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Pequenas Porções de Poesias

Regina Vilarinhos e sua tentativa de estar perto das pessoas

Gaúcha criada em Volta Redonda fala sobre literatura, arte, cultura e tudo mais que faz parte da vida

Livros  –  10/01/2013 18:42

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(Fotos: Divulgação)

Na Flip 2009, com Affonso Romano

de Santanna e Marina Colasanti

 

A gaúcha Regina Vilarinhos foi criada em Volta Redonda desde os cinco meses. A poesia já a levou a diversas cidades e eventos. Começou a fazer saraus em 2003, junto com Anielli Carraro. Esteve na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) e Off Flip, em Paraty. Participou do Festival de Poesia no Circo Voador, entrou em muitas coletâneas de poemas e crônicas. Publicou o livro independente "A chave e a senha - Pequenas porções de poesias de Regina Vilarinhos", em 2008. Gosta muito de falar e escrever e uma mesa com cerveja gelada, uma roda de amigos e boa música são programas que fazem bem a ela. A companhia indispensável é sua filha Ludmila - "linda e minha artista plástica", como ela fala. As poesias são a tentativa dela de estar perto das pessoas. São românticas, são realistas. E algumas são definidas pelo leitor, muitos dão retornos sobre suas sensações ao ler. "Sala de Leitura" bateu um papo com Regina. Confira: 

Como e quando você entrou para o mundo das poesias? 

- Lia muito quando era jovem, adolescente. Por conta dos livros didáticos, com textos de muitos autores para ler e conhecer. Tive um professor que incentivou muito isso, o professor Santini, e a professora Maria Luiza. Em casa também tínhamos muitos livros. Comecei a gostar de Drummond e Vinicius por causa do livro didático. Com 16 anos, escrevi meus primeiros poemas, mas não mostrava publicamente. Só quando me tornei adulta é que me encorajei a divulgar. Primeiro, numa coletânea do Gacemss (Grêmio Artístico e Cultural Edmundo de Macedo Soares e Silva). Depois, quando comecei a trabalhar na prefeitura fizeram uma exposição de trabalhos de funcionários, acho que foi em 1997. Aí foram aparecendo coletâneas e a internet, onde passei a usar o blog. Mas o fato que fez toda diferença foi fazer os saraus de poesia e montar meu próprio projeto. Novos contatos foram feitos a partir disso, e as pessoas passaram a me conhecer mais. 

Quais seus futuros planos envolvendo essa arte? 

- Tenho que editar meu livro. Por incrível que pareça, ainda não o fiz. Um livro com meus poemas e minhas crônicas, editado, com ISBN e registro na Biblioteca Nacional. Continuar com o sarau, com o programa de rádio. Este ano estarei também junto com os projetos da Academia Voltarredondense de Letras, como as rodas de leitura. 

Qual a maior dificuldade que os poetas passam quando precisam de apoio nos seus projetos? 

- Dificuldade na arte é uma rotina. Como toda atividade artística, o trabalho de um escritor é feito de buscas: editora, espaços de divulgação, publicar em blogs, em jornais, conseguir uma entrevista... É preciso crer no talento pessoal, mas ter também humildade para sentir a correspondência do leitor. Para mim, ser reconhecida em minha cidade é o maior apoio que posso ter, e tenho que preservar isso. Essa é uma responsabilidade também. E os amigos fazem parte desse apoio, claro. Por exemplo: o Jenner, a Jussara Nogueira, o Felipe Fox, os músicos todos que abriram espaço para nós, vários diretores e atores de teatro na cidade que nos divulgam, o Gacemss, algumas instituições públicas e privadas, enfim. Se o poeta quer ser reconhecido e conhecido tem que tirar da gaveta seus escritos e saber onde quer ganhar espaço e apoio. 

Lista de preferidos: 

• Um livro: "Depois da chuva, o recomeço" - De Giovana Damaceno. 
• Um autor: Affonso Romano de Santana e Roseana Murray, para citar os vivos. Ambos são poetas. E, claro, Giglio e Anielli Carraro, meus parceiros no Poesia em Volta. 
• Uma frase: "Ser feliz é ler o coração, antes que a vida vá embora". De Regina Vilarinhos (conhece?). 
• Um filme: "Elvis e Madona", de Marcelo Laffitte. 
• Um diretor de cinema: Marcelo Laffitte, nascido e criado em Volta Redonda, que está sendo premiado pelo mundo afora. 
• Uma peça de teatro: Não tenho costume de ir ao teatro, mas gostaria muito de assistir qualquer peça com Fernanda Montenegro. 
• Uma música: "Sonho real", de Lô Borges, sempre me emociona. E todas do Milton Nascimento me fazem uma pessoa melhor. 
• Um cantor: Um só? Em Volta Redonda eu gosto de tantos. E as cantoras então? Temos muitas, muitas maravilhosas... 

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Sarau com todos os frequentadores na Toca do Arigó,
que sempre esteve aberta para os artistas de Volta Redonda e região 

O que inspira você? 

- Ouvir uma música que gosto me faz viajar em ideias, além de ler outros poetas e escritores, como Drummond, Clarice Lispector. Às vezes, ir à rua, ou uma tarde com amigos é fonte de sentimentos; outras vezes, uma notícia, um acontecimento local ou mundial. Mas uma fonte de inspiração boa mesmo é a leitura, seja de qualquer tema, que me prenda, me faça ver além do que está escrito. 

É na Toca do Arigó onde você se apresenta. Faça um convite aos leitores e nos fale das atrações, horário e endereço... 

- Eu me apresento na Toca desde outubro de 2011. O Felipe Fox me convidou para aproveitar o espaço e fazer o sarau Poesia em Volta. Dessa forma, fui ocupando as quartas-feiras, sempre começa às 21h. Então, Anielli e Giglio vieram somar com as poesias. Além do sarau, tem o Ensaio Aberto, às terças-feiras; Cineclube na quinta, junto com a música do Leandro Vilela, e mais leituras teatrais com o Giglio; na sexta-feira, sempre tem uma atração musical, junto com o Cabaré Poeirinha, organizado também pelo Giglio. O espaço também fica disponível para exposições de fotos, de artistas plásticos, poesias etc. A Toca do Arigó tem uma programação muito ampla, é só acompanhar no perfil do Facebook. O endereço é Rua Crispim de Assis Pereira, 67, São Geraldo. 

Existem outros escritores na região que não conseguiram ainda um espaço e apoio. A Toca é mais do que um local de encontro, é uma "Toca da Arte", onde muitas pessoas desejariam estar. As portas estão abertas para elas? 

- Desde o começo, a Toca sempre esteve aberta para os artistas de nossa cidade e região. Qualquer que seja a manifestação, o Felipe Fox está lá, pronto para ceder o espaço, para divulgar. Por isso mesmo, acredito que a "fama" da Toca se espalhou espontaneamente entre os frequentadores e os que produzem arte. Mostrar os artistas é o papel da Toca, colocá-los em contato direto com o público, sem disfarces, marketing. É chegar e enfrentar. 

Existe o projeto de Palco Aberto? 

- Dentro do Poesia em Volta, fazemos vários blocos e, num deles, existe o Microfone Aberto. Para as pessoas que gostam de falar, que escrevem, que se sentem com inspiração de também participar do momento. É muito legal, pois muitos poetas que se escondiam por aí começaram a se envolver com a ideia e alguns até criaram seus grupos de sarau também. Sempre terá espaço para qualquer pessoa se manifestar no Poesia em Volta. 

Deixe seu contato, seu blog suas intenções de projetos, para que mais pessoas possam participar e ajudar a erguer essas vontades. 

- No blog falo de tudo o que posso sobre meus projetos e de meus amigos, e publico meus poemas. Quero muito que a poesia continue sendo falada pela cidade e seus cantos. Em qualquer espaço que se apresente, como um bar, um teatro, um espaço cultural, residência de amigos, nas praças, nos ônibus. Colaborar para a divulgação da poesia é meu maior projeto. Portanto, se alguém quer se envolver com essa ideia, estou sempre pronta para ouvir. Seja no meu e-mail (reginavilarinhos@yahoo.com.br), seja pelo meu perfil no Facebook, ou pessoalmente. Não vou durar para sempre, temos que ampliar os espaços em Volta Redonda e tem muita gente com capacidade de fazer mais do que eu por aí. Vamos nos juntar.

Por Elisa Marques  –  nataliasouzamarques@outlook.com

4 Comentários

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  • Rogéria

    A entrevista foi muito inspiradora.Parabéns Regina!

  • izabella

    parabéns Regina Vilarinhos. olha foi muito bom te conhecer eu adorei suas poesia e sua entrevista parabéns mesmo você é uma excelente poeta e uma grande amiga

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