A ideia é falar de um disco que considero fundamental, mas essa é uma lista muito particular, tendo como objetivo apenas ajudar os iniciantes a se orientar em suas buscas e àqueles que já conheçam os álbuns em questão a criticar minhas escolhas, comentando, pois isso é extremamente importante para saber se a ideia é boa. Também terei convidados que dividirão suas preferências e compartilharão suas listas de discos indispensáveis e absolutamente fundamentais! E se você também tem a sua lista de discos fundamentais comentados mande pra mim no e-mail (marciatunes@gmail.com), vamos compartilhar experiência! 

Começo com um disco fundamental, que foi um dos meus primeiros LPs (antes dos LPs comprava muitos compactos com os hits dos artistas que gostava, como, por exemplo, The Mama’s and the Papa’s, Jimi Hendrix, Bob Dylan, Johnny Rivers, entre outros que fizeram parte da minha grande coleção). Ainda bem criança, acompanhada por meus pais, comprei, na Sears (uma loja de departamentos que havia na paria de Botafogo no Rio de Janeiro), o disco “A hard day’s night”, lançado no Brasil com o nome de “Os reis do ié, ié, ié” - trilha do filme homônimo dos Beatles. Não significa que esse seja pra mim o melhor disco dos Beatles, mas é um disco fundamental!

A Beatlemania em 1964 era uma realidade, os rapazes de Liverpool estavam com tudo e eram responsáveis por uma revolução musical. Em seus discos, músicas que eram rapidamente absorvidas e cantadas em coro por todos em todos os lugares, dos mais remotos à casa do vizinho. Lembro-me de ir ver o filme “Os reis do ié, ié, ié” com meus pais no Cine Pax (inaugurado em 30 de outubro de 1952 e demolido em 79, onde hoje existe o luxuoso prédio comercial Fórum de Ipanema), em frente à Praça Nossa Senhora da Paz.

O filme em preto e branco tenta capturar o espírito alegre e a histeria causada pela Beatlemania. Além dos Beatles, alguns atores participaram da película, entre eles: Wilfrid Brambell (que fez o papel de avô de Paul McCartney), Norman Rossington, John Junkin, Lionel Blair, Victor Spinetti, John Bluthal e Derek Nimmo. A atriz/modelo Pattie Boyd fez uma pequena participação, foi aí que George Harrison a conheceu, eles se casaram em 1966.

Nunca fui fanática por Beatles, mas adoro “tudo” dos caras. E era uma febre completa naqueles anos, meu primo Daniel (Daniel Dantas), que hoje é um consagrado ator e sempre adorou desenhar, fazia, quando éramos pequenos e passávamos muitos fins de semana juntos, desenhos dos Beatles. Depois coloria e recortava e os fazia ficar em pé como se fossem bonequinhos. Era lindo e muito perfeito, ele sempre desenhou muito bem! Como queria ter guardado esses pequenos desenhos!

Voltando ao disco... Um clássico “A hard day’s night” é o terceiro álbum dos Beatles. Foi o primeiro a trazer só composições de Lennon/McCartney, repleto de grandes sucessos, como “A hard day’s night”, “I should have known better”, “If I fell”, “Can’t buy me love” e a primeira balada do Paul, “And I love her”.

Como quase todos os discos lançados nos anos 60/70 existem diferenças entre as versões lançadas ao redor do mundo. Por exemplo, a versão britânica do álbum não representa exatamente a trilha sonora do filme, como a versão americana que contém as músicas instrumentais do filme, além das músicas interpretadas pelos Beatles. A versão americana do álbum, no entanto, não contém todas as canções da versão britânica. A versão britânica também foi lançada com a capa mostrando o nome da banda e do álbum, enquanto a capa da versão americana realça o título com a manchete: “Original motion picture sound track” (trilha sonora original do filme). No Brasil, o disco tinha a capa semelhante à original inglesa, mas o fundo azul foi substituído pelo vermelho e o título era “Os reis do ié, ié, ié”.

Fundamental, meus caros!