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Olhar Pop

Cláudio Alcântara

claudioalcantaravr@hotmail.com

Um Sonho em Comum

Le Trouver divulga seu primeiro clipe e prepara CD para 2014

Banda tem EP com cinco canções e já lançou duas faixas do primeiro álbum; proposta sempre foi trabalhar músicas autorais

Música  –  29/10/2013 15:05

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(Fotos: Divulgação) 

A LT é Ellen Freitas (vocal), Edelmo Gonçalves (baixo),
Dayan Monteiro (guitarra) e Rodrigo Freitas (bateria)

Eles se uniram para encontrar um sonho em comum: os palcos. Mais: mostrar o que pensam sobre a vida, por meio de canções. É a Le Trouver, formada por Ellen Freitas (vocal), Edelmo Gonçalves (baixo), Dayan Monteiro (guitarra) e Rodrigo Freitas (bateria). Depois de lançar o seu primeiro EP e um clipe, trabalham em novos projetos e novas metas para 2014, como o lançamento do primeiro CD e mais vídeos.

Tudo começou em 2010, com a proposta de trabalhar músicas autorais. Depois de algumas formações, os atuais integrantes se uniram em 2012, sempre tendo como meta fazer um som direto e sincero, sem se importar com a forma que fosse soar. "Baladas ou músicas mais agressivas o importante sempre foi não nos prendermos a uma única forma de compor e tocar", diz Monteiro.

Em 2012 foi lançado o primeiro EP, com cinco faixas: "Amor além da razão", "Histórias", "Insegurança", "Remorso" e "Teoria dos sonhos". No ano seguinte, a vez de mostrar ao público duas faixas do primeiro álbum ("Depois de voltar" e "Acabou o gosto do vento", que ganhou clipe). O disco ainda não tem data marcada para lançamento. 

Vejo o primeiro clipe da banda 

Confira a entrevista com o guitarrista Dayan Monteiro 

De onde vem o nome Le Trouver, o que significa e por que essa escolha? 

O nome foi uma sugestão do primeiro vocalista, quer dizer "Encontrar", o que acabou sendo um referencial sobre os integrantes da formação original da banda, visto que eles haviam participado em outras bandas no passado, e a Le Trouver foi um encontro de todos eles em uma mesma banda. E digo mais: nos unimos para encontrarmos nosso sonho em comum, os palcos, e mostrar o que achamos da vida através das canções. 

A banda faz que tipo de som? Tem trabalho autoral e toca cover? 

A definição do som é algo complexo, visto que cada integrante tem uma influência diferente, e que alguns da banda passeiam por outros universos fora do rock, mas como definição padrão nosso som é um pop rock com pitadas de riffs progressivos em pequenas passagens dentro de algumas músicas. O som soa pop devido às letras e linhas vocais, mas o instrumental é bem diversificado dentro das fluências do rock, abrangendo desde dedilhados bem sutis a riff com guitarra distorcida com contra tempos, é um som elaborado montando em cima das letras, visto que no processo de criação das músicas eu escrevo primeiro as letras, então me foco na hora de criar a guitarra base da música, faço com que partes mais declarantes do tema tenham um peso maior no instrumental e partes mais reflexivas ou afirmativas sejam menos densas, rola aquela preocupação de arranjos e letras passarem a mesma mensagem.

A banda faz shows com cerca de 80% a 90 % do seu repertório autoral. Covers tocamos nos shows, mas nunca foi a proposta. Desde o início sempre pensamos em divulgar as coisas que acreditamos do amor e do cotidiano, como, por exemplo, nas faixas de nosso primeiro EP, onde as músicas "Histórias", "Amor além da razão" e "Insegurança" transmitiam mensagens de envolvimentos e laços afetivos, como na faixa "Amor além da razão", que foi a música de maior resposta do público (...eu passeio em seu olhar tentando encontrar os momentos que eu não quero me esquecer e fecho os meus olhos pra que você não roube de mim o que eu guardei de nós...). Já nas últimas faixas, "Remorso" e "Teoria dos sonhos", abrangiam um universo mais maduro nas letras, o que levou a serem faixas mais pesadas do EP. Pode-se notar facilmente isso em "Remorso", na parte em que se canta (...Aprendi a não cair nas mesmas armadilhas e me cerco agora com o que não é capaz de me ferir, não vou mudar coisas em mim só pra ser o que a vida espera...), sendo uma parte áspera no instrumental da música e rola uma caída no som quando entra a outra parte de uma auto-reflexão em que se canta (...eu queria entender porque tudo não passa, desse perde-ganha sem fim em minha vida que faz tudo ser por vezes bom, por vezes mal, e é só eu sempre vencedor de minhas próprias derrotas...), que acaba sendo uma confirmação do que citei sobre o processo de composição da banda, onde o instrumental que dará a palavra final da versão da música é criado em ensaios com toda a banda juntos pensando e trocando ideias, em que muitas vezes um integrante sugere mudanças no instrumento do outro, dessa forma ganhamos muito por jogar em equipe. 

Há projeto de gravar um EP ou CD, a banda tem algum clipe pronto? 

Sim. Lançamos um EP no ano de 2012, e iniciamos a gravação de um CD em que já liberamos duas faixas na internet, você pode escutar todo o EP e as duas faixas acessando esse link. No dia 27 de setembro deste ano, a banda lançou o seu primeiro clipe, que foi um presente que ganhamos da cantora Carina Sandré, que arrasa nas noites da região e agora conquistando seu espaço indo tocar nas capitais de Rio e São Paulo. Foi um presente inesperado, abrimos um show dela no evento "Lugar de Mulher é no Vocal", a conhecemos neste dia e rolou uma amizade legal, ela após assistir ao nosso show gostou do som e dos integrantes da banda e nos deu um videoclipe de presente de uma faixa que até então era inédita. Ela e o Adriano (guitarrista de sua banda) foram responsáveis pela filmagem, edição e produção do clipe. Deixamos aqui nosso muito obrigado a eles pela amizade e pelo presente. Temos o projeto de lançarmos um CD de inéditas, temos muitas músicas prontas aguardando as futuras gravações. 

Como está o mercado para as bandas definidas como alternativas em Volta Redonda e região? 

Esta será de longe a resposta mais polêmica, porém sincera. Existe uma grande "panela" nos eventos, quem não é não toca, quem não se lambe ou bajula uns e outros ficam de fora. É algo claro, mas que por vivermos em um "baile de máscaras" ninguém assume, poucos falam publicamente disso, quero deixar bem claro que esta é uma opinião minha e não da banda toda.

Temos espaços novos se abrindo na região, casas que antes não abriam suas portas para as bandas locais, o que é um grande avanço. Iniciativas novas com o estúdio Jukebox, que lança um evento dentro do próprio estúdio de ensaio. O espaço Mata Atlântica, Toca do Arigó também servem como bons exemplos disso.

O maior problema creio eu que esteja na mentalidade de algumas bandas que ainda veem as outras como competidores ao invés de enxergarem como parceiros. Soma-se a esse fato a questão público, infelizmente uma grande quantidade do público vai aos eventos mas não entram, não prestigiam as bandas, mesmo com valores de entrada bem acessíveis a qualquer pessoa, e ainda é pior quando se trata de eventos autorais, a cabeça do público em boa parte ainda é muito voltada ao lance do cover. 

Que artistas influenciaram a sonoridade da Le Trouver? 

Essa é uma pergunta difícil, visto que cada integrante gosta de uma vertente diferente de som. Existem algumas raras bandas que rola um gosto em comum entre os integrantes, como Paramore, 30 Seconds to Mars etc. Mas somos ecléticos, escutamos de tudo, Edelmo é um dos caras mais versáteis em questão de som e influências na banda, sendo fã de Blink, Green Day, Pearl Jam, Oasis, Anberlin, Emery, Panic at the Disco, Fall Out Boy e ao mesmo tempo escutando música instrumental de baixistas consagrados como Victor Wooten, e bandas nacionais Paralamas do Sucesso, Charlie Brown Jr etc. 

Ellen gosta de um som mais pesado como: Disturbed, Alter Bridge, With Temptation, Bring me to de Horizon e bandas de metal, no rock nacional Oficina G3. 

Rodrigo ouve de tudo, é até difícil definir em nomes, visto que ele não ouve apenas rock, devido aos seus trabalhos como DJ ele acaba escutando de tudo um pouco. Mas citando algumas bandas poderia dizer Avenged Sevenfold e nacionais Abril, Fresno. 

Eu sou muito fã de Aerosmith, Oasis, Anberlin, Emery, Underoath, Copeland, Angels and Airwaves, e nacionais Fresno, Dance of Days, Speaknine, Beeshop and the Little Dogfeet Orchestra, Cidadão Quem, Engenheiros do Hawaii, Rosa de Saron e Oficina G3 etc. 

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Baladas ou músicas mais agressivas, a banda
não se prende a uma única forma de compor e tocar

Os integrantes da banda têm profissões paralelas ao trabalho musical? O que cada um faz, quando não está envolvido com a banda? 

Sim. Ellen Freitas (vocalista) é estagiária e cursa direto. Eu sou técnico em meio ambiente e curso gestão ambiental. Rodrigo Freitas (baterista) faz free lancer como músico e DJ em casas noturnas. Edelmo Gonçalvez (baixista) é mecânico de manutenção industrial. 

Os integrantes da banda estudaram música, ou a formação é autodidata? Acha importante o estudo musical?

Sim, o estudo da música é super importante, mas o mesmo não substitui o feeling na hora de tocar e compor. Rodrigo foi baterista e percussionista nos projetos Barulhaço (tambores de aço da Fundação de Cultura da CSN) e da Orquestra de Barra Mansa, nesse tempo houve um período de estudos bem abrangente. Eu estudei teoria musical na infância, e ainda fiz algum tempo de conservatório musical. Ellen canta desde que nasceu (risos), canta desde sempre em corais da igreja, onde começou a cantar em um grupo com as mulheres de sua família, mas aula de canto nunca fez. Edelmo, autodidata por muitos anos, estudou baixo por um curto período em 2012. 

O que falta na região para que as bandas possam mostrar os seus trabalhos ao público de maneira mais abrangente?

Espaço, tanto em casas de eventos quanto mídia local. O fim do monopólio das "panelas" já citadas e principalmente as bandas pararem de esperar cair do céu e fazerem por elas mesmas, tem faltado a veia das raízes do Faça você mesmo. 

A banda faria concessões em sua proposta musical para conseguir mais espaço no mercado? Ou não? 

Não. Nós tocamos o que gostamos, por essa razão nosso trabalho em músicas autorais. Já vivemos em uma sociedade que tenta nos impor valores e éticas, um regime deturpado da nossa "visão de mundo", e se nem em nosso habitat natural, que é cenário da música, formos fiéis ao que acreditamos a banda se tornaria algo inútil em nossas vidas. 

Projetos futuros? O que vem por aí?

A banda tem um CD inteiro já composto e algumas pré-produções iniciadas, mas estamos dando um hiato na banda por um período indeterminado, visto que a nossa cantora Ellen se encontra com fenda nas cordas vocais, impossibilitando-a de exercer sua função na banda, e eu estou com lesão no tendão da mão direita, sem poder tocar guitarra. Já há três meses estamos com esses problemas de saúde, o que faz a banda estar parada com todos os projetos há quatro meses. Ainda não sabemos quando será nosso retorno, mas existe muita coisa pronta e semi-pronta para ser produzida.

Queria aproveitar para agradecer ao OLHO VIVO por essa entrevista, um muito obrigado em nome de toda a banda Le Trouver, a todos que se esforçam pra manter esse "Olho Vivo" na cena artística e cultural da região. 

Serviço

> Le Trouver - Grupo no Facebook. A banda no SoundCloud.

Por Cláudio Alcântara  –  claudioalcantaravr@hotmail.com

2 Comentários

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  • Carina Sandré

    Adoro vocês, beijo Ellen, Dayan, Edelmo e Rodrigo!

  • Rodrigo Cesar

    Parabéns ao meu irmão Dhayn Monteiro e o amigasso Edelmo por sempre estarem nessa luta ai!!!
    Muito merecido o reconhecimento!!!

    Força sempre galera!!! Um dia eu chego lá!! jhahaha