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Quase a Formação Completa

"Ready to die" é digno de ser assinado por Iggy and The Stooges

Mas disco não é nem sombra do que foi "Raw power"; CD tem rocks vigorosos, em que há uma centelha criativa da época áurea

Música  –  06/09/2013 16:58

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(Foto: Divulgação)

Iggy canta mais grave em todas as músicas, sabendo que a voz não tem mais a mesma força

"Ready to die" traz quase a formação completa que gravou o mítico "Raw power", de 1973, um dos melhores discos da história do rock: Iggy Pop (voz), Scott Asheton (bateria) e James Williamson (guitarra). Faltou apenas Ron Asheton (baixo), que morreu em 2009. Em seu lugar está Mike Watt, do seminal Minutemen, ícone do rock independente americano dos anos 80. Mas não se animem: "Ready to die" não é nem sombra do que foi "Raw power". Dito isso, o disco é, sim, digno de ser assinado pela banda.

Iggy canta mais grave em todas as músicas, sabendo que a voz não tem mais a mesma força. Os riffs e solos de Williamson estão lá, não tão endiabrados e rápidos, é verdade, mas fazem bonito. Scott manda bem na bateria e Mike é o coadjuvante ideal, papel já desempenhado no Minutemen, onde D. Boon era o vocalista e principal compositor. 

O melhor conjunto de canções dos
Stooges desde o seu retorno, em 2003
 

"Ready to die" é o melhor conjunto de canções dos Stooges desde o seu retorno, em 2003. "Burn", "Sex and money", "Job", "Gun" e "Dirty deal" são rocks vigorosos, em que há uma centelha criativa da época áurea. Poderiam ser b-sides de "Raw power", sem medo. Já à canção-título falta pegada e rapidez. Em faixas como "Dd´s" e "Beat that guy" há um toque pop, talvez influência dos últimos discos solos de Iggy, que são mais nessa praia. "Unfriendly world", uma toada country, e "The departed", que fecha o repertório do álbum, são mais tranquilas e reflexivas, sem trazer a energia característica da banda.

Dá até pra imaginar o Iggy Pop cantando essas músicas usando camisa e com calças mais largas, algo inimaginável nos tempos do RP. Mas se isso acontecer, aí, sim, os Stooges estarão prontos pra morrer.

Por Márcia Tunes  –  marciatunes@gmail.com

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