(Foto: Divulgação)
“A poesia não é uma coisa rasa, superficial, ela precisa ser profunda, subjetiva. Essas novas tecnologias são rasas, líquidas. Poesias, poemas, demoram em nós, não são volúveis como um modismo dessas redes sociais, que como uma onda logo se extingue na areia”.
Os poemas são em formato de cartões-postais, e vêm dentro de uma caixinha com ilustrações de Marcelo Tibúrcio. “Reencontrar-te” é o mais recente livro de Marcos Alvarenga, lançado em outubro na Fliq (Feira Literária e de Quadrinhos) de Natal (RN). Tem 15 páginas, uma produção pelo selo do próprio autor: Projeto Livro Postal. A primeira tiragem, 200 exemplares, foi um sucesso.
O e-book custa R$ 20; grampeado, R$ 34; e impresso, R$ 60. Pode ser adquirido em Natal, pela Livraria Nobel, no Praia Shopping; Távola Livraria, no Shopping Cidade Verde; Livraria Manimbu, no Tirol; Livraria da UFRN; no Rio de Janeiro, no Sebo Gambiarra. Na região sul fluminense, ainda não tem, somente pelo WhatsApp (83) 99640-2704 ou clicando aqui.
Marcos Alvarenga Oliveira, que assina Marcos Alvarenga, tem 45 anos, é de Barra do Piraí (RJ) e mora em Natal. Leonino com ascendência em aquário e lua em câncer, ele se define como corajoso, do tipo que se joga na vida e só depois vê as consequências.
Confira a entrevista com Marcos Alvarenga
Quando e como surgiu a ideia de escrever o livro? Quanto tempo para o projeto ganhar forma e ser lançado?
O livro começou a ser escrito em 2001, quando era estudante da UFRRJ.
Foi um casamento, enquanto escrevia até encontrar o ilustrador certo, o diagramador, o artista da fonte, demorou mais de 20 anos. Mas já tenho projetos para os próximos cinco anos.
Como foi o processo de criação?
Foi uma construção junto com a minha maturidade, aos passos em que a vida ia me trazendo desafios, perdas, ensinamentos, eu ia escrevendo e deixando eles registrados em forma de lições poéticas.
O seu outro livro, “Gameficação na Educação - Usando a API ResultEduc”, nada tem a ver com poemas. Você tem facilidade de passear por gêneros literários? Ou é uma tarefa difícil?
Este é meu primeiro livro de poesias, embora tenho feito parte de outros projetos de antologia poética pela Editora Perse, através do Projeto Apparare, e escrito algumas crônicas.
Meu primeiro livro, lançado em fevereiro deste ano, foi na área tecnologia e Educação, fruto do meu mestrado em tecnologia da informação pela UFRN.
Digo que a poesia me escolheu e não eu quem a escolheu, é como uma entidade que se incorpora em mim e me faz desabafar através das palavras tudo o que preciso soltar, pois a escrita flui melhor em meu ser do que a oratória. É uma simbiose a poesia em mim, não consigo mais desgrudar dela e ela de mim.
Gosto de escrever crônicas também e já está saindo, ano que vem, o meu primeiro livro neste gênero. Diferente da poesia, crônicas são aspectos do meu dia a dia, coisas que eu vejo das pessoas, sociedades e indivíduos coletivamente. Diferente da poesia, que vem de dentro, escrever crônica é um olhar externo.
A geração TikTok, Instagram, Facebook, enfim, redes sociais, consome poesia com o mesmo prazer das gerações anteriores? Isso interfere na forma como você escreve?
Não, acredito que a poesia não é uma coisa rasa, superficial, ela precisa ser profunda, subjetiva. Essas novas tecnologias são rasas, líquidas. Poesias, poemas, demoram em nós, não são volúveis como um modismo dessas redes sociais, que como uma onda logo se extingue na areia.
Escrevo muitas vezes no próprio celular, quando ela se aproxima de mim, como um amor ao chegar e lhe deliciar com um beijo ou um cheiro, eu logo pego o que tenho nas mãos ou no bolso e começo o processo de escrita, quando tenho um bloco de papel ou uma caneta, é lá que escrevo. Mas com a ajuda da tecnologia, o celular está quase fixo em nosso corpo.
O livro servirá de base para uma websérie?
Sim, cada poesia é uma história que ficou registrada nesta primeira e outras cinco por vir.
Cada história será um capítulo de uma websérie da qual já estou formando a equipe com atores do Sudeste e Nordeste, assim como roteiristas e produtores.
Estou tentando um aporte através da Lei Paulo Gustavo, para esta primeira empreitada.
O livro, consegui realizar a impressão graças ao edital do Sebrae RN, através da economia criativa, em que fiquei entre os dez melhores projetos literários e consegui a verba para publicá-lo.
Barra do Piraí está nos seus planos para a realização desse projeto? De que forma?
Sim, os primeiros capítulos serão filmados aqui na região do Vale do Café (Barra do Piraí, Vassouras e Valença), será filmada também uma parte em Seropédica, na UFRRJ.
O livro foi lançado em feiras e está esgotado? Uma nova tiragem deve ser produzida? A que atribui o sucesso do livro?
Sim, lancei o livro em outubro na Fliq (Feira Literária e de Quadrinhos) de Natal (RN), depois lancei na Bienal Internacional do Livro de Recife (PE) e, por último, agora em novembro, na Flip, em Paraty (RJ).
O sucesso do livro é o formato inovador, onde as poesias são em formato de cartões-postais, e vêm dentro de uma caixinha com ilustrações belíssimas de Marcelo Tibúrcio.
O feedback dos leitores são diversos:
“Um jeito delicado de falar de sentimentos e emoções que todos vivenciamos”.
“É um oráculo poético”.
São depoimentos de alguns leitores.
Mas o grande sucesso é oferecer o livro nas ruas, mãos a mãos, boca a boca, e através de eventos em escolas e feiras, assim nos aproximamos de uma forma mais humana ao leitor.
A websérie provavelmente é o seu projeto principal para 2024. Mas já tem outro livro em mente, ou outro livro escrito, à espera de ser editado?
Sim, as energias para 2024 estão focadas primeiramente no projeto da websérie, mas já tenho outro livro de poesia para lançar até julho e um de crônicas para ser lançado em breve.
Por falar em livro, como está o desempenho de “Gameficação na Educação - Usando a API ResultEduc”?
Tenho divulgado mais o livro em palestras nas escolas, principalmente no Nordeste, aqui na região a acolhida ao projeto não está sendo boa quanto lá, vejo que os jovens do Norte e Nordeste estão mais ativos neste formato.
Algo a acrescentar?
Não abro mãos da educação, arte e escrita, é um processo longo, não de curto prazo.
Não é como acumular um dinheiro em um investimento em que você possa retirar com juros e correções volumosas em pouco tempo. É um projeto de uma vida, não podemos antecipar os frutos, pois cada um tem seu tempo de maturidade. Vejo assim com um livro, um projeto artístico e musical.
Tudo leva tempo e construção, aquilo que colocamos ansiedade e falta de maturidade não dura e não tem a recompensa correta.
É jogar a semente, nutrir com muito amor e fé e o retorno será certo.
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