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Cláudio Alcântara

claudioalcantaravr@hotmail.com

Suaves e Harmoniosos

Grupo Bordando o Vale do Café expõe no Centro Cultural do UGB

Mostra reúne aproximadamente 200 peças produzidas por 11 bordadeiras; produtos são exclusivos e serão vendidos a preços acessíveis

Educação  –  26/03/2014 14:22

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(Fotos: Divulgação)

Bordando o Vale começou em 2009, a partir de uma parceria entre
o Centro Cultural Aracy Carvalho Di Biase e o Projeto Social Amor-perfeito
 

Aproximadamente 200 peças produzidas por 11 bordadeiras que formam o grupo Bordando o Vale do Café. Produtos exclusivos, vendidos a preços acessíveis. Elas participaram da escolha dos lugares retratados e da seleção das fotos a serem desenhadas. As linhas suaves e harmoniosas dos desenhos de Maria José Marchiori transformaram as fotografias selecionadas em riscos para os bordados, dando vida e criando a identidade visual dos produtos confeccionados. O resultado está na exposição "Bordando o Vale: Artesanato e memória". A abertura será nesta quinta-feira, 27, às 19h, na sala de exposições do Memorial Geraldo Di Biase, campus UGB de Barra do Piraí. 

No evento, segundo a coordenadora geral do Centro Cultural do UGB, Luana Oliveira, haverá apresentação de chorinho com o grupo de violão do Programa Arte, Educação e Cidadania, a presença das bordadeiras e da desenhista. A exposição fica aberta à visitação até junho, de segunda a sexta-feira, das 10 às 21h, e os produtos expostos estarão à venda. 

Confira a entrevista com Luana Oliveira 

O Projeto Bordando o Vale começou em 2009, a partir de uma parceria entre o Centro Cultural Aracy Carvalho Di Biase, do UGB, e o Projeto Social Amor-perfeito (Distrito de Ipiabas - Barra do Piraí). Como nasceu essa parceria, de quem foi a iniciativa? 

O Centro Cultural desenvolveu a proposta do Projeto Bordando o Vale e buscava um grupo de bordadeiras para colocá-lo em prática. Em 2008 conhecemos o Projeto Social Amor-perfeito e iniciamos um diálogo para realizar a parceria que se consolidou em 2009 com a realização das oficinas e o início da produção dos bordados. 

O objetivo principal é contribuir para a geração de renda das bordadeiras. De que forma isso acontece na prática? 

Além das oficinas realizadas pelo Centro Cultural do UGB, em 2010 o Projeto Bordando o Vale foi indicado pela Secretaria Municipal de Cultura de Barra do Piraí para receber uma consultoria do Sebrae-RJ como um grupo produtivo para compor a Coleção DOM (Dignidade, Ousadia e Maestria), pois incentiva o Empreendedorismo Social/Economia Solidária. A partir de então, as bordadeiras Amor-perfeito fundaram o Grupo Bordando o Vale do Café, unindo a proposta do projeto do Centro Cultural do UGB com a consultoria do Sebrae-RJ. Assim, o grupo segue desenvolvendo produtos artesanais e aperfeiçoando o bordado, produz tanto pecas de vestuário quanto de casa e decoração. Participa de feiras e eventos turísticos, além de ter alguns pontos de venda fixos: Ipiabas - Loja Muito Além do Jardim/Empório dos Arcos/Fazenda São João da Prosperidade; Conservatória - Fazenda Florença. 

Foram realizadas oficinas de capacitação utilizando os conceitos de memória, história, patrimônio e lugares de memória, dentro das metodologias propostas pela educação patrimonial. Essas oficinas foram ministradas por quem? Onde? E como as bordadeiras foram localizadas? 

As oficinas de capacitação que compõem a metodologia conceitual do projeto foram desenvolvidas pelo Centro Cultural do UGB e ministradas por mim. A partir da educação patrimonial, utilizamos os conceitos de memória, história, patrimônio e lugares de memória para eleger os lugares a serem visitados, conhecidos e bordados pelo projeto. Foram nove oficinas divididas entre encontros com dinâmicas e atividades e os passeios temáticos que denominamos "city tours". 

As bordadeiras são integrantes do Projeto Social Amor-perfeito, todas são de Ipiabas, distrito de Barra do Piraí. O grupo é coordenado pela professora aposentada Ana Lúcia Moura e criado em 2006 como uma organização não governamental composta por mulheres que desenvolvem atividades artesanais, tanto para um aprimoramento geral de suas habilidades, quanto para complementação de sua renda. O projeto oferece um espaço para trocas, diálogos e para cursos e oficinas de abordagem geral. Em 2009 começou a parceria com o Centro Cultural do UGB, por meio do Projeto Bordando o Vale. 

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Objetivo principal do projeto é contribuir para a geração de renda das bordadeiras

Quantas bordadeiras participam do projeto atualmente? Ainda há vagas? 

Atualmente participam do projeto 11 bordadeiras e a participação de novas integrantes depende de contato com a coordenadora do Grupo Bordando o Vale do Café, Ana Lúcia Moura.

O projeto resgata a história local, por meio de pesquisas e relatos de memória, estabelecendo linhas temáticas de trabalho. Quais são essas linhas? E elas surgiram de entrevistas com as bordadeiras? 

A principal linha temática desenvolvida partiu de uma discussão geral com as bordadeiras e a proposta inicial do Projeto Bordando o Vale, definimos trabalhar o patrimônio histórico, artístico e cultural do Vale do Café, pois acreditamos que a história local abre muitas possibilidades de abordagem e cria nos envolvidos um interesse investigativo muito peculiar, uma vez que faz parte da composição dessas memórias. Assim, partimos dos patrimônios materiais, que configuram conjuntos de bens culturais que costumam ser associados a "pedra e cal" e desenvolvemos a linha de atividades e bordados que compõem a exposição "Bordando o Vale: Artesanato e memória". 

As bordadeiras são auxiliadas pela desenhista Maria José Marchiori, que a partir de fotografias e de encontros marcados pela hora de recordar histórias do passado, desenha memórias, materializando-as em riscos que são posteriormente bordados. As bordadeiras têm papel fundamental na elaboração desses riscos?

As bordadeiras participaram da escolha dos lugares retratados e da seleção das fotos a serem desenhadas. Mas são as linhas suaves e harmoniosas dos desenhos de Maria José Marchiori que transformaram as fotografias selecionadas em riscos para os bordados, dando vida e criando a identidade visual dos produtos confeccionados pelas bordadeiras.

Artista plástica e desenhista, Maria José Marchiori possui licenciatura em artes visuais pelo UGB. Começou sua trajetória como autodidata. Aprofundo-se no estudo de variadas técnicas, iniciando sua trajetória artística aos 19 anos, quando realizou cursos com professores renomados. Ministra aulas em seu ateliê em Valença, há 28 anos, com cursos de desenho, pintura, pastel, aquarela cerâmica, arte moderna e arte terapia para alunos de várias idades. Em 2009 iniciou seu trabalho no Centro Cultural do UGB com curso de desenho e pintura no Programa Arte, Educação e Cidadania e como desenhista do Projeto Bordando o Vale.

Os produtos confeccionados compõem exposições e são comercializados. Esses produtos são vendidos a preços acessíveis e são que tipos de produtos especificamente?

Sim, os produtos são vendidos a preços acessíveis e são exclusivos, ótimos para presentes e lembranças de modo geral. A coleção compreende desde peças de vestuário e uso pessoal como bolsas, blusas e xales, como peças de decoração e utilidade doméstica: almofadas, quadros, aventais, bandejas etc.

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O projeto resgata a história local, por meio de pesquisas e
relatos de memória, estabelecendo linhas temáticas de trabalho

A exposição "Bordando o Vale: Artesanato e memória" reúne quantos trabalhos? De quantas bordadeiras?

São aproximadamente 200 peças produzidas pelas 11 bordadeiras que formam o Grupo Bordando o Vale do Café, são elas: Ana Lucia Moura, Cília Maria A. Rosa e Silva, Elaine Rosimeire de Paula, Eulélia de Azevedo Sá, Marcia Cristina Correa S. Realino, Maria Onília Dias da Fonseca, Rozicler Rodrigues, Rosiclea de Almeida Lorenço, Sonia Maria Holzwarth Nunes, Thânia Utida e Mariely Souza Moura.

Quantas exposições já foram realizadas? Existe um cronograma para as próximas?

Já foram realizados, entre eventos e feiras, mais de 20 exposições, tendo como marca a participação no Rio-à-Porter que aconteceu de 10 a 13 de janeiro de 2010, no Píer Mauá, Rio de Janeiro, além dos Festivais Vale do Café e Café, Cachaça e Corinho. Não temos cronograma definido, as exposições variam de acordo com convites e agenda de programações culturais e turísticas da região.

Serviço 

> Bordando o Vale: Artesanato e memória - Abertura nesta quinta-feira, 27, às 19h, na sala de exposições do Memorial Geraldo Di Biase, campus UGB de Barra do Piraí. Fica aberta à visitação até junho, de segunda a sexta-feira, das 10 às 21h, os produtos expostos estarão à venda. Mais informações sobre o Grupo Bordando o Vale do Café pelos telefones: (24) 2437-1234 e (24) 9-9257-1161; e-mail: (analuciamoura@oi.com.br), no blog e Facebook.

Edição impressa

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Por Cláudio Alcântara  –  claudioalcantaravr@hotmail.com

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