(Fotos: Divulgação)

"A inscrição do movimento moderno no patrimônio urbanístico e arquitetônico de
Volta Redonda" mostra a importância patrimonial de edifícios e estruturas urbanas 

Três anos de pesquisa de alunos do curso de arquitetura e urbanismo, inscritos no PIC (Programa de Iniciação Científica) do UGB. O resultado é o livro "A inscrição do movimento moderno no patrimônio urbanístico e arquitetônico de Volta Redonda", de Andréa Auad Moreira, que será lançado neste sábado, 22, às 9h, no Auditório Milton Carlos, Bloco IV - Campus Volta Redonda. 

São cerca de 250 páginas, em um formato bem especial, quadrado (21x21cm). A capa foi originalmente criada por Zanno de Carvalho, com foto de Glauker Gomes Marcelo, e foi editado pela nova editora do Centro Universitário Geraldo Di Biase. O livro não será vendido. Será distribuído pelo UGB, a partir de uma lista de prioridades acadêmicas e institucionais. 

Um pouco sobre a autora

"Quem gosta de arquitetura e cidade gosta do
livro, quem gosta de história e cultura também"

Andréa é arquiteta e urbanista formada pela Universidade Federal Fluminense em 1989. Mestre em urbanismo pelo PROURB/UFRJ e está concluindo o doutoramento também pelo PROURB. Além de professora do curso de arquitetura e urbanismo do UGB, trabalha como arquiteta e urbanista autônoma e também na Prefeitura Municipal de Porto Real. Ela conta que adora a pesquisa acadêmica e também escrever. 

- Um prazer, um privilégio e penso que também uma responsabilidade social. Tenho alguns trabalhos publicados (artigos, entrevistas, textos curatoriais), mas é o primeiro trabalho publicado em livro - diz. 

A professora faz questão de agradecer o apoio do Centro Universitário Geraldo Di Biase, na figura central do reitor Geraldo Di Biase Filho e ao pró-reitor de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão, professor Francisco José Barcellos Sampaio, às professoras Yone Ravaglia (coordenadora do CAU|UGB) e Lucia Costa (assessora da PROPEX). 

- Agradeço também a participação dos professores e arquitetos urbanistas Lincoln Botelho da Cunha, Sergio Fernandez, Roberto Pimenta da Cruz, Wanildo de Carvalho, Celita Torres e Waldir Bedê Filho pelas entrevistas concedidas. À amiga e professora Lucia Assis pelo trabalho de revisão - enfatiza. 

Confira a entrevista com Andréa Auad Moreira 

Como e quando nasceu a ideia de publicar o livro "A inscrição do movimento moderno no patrimônio urbanístico e arquitetônico de Volta Redonda"? 

A ideia da publicação aconteceu ao final do segundo ano da realização da pesquisa (2011). O projeto de pesquisa, escrito por mim, foi aprovado pelo UGB e desenvolvido entre 2010 e 2012 junto com os estudantes do curso de arquitetura e urbanismo: Ana Cristina Pinheiro, Camilla Carvalhaes, Fábio Costa, Fabiano Cardoso, Glauker Gomes Marcelo, Jéssica Marques, Isadora Marti, Erick Gomes, Ivy Mello, Vanessa Leite, Mariana Jones, Wagner Bernardes, Zanno de Carvalho, Tiago Maciel. A riqueza do material coletado me fez pensar na possibilidade de publicar os seus resultados, o que foi organizado e complementado em 2012. 

O livro é fruto de três anos de pesquisa de alunos do curso de arquitetura e urbanismo, inscritos no PIC do UGB. Quantos alunos em média? Como foi feita essa pesquisa? 

A obra: São cerca de 250 páginas, em um formato bem especial, quadrado (21x21cm)

A cada ano eram selecionados em média seis alunos pelo Programa de Iniciação Científica do UGB. Esses alunos se aproximavam do tema, estudavam e eram orientados a realizarem o trabalho de campo, as entrevistas e a sistematização de dados, num processo de aprendizagem e reflexão contínuas. O grupo se reunia toda sexta-feira à tarde em quatro horas de trabalho sob minha orientação. As análises e os relatórios descritivos foram organizados por mim a cada ano e apresentados à coordenação do Programa. 

O lançamento terá palestra do arquiteto Luiz Américo Gaudenzi. Por que essa escolha? O que será abordado na palestra? 

Luiz Américo Gaudenzi é um arquiteto de larga produção moderna e contemporânea em arquitetura e urbanismo, foi vice presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil IAB-RJ entre 1992-93. Conheceu o livro por intermédio do pró-reitor de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão - PROPEX, professor Francisco José Barcellos Sampaio, e se encantou com a publicação, não só pela riqueza de imagens, mas pelo conteúdo, que traz informações relevantes sobre essa cidade tão especial para o Brasil, localizada no interior do Estado do Rio de Janeiro. 

O livro é indicado apenas para quem gosta de arquitetura? Ou é uma leitura agradável para todo tipo de público? 

Acho bastante agradável o livro, leve e intencionalmente dirigido a um público de arquitetos e não arquitetos. Penso que todos os cidadãos da cidade de Volta Redonda e do Médio Vale do Paraíba gostarão de ler o livro, se encontrarão identificados ali por aproximação ou por contraponto. Os moradores de Volta Redonda serão levados a observar e perceber a sua própria identidade a partir da arquitetura e da forma urbana da cidade. Os não moradores da cidade serão estimulados a aguçarem esse olhar relacionado-o ao seu lugar de origem. 

É um livro com linguagem técnica? Didático? Ou lança mão de uma construção textual mais literária? 

É um livro didático, mas ligado a uma informação cultural abrangente. Ele faz relações. Quem gosta de arquitetura e cidade gosta dele, quem gosta de história e cultura também. 

O que foi mais difícil nesse processo longo de elaboração do livro? A pesquisa já nasceu com a intenção de virar livro, ou não? 

Livro é o resultado de três anos de pesquisa de alunos do curso de arquitetura e urbanismo

Não, ainda não pensava nisso quando escrevi o projeto de pesquisa. Idealizei o projeto porque percebia a grandeza do universo a ser pesquisado. O projeto foi aprovado pelo PIC-UGB em 2010. Já neste primeiro ano o volume pesquisado nos permitiu realizar um relatório muito consistente que foi complementado em 2011, quando decidimos por propor a publicação, que foi organizada em projeto de 2012. A cada ano um novo grupo de pesquisadores se apresentava e alguns nunca se desapegaram da iniciação científica. Uma vez iniciante científico, sempre iniciante científico. Esse registro em livro quer também deixar claro o principal objetivo do trabalho, que é afirmar a importância da pesquisa e extensão didático-acadêmica para a construção profissional de futuros arquitetos urbanistas da região do Médio Vale do Paraíba, contribuir para a construção de um campo profissional culturalmente mais responsável e atento. 

A que conclusão o leitor chega ao finalizar a leitura? 

Isso é muito pessoal, mas nenhum leitor deixará de prestar atenção aos signos modernistas inscritos na materialidade construída da cidade nem deixará de perceber a importância patrimonial de edifícios e estruturas urbanas importantes para a região e para o Brasil. Um outro aspecto que considero poder ficar revelado é a importância humana destes atores sociais arquitetos e urbanistas, muitas vezes esquecidos ou nem sequer referenciados pela história.

Projetos. O que vem por aí? Outros livros? 

Há algumas pretensões. Pretendo propor ao UGB a publicação da minha dissertação de mestrado sobre Barra Mansa ("Imagens e Identidades Urbanas"), adaptando sua linguagem para livro. Ela foi motivo de muitas leituras, em campos diversificados do conhecimento. No médio prazo, pretendo publicar a tese de doutoramento sobre a presença do Rio Paraíba do Sul nas áreas urbanas de Resende, Barra Mansa, Volta Redonda e Barra do Piraí. Há muito o que estudar, dizer, publicar sobre nossa região, tão importante e cara para os moradores do Vale e para os que estão além dele. 

Serviço 

> Campus do UGB, em Volta Redonda - Rua Deputado Geraldo Di Biase, 81, Aterrado. Telefone: (24) 3345-1700. Site.

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