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Eliton Tomasi, o criador da "Revista Valhalla"

Apaixonado por música, montou a Som do Darma, produtora, assessoria de imprensa e empresariamento de bandas

Música  –  29/09/2012 18:03

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(Fotos: Divulgação)

Tomasi trabalha com as bandas Shaman,

Hellish War, Uganga, Imagery, Kappa Crucis,

Psychotic Eyes e Slippery

Eliton Tomasi é um apaixonado por música, criador responsável da “Revista Valhalla”, uma das edições mais importantes do rock nacional fundada em 1996 e que ficou no mercado até 2007 (nos últimos anos foi publicada no “Rock Hard/Valhalla”).

Logo em seguida, montou a Som do Darma, produtora, assessoria de imprensa e empresariamento de bandas. Atualmente trabalha com as bandas Shaman, Hellish War, Uganga, Imagery, Kappa Crucis, Psychotic Eyes e Slippery. E já passaram pelo cast alguns grupos como o Lumina (trio de jazz com Sizão Machado), Banda do Sol (produzida por Billy Sherwood, ex-Yes), Apocalypse, Deventter etc.

Além de produzir com o irmão Vinicius Tomasi eventos que vão desde shows undergrounds até produções internacionais de grande porte, como os recentes shows do Focus e Circa no primeiro semestre de 2012.

Conversei com o Eliton e esse papo você confere aqui.

Márcia: A revista durou 11 anos e era uma ótima publicação, porque desistiu da revista?

Eliton: Decidimos tirar a “Valhalla (Rock Hard)” do mercado por dificuldades financeiras. Na época a internet estava em franca expansão e isso afetou diretamente nas vendas em bancas. Nossa carteira de clientes de publicidade era formada na maioria por empresas da indústria fonográfica (gravadoras) e esse mercado também vivia o ápice da crise, por conta da pirataria e downloads ilegais. Como o custo pra se produzir uma revista com qualidade era muito alto, decidimos por encerrar as atividades do que deixar tais dificuldades afetar a qualidade da publicação.

Eliton

Márcia: Qual em sua opinião foi o momento mais feliz da revista? 

Eliton: Eu citaria dois melhores momentos. O primeiro foi quando começamos em 1996, pois ainda éramos muito jovens, sem experiência alguma em jornalismo ou no mercado editorial, mas éramos sonhadores e muito determinados. Ver o projeto se concretizando e tornando-se algo grande a cada edição nos dava um orgulho enorme. O segundo melhor momento foi por volta de 2002, quando a revista finalmente se estabilizou no mercado como uma das melhores e maiores publicações especializadas do segmento. Nessa época lançamos a 16ª edição que foi recorde de vendas, com 60% da tiragem vendida apenas no primeiro lançamento (vendas consideradas aceitáveis nesse mercado giram em torno de 30%, nós atingimos o dobro com essa edição).

Márcia: Como e quando você começou a se interessar por rock? 

Eliton: Comecei a me interessar por rock ainda muito jovem, por volta de 1987. As primeiras bandas que ouvi e fizeram minha cabeça foram os Beatles, Iron Maiden, Black Sabbath, Guns N Roses e Metallica.

Márcia: Você toca algum instrumento? Qual? Algum dia pensou em ter uma banda?

Eliton: Muitos dizem que críticos musicais são músicos frustrados. Esse caso se aplica com perfeição pra mim. Antes de pensar em ter uma revista eu queria mesmo era ter uma banda. Fiz aulas de guitarra, baixo, teclado, mas não tinha talento. Mas o tempo me mostrou que meu destino não era mesmo ser um músico. Ainda bem que eu soube ouvir os astros.

Márcia: Sua assessoria de imprensa se especializou em hard como a revista ou foi mera coincidência?

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Eliton: Na realidade oferecemos nossos serviços para artistas de diversos segmentos musicais, com exceção de segmentos ditos populares. Além do rock, estamos abertos para trabalhos no blues, jazz, world music e até mesmo da música erudita. Já realizamos trabalhos para todas essas áreas. Mas não há como negar que minhas raízes profissionais - e pessoais - venham do rock e do heavy metal, daí a consequente especialização nesse mercado.

Márcia: Qual a importância da assessoria de imprensa para uma banda ou artista?

Eliton: Fundamental! As ferramentas digitais hoje disponíveis tornaram muito fáceis os processos de se lançar um projeto musical no mercado. Isso faz com que o número de artistas seja muito alto, dificultando a visibilidade de cada projeto. Uma assessoria é então fundamental no sentido de destacar toda produção de um artista. A carreira de um artista não terá qualquer projeção sem alguém para destacar, de forma apropriada, todos os seus feitos e conquistas.

Márcia: Se especializar num segmento é melhor, simplifica o trabalho ou não muda nada?

Eliton: Muda sim! Cada mercado exige uma linguagem e forma de trabalhar diferente. No jazz, por exemplo, a faixa etária do público é mais alta, são pessoas de classe social mais elevada, exigem uma linguagem diferente, sem contar que não há tantos meios e fontes de informação, exigindo estratégias diferenciadas. No rock e heavy metal, por sua vez, a linguagem pode ser mais leve, menos formal e mais descontraída, além de existir milhares de fontes de informação e veículos (digitais e impressos) especializados. Eu procuro não me fechar, pois a cada nova experiência adquire-se mais conhecimento e sempre há possibilidade de se fazer interagir técnicas de um segmento para outro.

Márcia: Em sua opinião qual a melhor banda de hard rock de todos os tempos, se é possível escolher uma... 

Eliton: Minha banda predileta de todos os tempos é o Yes. Mas não poderia deixar de citar outros grupos como os Beatles, Black Sabbath, Genesis, Camel, Iron Maiden e Alice In Chains, que também moram no coração.

Márcia: Por que um show do Focus? Pergunto isso porque o Focus nunca foi hard. 

Eliton: O Focus é uma banda de rock progressivo que eu adoro. Viver de música no Brasil não é fácil, ainda mais pra quem atua em segmentos não populares, como o rock, jazz, blues, erudito etc., com pouco espaço e incentivo. Mas todo o esforço vale a pena quando se faz o que gosta, e eu procuro exercer esse “direito” em sua plenitude. Nunca me envolvo em trabalhos que eu não tenha alguma identificação, sejam as bandas as quais assessoro e empresario ou produções de shows que realizo.

Serviço

> Eliton Tomasi - Som do Darma - Produção e Comunicação em Cultura. Telefone: (15) 3211-1621. E-mail: eliton@somdodarma.com.br
Site, Facebook, MySpace, YouTube.

Por Márcia Tunes  –  marciatunes@gmail.com

4 Comentários

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  • Maria Anita Calistro

    Adorei a intrevista,curto muito o trabalho de Eliton,sei que ele faz com amor e profissionalismo.

  • Alex Kid

    Iluminado!

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