(Fotos: Divulgação/Matheus Coutinho)
Intuito é unir todos os elementos da nova fase: música, fotos, marca, videoclipe e shows
A Amstell vem aí de cara nova. Não só a aparência, a banda de Volta Redonda reinventa sua sonoridade. Como todo bom profissional da música, faz de sua arte um conjunto: o som, a estética, o estudo, a novidade. A aposta é na produção de música eletrônica, uma mistura de house music, dubstep, rock e rap. O primeiro single autoral é "Keep yourself alive", que virá seguido de um clipe.
A base da Amstell, formada em 2011, é o apoio da família. O baterista Igor Delesposti toca desde os 7 anos, graças ao incentivo que o pai sempre deu. Bruno Giacomim e Matheus Pinheiro também começaram na infância. O baixista/pianista fez aulas de música e piano clássico com a tia; e Matheus teve seu primeiro instrumento aos 6 anos, quando ganhou de presente um cavaquinho do pai. Roberto Vicentini começou aos 12, com a ajuda do tio que lhe emprestava o violão e ensinou os primeiros acordes. O vocalista Pedro Lopes aos 9 anos já se apresentava na sala de aula.
Mesmo sem baixista, gravaram o seu primeiro EP. Após um mês e meio, chegou o outro integrante, João Gutierrez, que teve que deixar o posto poucos meses depois. Bruno Giacomim agora passa a ser o responsável pelos baixos e pianos da Amstell.
Confira a entrevista com os integrantes da banda
Banda está trabalhando para conseguir lançar algo em torno de cinco músicas este ano
Como foi elaborada a mudança da identidade visual da banda e da sua marca? O que mudou basicamente? Quais foram as inspirações?
Pedro Lopes - A Amstell, hoje, é uma banda distinta da que era no começo. Nós passamos por uma transformação que envolve desde a nossa música até o nosso modo de pensar. Atualmente, trabalhamos na produção de música eletrônica, mas em vez de tocar como DJs preferimos fazer nosso som ao vivo. Por ser um novo caminho, totalmente diferente do que seguíamos no começo, decidimos mudar tudo.
A marca faz um paralelo entre o que somos musicalmente e o nosso nome, com uma estética mais moderna. Ela tem como base o Rio Amstel, que é um dos mais importantes da Holanda. Assim como o rio, a banda tem vários "afluentes" em sua trajetória, sendo cada um deles uma referência musical distinta. Porém, todas essas ramificações se unem num fluxo somente que representa a sonoridade final das nossas composições.
Quem fez a sessão fotográfica? Existe um conceito nesse novo ensaio? Como foi a produção? O que a banda quer passar com essa mudança visual?
Igor Delesposti - As fotos foram feitas pelo Matheus Coutinho. A temática segue exatamente o que propomos na identidade visual. Todos pesquisamos bastante antes da sessão para que conseguíssemos o resultado que estávamos planejando. Nosso intuito é unir todos os elementos dessa nova fase da Amstell: música, fotos, marca, videoclipe e shows.
Quantas músicas serão lançadas ao todo? Com a participação da banda no Prêmio OLHO VIVO, em 2012 e 2013, muitas pessoas questionaram o fato de a Amstell concorrer com covers, mesmo tendo composições próprias. Agora a banda vai investir forte em músicas autorais?
Roberto Vicentini - É comum haver questionamentos como esse, mas é nítido que os dois videoclipes não têm o intuito de simplesmente reproduzir uma determinada música. Em ambas as ocasiões buscamos reconstruí-las de um modo inesperado, utilizando nossa musicalidade e criatividade. Esse era nosso objetivo, mostrar a capacidade da Amstell de aplicar a cada música uma nova identidade, distinta da sua versão original.
Após termos concluído essa fase inicial, percebemos que 2014 seria o momento certo para darmos início ao nosso trabalho autoral. Isso só foi possível porque passamos um grande período estudando sintetizadores, instrumentos virtuais e a produção de música eletrônica como um todo. A partir daí, conseguimos ter capacidade técnica para concluir nossas ideias e as produzir num bom nível. Estamos trabalhando para conseguir lançar algo em torno de cinco músicas este ano.
Por que a opção de lançar uma música de cada vez? Essa estratégia é arriscada, já que geralmente os artistas lançam um single extraído de um EP ou CD?
Bruno Giacomim - É uma alternativa diferente, mas que vai nos auxiliar na divulgação das nossas próximas músicas. Dessa forma, poderemos trabalhar de um modo mais específico no lançamento das composições e aproveitar assim o potencial e as especificidades de cada uma.
Qual a primeira música de trabalho? O clipe que ainda será gravado já tem um roteiro básico?
Roberto Vicentini - O nome é "Keep yourself alive". Estamos trabalhando novamente com a MAC Produções. Já elaboramos o roteiro, e agora estamos definindo alguns detalhes finais para fazermos as gravações.
As letras são todas em inglês. Qual o motivo dessa opção? É questão de mercado?
Matheus Pinheiro - No geral, a música eletrônica feita em todo mundo adota o inglês como padrão. Produtores de destaque na cena eletrônica compõem dessa forma no intuito de ter uma sonoridade mais universal. Esse fator pesa bastante, porém, mesmo antes da Amstell seguir para o lado eletrônico, nós já tínhamos músicas em inglês também. Essa capacidade acabou nos deixando livres para optar por esse idioma.
As canções que serão trabalhadas falam de quê? Quais as temáticas exploradas?
"Temos referências musicais distintas; porém, todas essas ramificações se
unem num fluxo somente, que representa a sonoridade final das nossas composições"
Pedro Lopes - Cada uma tem sua identidade própria. Não seguimos uma receita pronta. Música é arte e o momento que o artista está vivendo influi diretamente sua forma de compor. Tudo pode influenciar, desde problemas, até a cultura de um determinado país. Isso será visível em breve. Lançaremos futuramente um outro single e uma sessão de fotos que abordam esse tema. Será uma música instrumental em que cada trecho representa algo dentro dessa cultura.
A sonoridade da banda é pop eletrônico? A banda está de olho no mercado internacional?
Bruno Giacomim - Estamos realizando esse trabalho da maneira mais séria e profissional que é possível para nós. Nosso foco, a princípio, é consolidar a Amstell na região e levar o nosso nome para outros estados próximos. Por outro lado, é interessante saber que pessoas ao redor do mundo vão poder ouvir nossa música e compreendê-las de modo espontâneo.
Em pouco tempo a banda conseguiu uma fatia bem legal de mercado aqui na região. A que vocês atribuem isso?
Matheus Pinheiro - Acho que o crescimento que atingimos em um ano se deve à seriedade que sempre buscamos em todos os shows e projetos. Para dar certo, música tem que ser levada como um negócio, mas antes de tudo deve ser baseada no amor por essa arte. E é assim que fazemos, juntamos o prazer de estar no palco a um trabalho sério.
Aliado a isso, buscamos em todos os momentos surpreender o público, seja na escolha das playlists, numa versão diferente, ou na incorporação de novos elementos à nossa sonoridade. Por exemplo, no começo passamos a utilizar sintetizador e talkbox (mangueira capaz de modular o som de um instrumento pela boca), depois, vieram samples. Posteriormente, incluímos instrumentos virtuais, efeitos e, mais recentemente, pianos e órgãos.
O público da Amstell também mudou, assim como a banda?
Igor Delesposti - Sim. Como no início éramos uma banda de pop rock basicamente, muitas pessoas esperavam ouvir nos shows alguns clássicos do rock de determinadas bandas nacionais ou internacionais. No entanto, a transição foi acontecendo e essas músicas deram lugar a sons atuais e eletrônicos e à presença de batidas instrumentais e digitais. Isso acabou nos aproximando de um público mais moderno, cuja identificação é maior com casas noturnas e boates desse gênero musical.
Serviço
> Amstell - Quem é quem na banda: Pedro Lopes (vocal), Igor Delesposti (bateria), Roberto Vicentini (guitarra e sintetizador), Matheus Pinheiro (guitarra e sampler) e Bruno Giacomim (baixo). Leia aqui a primeira entrevista concedida ao OV, quando a banda ganhou o Prêmio OLHO VIVO 2012 na categoria Clipe. Contato: (24) 9-9271-7103. Acompanhe as novidades na fan page da Amstell.