(Foto Ilustrativa)

Para os que vivem me perguntando como conheço tantas bandas, aqui vão algumas dicas. A mais importante e principal é: Não seja radical, o radicalismo escraviza, explore novos caminhos, mude de rumo, ouça de tudo um pouco, tanta coisa bacana para ser ouvida, lida, vista, visitada, entendida.

Nesse caminho, que pode ser longo, aliás, quanto mais longo melhor, o ideal é não parar, não ficar satisfeito nunca, tentar novos ritmos, misturar o inusitado, procurar a sua identidade musical, independente de modismos, que cá entre nós são a ruína da cultura.

Para começar, em qualquer gênero os clássicos devem sempre ser a primeira opção, os clássicos do rock, clássicos da MPB ou do jazz, por exemplo.

Não ouça só uma música

Busque uma melhor compreensão das coisas, se intere, não ouça só uma música de nenhum músico, banda, orquestra, ouça pelo menos três ou quatro faixas de pelo menos três ou quatro álbuns diferentes. Assim, sua visão fica mais clara. Porque pode acontecer de você escolher um único disco de uma banda e aquele ser exatamente o único disco que você jamais compraria, mas os outros podem ser geniais, porque ninguém é genial o tempo todo. E, mesmo as melhores bandas do mundo, têm um disco ruim.

Uma vez que os clássicos foram explorados, comece a sua pesquisa. Por exemplo, entre num desses programas de compartilhamento de arquivos e busque por músicos e bandas que não conhece. Essa é uma forma divertida e barata de conhecer o trabalho de bandas consagradas e garimpar novidades. Assim, garanto algumas descobertas no mínimo interessantes. O YouTube também pode proporcionar algumas boas aventuras musicais, mas a busca é árdua, pois entre milhões de grandes porcarias sempre tem muita coisa boa.

Não ande conforme a corrente dominante ordena

Mas algumas bandas devem ser ouvidas, mesmo que só por curiosidade. Um exemplo disso são as bandas de rock progressivo, dando uma generalizada na coisa, o prog é considerado por muitos como chato. Eu diria que é mais sofisticado, com uma sonoridade mais elaborada e por isso mesmo menos entendido. Porque música rápida, leve, e até mesmo pouco musical na forma correta da expressão, é muito mais fácil de ser digerida pela massa, que anda conforme a corrente dominante ordena.

Voltando ao rock progressivo, existem bandas de países pouco difundidos na música universal que são verdadeiras pérolas, o lirismo e a beleza das canções revelam o quanto se deve andar sem esperar que o final seja previsível. Usei como exemplo o progressivo, por ser um dos gêneros que mais aprecio e conheço. Por isso mesmo, conheço bandas dos lugares mais remotos do mundo, como, por exemplo, Tuva, Zâmbia, Belarus, Indonésia, Turcomenistão, Islândia e Gana, pra citar apenas alguns.

Não se deixe manipular pelo óbvio

Visite meu blog, tem muita coisa boa e rara, principalmente de rock progressivo e krautrock por lá. Não estou aqui para tentar ser mais uma pessoa que acredita ser a dona da verdade, não é isso. Creio que cada um no mundo das artes deve procurar o seu caminho e não se deixar manipular pelo óbvio. Mas lembre-se sempre que a música é uma arte milenar e deve ser respeitada. E o respeito deve partir principalmente dos que dela vivem, acredito!

Pesquisar é importante, ouvir, conversar, perguntar, frequentar lojas, isso há uns 30 anos era o melhor da brincadeira. Livros sobre o tema são raros, qualquer hora falo deles. Outro dia um menino me disse que conhecia todas as bandas de rock, eu disse, puxa! Depois de muitos anos, não tenho essa pretensão, até porque sei que isso jamais vai acontecer, mas conseguindo conhecer algumas boas bandas e me divertindo com isso já fico feliz!

Seja feliz e divirta-se ouvindo música, escolha a sua música, não deixe que os outros te digam o que ouvir. Seja o detetive musical da sua alma, investigue! Seja curioso!