(Fotos: Divulgação/Felipe Gerias)
Sucesso da Mostra Avoantes de Cinema confirma o espaço e a importância de narrativas com identidade regional no cenário cultural do país
O vento do Nordeste trouxe um sopro de renovação para o Centro Cultural da Justiça Federal, que sediou a primeira e bem-sucedida edição da Mostra Avoantes de Cinema. O evento, que ocupou três sábados de agosto, encerrou suas atividades com a certeza de ter criado um novo e vibrante espaço para o audiovisual brasileiro. A iniciativa, idealizada pela cearense Renata Leite e integralmente produzida pelo Coletivo Avoantes, provou que o cinema com raízes profundas tem público e ressonância na efervescência cultural do Rio de Janeiro.
O festival cumpriu sua promessa de ser uma vitrine para a rica produção artística nordestina, exibindo um total de 12 filmes. A programação contou com obras que vêm ganhando destaque em diversos festivais, como os premiados curtas “Raposa e a Encomenda do Bicho Medonho” e “Rotina”. A diversidade regional também se fez presente com os curtas “Caminhos de Pedra”, “Um Brinde”, protagonizado pelo artista de Caicó, Rio Grande do Norte, Ivson Rainero, e “Cogumelos Vermelhos Defumados”. O talento baiano também marcou presença, incluindo os curtas “Cores”, protagonizado pela soteropolitana Tainá Senna, e duas produções de Vitória da Conquista: “Diamante de Poções”, dirigido por Zac Flores, e “(R)existir”, protagonizado por Prit Soares.
Entre os filmes exibidos, duas aguardadas estreias: o curta-metragem “Sapatilha 37”, escrito e protagonizado pelo ator baiano da cidade de Barreiras, Luque Lacerda, e o filme “Claramente”, escrito e protagonizado pela cearense Renata Leite.
Além das exibições, a mostra se destacou por suas intervenções artísticas ao longo dos três dias, que mostraram seu diferencial. O público, por exemplo, se divertiu com o palhaço Muela Sverino, personagem de Samuel Belo. Para fechar, no último dia, a baiana Prit Soares e o potiguar Stain Canidi presentearam o público com uma apresentação musical da clássica “De Volta Pro Meu Aconchego”, poesia de Nando Cordel e Dominguinhos.
Para diversificar os talentos e enriquecer o evento, as sessões contaram com seis apresentadores, divididos nos três dias, e três mediadores: Lucas Abá, Natália Goulart e Luque Lacerda, um em cada dia do evento. Entre os apresentadores estavam o ator potiguar Júnior Dantas, autor do livro “O Pequeno Herói Preto”, a maranhense Joelma de Oliveira, apresentadora do podcast “O Ator Nordestino”, e o ator baiano Bruno de Souza, criador do espetáculo “Benedita”, que já acumula 20 prêmios nacionais. A Mostra também recebeu convidados especiais que abrilhantaram a programação, como os diretores Adriano Melo, Alice Demier e Marco Carvalho, o ator pernambucano Alexandre Lino, o diretor de fotografia Alexandre Frutuoso, a atriz Inez Viana, a preparadora de elenco Fernanda Martinez, a diretora de elenco Rosa Fernandes e a diretora de arte Raiza Antunes.
A adesão do público, somada à participação massiva de artistas, reforça o potencial do movimento. Atualmente, o Coletivo Avoantes conta com 54 integrantes de diversos estados do Nordeste, todos unidos pela paixão por contar histórias.
O sucesso do evento foi celebrado por Luiz França, criador do coletivo e natural de Piancó, na Paraíba, que teve seu filme “Silêncio Público” exibido no primeiro dia da mostra. Ele destacou a união e a generosidade do grupo.
- Nós realizamos um evento tão bonito, tão incrível, que só mostra a força que o nosso coletivo tem - ressaltou.
Ele enfatizou que a dedicação de cada integrante foi fundamental para o sucesso da mostra, que tem potencial para crescer e trazer prosperidade e reconhecimento ao longo dos anos. O sucesso da Mostra Avoantes de Cinema confirma o espaço e a importância de narrativas com identidade regional no cenário cultural do país.