(Fotos: Divulgação)
Wagner Xavier é colecionador e tem um acervo enorme de álbuns raros de rock
Wagner Xavier é colecionador, tem um acervo enorme de álbuns raros de rock e revolveu escrever um livro dedicado a esses discos. O livro foi lançado há dois anos e se tornou objeto de desejo dos amantes do rock. "Rock raro", que está esgotado, trata cada disco escolhido com o devido respeito. Wagner, com seu amigo e colaborador João Carlos Roberto, criou um livro com resenhas, informações e fotos coloridas de 352 álbuns raros de rock de suas coleções das décadas de 60 e 70, em um trabalho único no Brasil, e comparável ao do austríaco Hans Pokora, em sua série "Record collector dreams". Porém, o livro do Wagner, a meu ver, é mas interessante, por trazer informações não só em relação às bandas, mas também ao que podemos esperar dos álbuns em termos de audição, com resenhas bem feitas. Eles criaram também uma cotação para os discos, e outra coisa bacana é a classificação diamante: são dez discos escolhidos por cada um dos autores, numa listinha de 20, que por si só já garantem experiências fantásticas para os ouvidos.
Se você é um roqueiro que ama Beatles, Rolling Stones, Deep Purple, Led Zeppelin, mas jamais se aventurou por caminhos obscuros nas esquinas do rock, com certeza precisa ler esse livro.
Conversei com Wagner, que me garantiu que até o fim deste ano lança o volume 2 do "Rock raro" e reedita esta edição revisada. Ele se comprometeu a presentear meus amigos leitores da coluna, do blog e também os ouvintes do "Contramão" com um exemplar de cada volume, num sorteio que será realizado assim que os livros saiam do forno. Pois, então, aguardem!
Márcia: O que te levou a escrever o livro?
Wagner: Na verdade era um livro que procurava há tempos para comprar em diversas viagens que fiz para vários lugares e como jamais vi algo sobre resenhas de discos raros resolvi eu mesmo partir para o projeto de escrever um e o resultado foi ótimo.
Márcia: Como escolheu os 352 álbuns, qual o critério para a escolha e por que escolheu 352 títulos?
Wagner: Na prática fomos escrevendo e junto com a editora chegamos em 350 por conta de ser um número OK de páginas e de custo para mim. No final, comprei dois discos novos ("Aorta" e o "Zacharias") e achei que deveria entrar também, então fechamos em 352.
Márcia: Na época acreditou que um livro sobre rock raro fosse ser tão bem aceito pelos leitores?
Wagner: Não imaginava, achava que iria ficar com um estoque de livros em casa, pois sabia que o público seria muito específico.
Márcia: Quem você acha que se interessa por esse tipo de leitura?
Wagner: Amantes de música em geral (rock) e principalmente colecionadores de raridades dos anos 70.
Márcia: Quanto tempo levou na criação do livro?
Wagner: 18 meses mais ou menos.
Márcia: Resenhas sobre álbuns sempre são bastante pessoais, foi questionado por outros amantes do rock sobre suas resenhas?
Wagner: Sim, muito pessoais, deixei isso muito claro no livro, de que era nossa opinião particular e que não somos músicos ou jornalistas e sim curtidores de música. Mas no geral a aceitação foi espetacular, ninguém questionou de forma radical, apenas um ou outro comentário, mas tudo muito saudável. Conhecemos uma série de pessoas para compartilhar.
Márcia: Informações sobre álbuns e bandas raras são muito complicadas de achar, como conseguiu as informações sobre os álbuns escolhidos?
Wagner: Ouvimos todos os discos (temos todos eles), pegamos das capas, dos CDs, revistas, internet etc. E principalmente da própria audição dos mesmos.
Márcia: Existe a possibilidade de volume 2 do livro, tipo "Rock raro 2", os que ficaram de fora da primeira edição e também são importantes e devem ser resenhados?
Wagner: Sim, existe e estamos fazendo. Se tudo der certo, queremos lançar em 2013, no Natal, para servir de presentes para todos.
Márcia: O que você ganhou com essa aventura, e não me refiro a ganhos financeiros?
Wagner: A edição foi bancada por mim mesmo e distribuída boca a boca, com pouquíssimos pontos de venda. Sinceramente não havia a expectativa de ganhar dinheiro com isso, ainda que tenha se pagado ao longo do tempo de forma muito satisfatória. A edição é cara, por ter feito de forma profissional, com material de primeira qualidade e principalmente com fotos coloridas.