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Dos Sonhos Para as Livrarias

Romance histórico de Iara Ladvig Budelon busca interação crítica do leitor

Livro conta história de descendentes de espanhóis, um amor quase impossível pelos ditames morais impostos à época, uma mulher forte e destemida lutando para sobreviver em tempos difíceis marcados pelo jugo do coronelismo

Livros  –  14/02/2018 17:25

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(Fotos: Divulgação)

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“Por se tratar de um romance histórico, o principal desafio para escrita do romance foi equilibrar na ficção a verossimilhança com a historiografia, criando um espaço de diálogo coeso entre realidade ficcional e empírica, buscando e despertando a interação crítica do leitor”

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Iara Ladvig Budelon nasceu em 1965 em Porto Alegre (RS). Aos 16 anos escreveu o primeiro romance, “Areias escaldantes”, não publicado. Na escola de ensino fundamental Visconde de Pelotas participou de concursos literários promovidos pelo Grêmio Estudantil, onde foi incentivada pela orientadora educacional Vânia Mendes e a professora de língua portuguesa Maria Teresinha Sentinger. Em 1982, participou de concurso literário promovido pela LBA/Sul Brasileiro, no Ano Nacional do Idoso na categoria conto, obtendo menção honrosa. Graduada em serviço social (1994), com extensão em gestão do desenvolvimento humano pela ULBRA-RS, trabalhou na gestão de projetos governamentais em prefeituras do interior. Graduanda em direito, blogueira e escritora freelance, Iara escreve em todos os gêneros: poesia, crônica, contos, romance e artigos de opinião. É autora do livro “Nós desfeitos de nós - Desafios”, no gênero autoajuda, em 2011 pela Editora Alcance. 

Confira a entrevista com Iara Ladvig Budelon 

Escritora Iara Ladvig Budelon, é um prazer contarmos com a sua participação. Conte-nos, o que a inspirou a escrever o romance “La Casa Amarilla”?

Primeiramente, agradeço a oportunidade de participação e divulgação do meu livro. A inspiração para escrever o romance “La Casa Amarilla” se deve a sonhos recorrentes entre a fase da adolescência e a idade adulta. Costumava sonhar com uma casa amarela, me sentindo íntima daquele ambiente, como se realmente morasse ali. O sonho gerava um déjà vu. Um dia, ouvindo a trilha sonora de Gypsy King, tive vontade de escrever um romance, e a casa amarela seria o cenário perfeito, envolvendo descendentes de espanhóis, um amor quase impossível pelos ditames morais impostos à época, uma mulher forte e destemida lutando para sobreviver em tempos difíceis marcados pelo jugo do coronelismo, a cultura machista segregadora de direitos, ganância e preconceitos de gênero, raça e social, revelando aspectos desumanos da história da humanidade; aspectos esses que se prolongam no tempo, com uma acuidade deficitária da percepção do outro. Iniciei a escrever o romance em 2010, e terminei em 2011, quando fiz o registro da obra no Escritório de Direitos Autorais - EDA. Na época, encaminhei em arquivo Word para algumas editoras em São Paulo, para fins de avaliação da obra. Somente este ano foi possível a publicação. 

Como foi a escolha do título?

O título surgiu em decorrência do sonho com a casa amarela, ambientando o enredo em torno dela. 

Apresente-nos a obra.

O romance histórico é ambientado em 1927, na cidade fictícia de Pinedos. Uma família de descendentes espanhóis, os Saavedra, é dizimada por doenças mortais, restando apenas mãe e filho, Teresa e Alejandro. Com pouco dinheiro e muitos hectares de terras férteis, recomeçam praticamente do zero. Com a escassez de recursos, reconstroem o casario amarelo, bastante desgastado pelas ações do tempo, e investem na cultura do café. Em um passeio pela cidade, Teresa conheceu o vizinho lindeiro. E após anos de viuvez entregou-se a uma paixão, entre uma série de encontros e desencontros amorosos. O bucólico se manifesta em cenas inquietantes, ou mesmo mornas, instigando o leitor a um quebra-cabeça de indagações. Teresa, soberana em suas decisões, tornou-se a própria vilã ao entregar-se ao claustro dos ditames morais da época. 

Quais os principais personagens que compõem a trama?

Teresa, protagonista; Esteban, fazendeiro de origem hispânica e lindeiro de Teresa; e Antônio, administrador da Fazenda Saavedra. 

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O final da história foi um momento, especialmente, emocionante. Faz pensar que vale a pena lutar pelo que acreditamos”.

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Quais os principais desafios para escrita do romance?

Por se tratar de um romance histórico, equilibrar na ficção a verossimilhança com a historiografia, criando um espaço de diálogo coeso entre realidade ficcional e empírica, buscando e despertando a interação crítica do leitor. 

Qual o momento que mais a marcou enquanto escrevia “La Casa Amarilla”?

O final da história foi um momento, especialmente, emocionante. Faz pensar que vale a pena lutar pelo que acreditamos, sejam crenças, valores e cultura, quando alguns personagens tinham “insight”, contornando situações adversas por meio de uma atitude significativa. 

O que mais a encanta nesta obra literária?

O contraste de força e doçura da mulher, em uma quebra de braço com as chagas da alma pelas desumanidades, as quais ganham espaço nas mídias cotidianas. A proposta de vislumbre crítico, sempre atual, da incansável batalha da mulher pelo espaço na sociedade, conquistando respeito e reconhecimento no desempenho de seus diversos papéis. A imposição, ferrenha e atemporal, das questões sociais, de gênero e racial, abraçadas culturalmente por ideias errôneas. 

Quais os seus principais objetivos como escritora?

Continuamente, aprimorar a qualidade da escrita; transpor para a ficção fatos reais, instigando o leitor a repensar as questões sociais ligadas ao preconceito social, gênero e raça, oportunizando um espaço à construção crítica da realidade com vistas a mudanças; e desconstruir a imagem de subalternidade relegada à mulher em relação ao homem, desfazendo o conceito cultural démodé para um “novo pensar”. 

Você pensa em publicar novos livros?

Sim. Os stand by engavetados, registrados no EDA. E aqueles que futuramente pretendo escrever. 

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Iara Ladvig Budelon. Agradecemos sua participação. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Sempre é tempo de recomeçar. Fazer algo por si e pelos outros, construindo pontes para dias melhores por meio das atitudes. Isso depende, unicamente, de cada um de nós. Faz-se o tempo.

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Fique de Olho 

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Por Shirley Cavalcante  –  smccomunicacao@hotmail.com

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