Publicada em: 21/03/2015 (11:11:51)
Atualizada em: 06/04/2015 (10:38:37)
(Fotos: Divulgação)
Livro também será autografado na Bienal de Volta Redonda e na Flir, em Resende
Quem gosta de ficção científica tem encontro marcado neste sábado, 21, às 18h, na Livraria Veredas - Pontual Shopping, em Volta Redonda. Será lançado "O homem que fugiu para a lua II - Agora é cidadão da galáxia", de Ivani Egalon. O livro I foi contemplado com o Prêmio OLHO VIVO 2013. O autor conta que levou 15 meses para escrever a continuação e 11 para finalizar a obra. Tanto trabalho não desanimou Egalon, que já tem mais de 50% do texto da terceira parte pronto.
Confira a entrevista com Ivani Egalon
O livro é produção independente? Ou está saindo por uma editora?
Como todo autor iniciante, "O homem que fugiu para a lua I - Numa carona pelo tempo" partiu quase do zero em termos de verbas, e pode-se dizer que foi completamente independente, pois ele sairia de qualquer forma, já que era sonho meu ver o efeito do meu trabalho depois de produzido. Minha intenção sempre foi a de poder presentear meus amigos com algo personalizado.
A ideia tem muito tempo sendo elaborada, a maioria dos meus amigos sabe que eu escrevo, então, seria um presente que eu como leitor assíduo ficaria muito feliz de receber, mesmo que não tivesse dentro do meu gosto literário, porém, ao ofertar a primeira cópia, a pessoa me pediu para eu parar com minha ideia e levar o trabalho ao conhecimento de algumas pessoas amigas dele, que em resumo colocou meu livro à venda em maio de 2012 na principal livraria da região e, de sobra, fui abençoado com a minha primeira entrevista, para a TV Band local, e em seguida um tabloide importante na região, que por sua vez me levou a outras mais, a ponto de quando fui convidado pelo Instituto Dagaz para a primeira Bienal de Volta Redonda eu ter sido surpreendido pela quantidade de pessoas que já conheciam meu trabalho. Em três dias do evento, meu livro superou todas as suas melhores vendagens até então. Nesse período, eu já estava acima de tudo o que eu esperava acerca de uma carreira literária sem um tostão para ser divulgada.
Daí, com exposição extra, quando do advento do Prêmio OLHO VIVO 2013, eu, que já estava trabalhando este volume tinha mais de um ano, e com todo esse tempo de exposição e pela minha vendagem, que na época da votação já era superior a 900 cópias só em Volta Redonda e Barra Mansa, me levou a confirmar o prêmio, que de uma certa forma eu já entrei para disputar esperançoso pelo que já havia sido construído de divulgação e resultados, afinal, estou falando de livro vendido ao consumidor final, não unidades entregues às livrarias.
Mas acerca de uma produção mais profissional eu realmente sinto falta, não tenho experiência, e, como escritor no Brasil tende a ganhar pouco, pouco estou podendo fazer por um trabalho que até mostra potencial. Tive até que aceitar um emprego em minha profissão (mecatrônico), para poder dar continuidade ao projeto, mas infelizmente isso tem me tomado quase todo o meu tempo dedicado a desenvolver o meu público e os meus textos, por isso, meu trabalho esteve meio que deixado para segundo plano desde o início de 2014. Porém, estamos de volta, com a novidade que me traz aqui, no seu disputado espaço de mídia, ao qual sou grato a você e à Nathália, que acreditaram e apoiaram meu trabalho desde que o descobriram.
Já "O homem que fugiu para a lua II - Agora é cidadão da galáxia", nosso principal assunto o momento, partiu com uma verba razoável e inesperada, pois quando eu estava embarcando para Uberaba, para aceitar o convite para um novo emprego na minha carreira de mecatrônico, recebi de alguns amigos, que se tornaram meus leitores, interessados que eu não fosse, quase todo o dinheiro que eu precisava para cobrir a produção, foram 117 pessoas ao todo que acreditaram no projeto e que adquiriram suas cópias antes de sequer eu haver iniciado a produção, o que para mim foi combustível para entregar meu texto aos editores antes do tempo esperado. Em compensação, essas pessoas estão recebendo seus livros antes do dia do lançamento, estou chamando o movimento de "pré lançamento entre amigos", pois eles merecem ter o privilégio de conhecer a ideia alguns dias antes.
Já existe alguma conversa em aberto, acerca de ter meu trabalho apresentado por um selo de porte médio, mas ainda não existe nada de concreto, e eu utilizo os mesmos serviços que utilizei no meu primeiro trabalho, ou seja, uma editora especializada em independentes. Em resumo, ainda sou um autor independente, com uma obra que para mim teria um tom pouco menos comercial do que está tendo.
O que exatamente o leitor vai encontrar nessa continuação?
Esperamos que nossos leitores encontrem mais detalhes do desenvolvimento de nosso personagem em um ambiente para lá de tecnológico, e mais peculiaridades espaçotemporais, que nunca nos são contadas dessa forma, nunca fica implícito a viagem através do tempo e a comunicação quântica, por exemplo, como da forma que temos elaborado. Creio que criamos um texto curioso, cheio de peculiaridades que normalmente não se escreve, e nesse episódio nosso amigo, após fugir para a lua, se prepara para receber uma visita, que ele não interessa receber, mas que será esclarecedora em vários aspectos do contexto.
O trabalho começa a focar mais em um assunto atual e fundamental para a sociedade, que é a política, pois, como um trabalho que se preza, estar antenado com a realidade pode render frutos sociais interessantes. Ainda mais com um projeto desse, que como tem sido anunciado, está investindo em conhecimento tecnológico, e temos elaborado algumas interessantes experiências que futuramente pretendemos mostrar, em robótica, navegação aeroespacial automática (similar a drone), agricultura tecnológica (hidroponia), entre outras atividades afins a um projeto espacial. Esse trabalho será a base de uma futura fundação, que poderá nos abrir espaço para um mercado, que está só no início e poucos conseguem ver os detalhes, mas que ano a ano está avançando mais e mais rápido, e precisará de fornecedores, de diversos ramos do setor industrial. Queremos desenvolver uma minúscula fatia desse bolo, seja ela na direção que se abrir para nós como instituição, pois estaremos na brecha de algum assunto afim a isso, para que possamos colaborar com o que acreditamos. Afinal, esperamos esse movimento que somente se ensaia, desde 1972, quando o projeto lunar foi encerrado.
"Já existe alguma conversa, acerca de ter meu trabalho apresentado por um selo de porte médio"
Foi mais fácil escrevê-la do que o anterior?
Não, apesar de eu ter dado menos trabalho para a revisora, o que mostra que evoluí, tem sido cada vez mais difícil elaborar o enredo, alinhavar as modificações que preciso realizar com os textos básicos preexistentes, por isso creio que o tempo para cada obra vai se estender, até porque tenho um manuscrito contendo mais de 12 ideias além dos seis textos de "O homem que fugiu para a lua", que ainda estou devendo ao meu já expressivo público, que para um escritor sem uma forte produção por trás é bem grande.
Do livro anterior para o atual, como você se sente como escritor? Houve uma amadurecimento no ato de construir seus textos?
Mais maduro, a ponto de não ter dado tanto trabalho à revisora como dei no primeiro.
Desenvolvo um trabalho de extrema criatividade, quanto mais me aprofundo nas ideias, mais eu sinto que tenho que criar algo diferente, e assim tem sido. Me sinto mais ligado ao personagem, e meu trabalho está ficando mais galgado em primeira pessoa do que eu estou acostumado a escrever, creio que devido a muitas pessoas me sugeriram que escrevesse mais assim, mas ainda acho que posso evoluir muito, e gosto de exercitar diversas formas de redigir meus textos.
Ficção científica é um gênero que tem um público fiel. Mesmo assim, quais as maiores dificuldades e facilidades (se é que ambas existem) para um escritor que se dedica a esse tipo de literatura?
Acho que nosso maior impeditivo é a falta de competitividade de nosso parque gráfico nacional, se fosse mais barato e rápido, seria bem mais fácil desenvolver o mercado, mas sempre gosto de lembrar para mim mesmo que já é grande coisa encerrar uma ideia em poucos gramas de papel e ver tudo isso virar um enorme capital intelectual. Acredito que poderíamos pagar menos por esse tipo de entretenimento, ou seja, nossa competitividade está comprometida desde o início do projeto.
Como foram os resultados do livro anterior?
Já temos mais de 1.400 cópias vendidas só em Volta Redonda e Barra Mansa, alguns já estão sendo adquiridos em Uberaba, onde morei todo o ano de 2014.
Até agora não posso reclamar, fora a satisfação pela receptividade, financeiramente ele devolveu com sobra cada centavo que investi nele, e se não fez mais foi exatamente por não ter sido descoberto até agora. Creio que em parte pelo seu perfil alternativo, que pelo que pude notar já afastou algum veículo mais alienante da nossa mídia regional do meu trabalho, mas como eu disse desde o início meu compromisso com o texto é que ele seja o mais independente possível, não era lucro o primeiro interesse. Parece que por ser independente o suficiente para criticar o que tenho criticado com ele, ele tem crescido no contexto de nossos leitores, que por enquanto, como me disse a produção de um famoso programa, "seu trabalho tem potencial, mas está muito regional, desenvolve ele mais". Sendo assim, estou trabalhando firme para ampliar esta região e vem novidade por aí.
Já está pensando ou se dedicando a outro livro?
Como citei acima tenho uma série de manuscritos sendo compostos em paralelo, e tem três trabalhos que estão prometendo disputar a verba da próxima produção cabeça a cabeça. Um é o volume três da série que vem com um título curioso, pois "O homem que fugiu para a lua III - Da agressão à semente planetária" é nosso laboratório onde queremos mostrar nossa ideia de uma possível interação de civilizações em pleno espaço. Estou desenvolvendo com um amigo um texto com o título provisório de "Rockaholics - Um festival de som e cena em Stonehenge", onde na mesma linha de pensamento da minha série pretendemos contar a história de um jovem músico nascido na lua depois da colonização realizada na série, que estará com a missão de viajar no tempo e cuidar de assuntos relacionados a arte em geral, onde a história finaliza com um evento artístico em Stonehenge 69 dC. Vindo como azarão, que tem potencial de atropelar, ainda temos um texto extremamente crítico à nossa política e seus desmandos, sob o título provisório de "Governando conforme o Divino Mestre", que poderia até ser irônico de título, mas está me deixando interessado em ver o desfecho.
Tem também eventos para os quais fui convidado, gostaria de destacar o trabalho do Instituto Dagaz, que de 7 a 10 de maio, realiza a segunda Bienal de Volta Redonda, estaremos lá interagindo com nosso público e com nossos amigos escritores. Além desse, tem também A Flir 2015, de 12 a 14 de junho, no Parque de Exposições, em Resende.
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Serviço
> Ivani Egalon - Contatos com o autor podem ser feitos pelo Facebook, pelo telefone (24) 9-9995-2066 ou e-mail ivaniegalon@hotmail.com