Miranda de Araújo Neto. Mimado da Zona Sul, filho sem limites e aplaudido pela mãe complacente aos erros e loucuras.

Poucos anos depois, assisti ao filme "O tempo não para", quando tive a sensação de que não havia artista ali, apenas uma versão nova de uma velha história: o garoto mimado refletiu no relacionamento com a banda. Mas o tempo realmente não para e mostrou que o Barão Vermelho vai muito além das atitudes inconsequentes do ex-vocalista. 

Toda ação tem sua consequência e a de Cazuza foi paga como a própria vida. Morreu aos 32 anos. Depois de muita relutância, ele mostrou a sua cara e assumiu publicamente que contraiu o vírus do HIV, travando um calvário público até a morte, em 7 de julho de 1990, no apartamento da família em Ipanema. 

A partir daí, Lucinha Araújo travou uma luta linda à frente do Sociedade Viva Cazuza, instituição que dá assistência aos filhos da Aids: crianças que nasceram com o vírus do HIV que foram abandonados pelos pais ou são órfãos. Lucinha usa agora sua influência na alta sociedade para ajudar esses pequenos que são vítimas do acaso e mostram que a doença não é mais como no tempo do seu filho. 

Bela redenção da família Araújo. 

> André Aquino é jornalista

Por Redação do OLHO VIVO  –  contato@olhovivoca.com.br

1 Comentário

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  • Luciano

    Engraçado, quando vi o filme tive a mesma conclusão. O talento musical é incontestável, porém, um péssimo exemplo de vida.