(Fotos: Divulgação)
A história de Belo Horizonte confunde-se com a de nomes como Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa, Otto Lara Rezende, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Pedro Nava, Hélio Pellegrino, Murilo Rubião, dentre outros. Celeiro de grandes escritores, a cidade dá a luz a mais um artista. O jornalista e escritor mineiro Emanoel Ferreira apresenta seu primeiro livro solo, “Já tomei uns tragos de poesia e prosa pra amaciar a tristeza”, pela editora carioca Multifoco, por meio do selo FuturArte Poesia.
São mais ou menos 100 páginas de lirismo livre. De acordo com Ferreira, esse é um livro propositalmente sem foco, sem tema.
- Isso porque nele está parte da minha produção literária no ano de 2016, numa mistura de temas que vão de amor e amizade (“Os amigos são a prova viva de que, às vezes, sem querer, a cegonha separa alguns irmãos”) à natureza do poeta nos tempos modernos (“Todo poeta é um neandertal / escrevendo nas paredes de papel / das cavernas modernas”) - diz o autor.
- Conheci Emanoel Ferreira duas vezes nos últimos sete anos. A primeira vez foi em 2009, quando, organizando o primeiro volume da antologia de contos de ficção científica “Solarium”. Recebi o texto de um garoto de 17 anos que morava em BH. O texto foi revisado e publicado, e mantivemos contato nos anos seguintes através do Facebook, onde pude perceber o amadurecimento da escrita do mineiro. Pois bem, sete anos depois daquele primeiro contato profissional, Emanoel me envia o original de um livro de crônicas e poesias, “Já tomei uns tragos de poesia e prosa pra amaciar a tristeza”, e eis então que descubro que aquele menino de BH havia crescido e desenvolvido um estilo próprio, um misto de Bukowski e Leminski com pinceladas de Drummond. Uma combinação de cachaça mineira com bituca de cigarro fumado até o filtro, um misto de início de noite no bar da moda com raiar do dia na birosca de quinta categoria - comenta o editor Frodo Oliveira.
Na opinião do editor, as mulheres de Emanoel Ferreira são um caso à parte:
- Elas são fortes e maravilhosas, dominam o mundo e deixam sempre o poeta/cronista com cara de bobo, que, aliás, ele já tem. Dessa vez não havia uma vírgula sequer a acrescentar ao texto, porque Emanoel tornara-se um cronista lírico de mão cheia. Leia “Por acaso”, “Causa”, “3x4”, e me diga se estou enganado.
A economia vai mal
(Emanoel Ferreira)
por causa da política
a economia vai tão mal,
tão absurdamente mal,
tão cruelmente mal,
e tão triste,
e tão descontrolada,
e preocupante,
e desanimadoramente mal,
que conheço uma mulher linda
que anda economizando o amor.
a economia vai mesmo mal,
mas a culpa não é minha:
eu votei na poesia.
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Desejo a todos os amigos um Ano Novo:
Cheio de Paz, Harmonia, Mais Igualdade, Amor, Saúde e Prosperidade. Lembremos: Somente com Deus é que podemos tudo sempre!
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Fique de Olho
> Emanoel Ferreira - O autor interage com os leitores na página (www.facebook.com/mano.poesia) e publica constantemente em (www.emanoelferreira.tumblr.com). O livro “Já tomei uns tragos de poesia e prosa pra amaciar a tristeza” custa R$ 34, no site da Multifoco Editora.