(Fotos: Divulgação)
Formada em 12 de julho de 1962, é uma das bandas mais antigas ainda em atividade
Mais um disco fundamental, comecei com Beatles. E o segundo só poderia ser Rolling Stones. Os Beatles eram os meninos bons e os Stones os bad boys, simples assim! “Out of our heads”, para citar um disco anterior ao meu escolhido, furou na vitrola lá de casa, furou mesmo, fez um buraco de verdade! Mas se tiver que escolher na discografia dos caras um único álbum, missão deveras difícil, escolho o álbum “Let it bleed”, o famoso álbum do bolo dos Stones. Falo dessa capa daqui a pouco, que é um detalhe interessante da obra. Um disco repleto de grandes canções, praticamente todas emblemáticas, se tornando verdadeiros hits, como, por exemplo, “Gimme shelter”, “Love in vain”, “Country honk”, “Let it bleed”, “Midnight rambler” e a maravilhosa “You can’t always get what you want”, pra mim a melhor música do disco, fechando o álbum com seus sete minutos e meio, uma faixa longa para os Stones. Fundamental!
Arte do álbum - A importância das capas nos discos
O bolo que aparece na capa do álbum foi preparado pela
então desconhecida escritora de culinária Delia Smith
Nesse álbum a capa mostra uma escultura surreal desenhada por Robert Brownjohn. A imagem mostra o disco “Let it bleed” sendo tocado em um toca-discos antigo com braço que parece ser um gramofone. Acima do disco pairam uma série de itens estocados em um prato (de baixo para cima): uma fita magnética / rolo de filme intitulado “Stones - Let it bleed”, uma face de relógio, uma pizza, um pneu pequeno, um bolo confeitado e, em cima desse, cinco bonecos simbolizando a banda em ação. O bolo que aparece na capa do álbum foi preparado pela então desconhecida escritora de culinária Delia Smith.
Contra-capa mostra o resultado de uma festa selvagem
A contracapa do LP mostra a mesma imagem da capa parcialmente “consumida”, com uma fatia de bolo a menos e os mini-Stones caídos; o pneu cortado com um prego, enfaixado e remendado; o rolo de filme exposto; uma fatia de pizza com uma mordida sobre o LP quebrado, junto com o braço do toca-discos destruído, tudo provando ser o resultado de uma festa selvagem.
O interior do encarte do álbum apresenta a mensagem “This record should be played loud” (“Este disco deve ser tocado alto”).
A lista das músicas completa na capa do disco não seguiu a ordem das faixas no disco. Segundo Brownjohn, ele alterou a lista por razões puramente visuais. A ordem correta é mostrada na etiqueta do registro. Quando ABKCO lançou pela primeira vez o álbum em CD em 1986, sua listagem completa seguiu a da contracapa do LP e não a ordem real do álbum original. Isso foi corrigido na reedição em 2002.
“Let it bleed” ou “Let it be”
Muita gente acredita que esse disco tenha sido uma resposta ou paródia de “Let it Be”, dos Beatles. Ledo engano, pois o disco dos rapazes de Liverpool saiu apenas em 1970 e o dos Stones é de 1969, são várias as teorias a respeito de se o título foi tirando sarro dos Beatles e sua incapacidade em concluir seu próprio álbum, ou era uma expressão de solidariedade com um processo de gravação longo, ou se na verdade os Beatles é que teriam se inspirado no título do álbum dos Stones. Enfim...
O álbum
“Let it bleed” é o oitavo álbum dos Rolling Stones, lançado em 29 de dezembro de 1969 pela Decca Records/ABKCO Records no Reino Unido e pela London Records/ABKCO nos Estados Unidos. Foi produzido por Jimmy Miller e conta com Glyn Johns como engenheiro de som. É o último álbum da banda a ter a participação de Brian Jones (harpa em “You got the Silver” e percussão em “Midnight rambler”), que foi expulso da banda e morreu pouco tempo depois em circunstâncias até hoje misteriosas.
“Let it bleed” alcançou # 1 no Reino Unido (batendo “Abbey road”, do The Beatles).
Apesar de terem começado a gravação de “You can’t always get what you want” em maio de 1968, antes mesmo de o disco anterior “Beggars banquet” ser lançado, a gravação de “Let it bleed” começou em fevereiro de 1969 e continuou esporadicamente até novembro. Brian Jones aparece em apenas duas faixas, tocando harpa em “You got the Silver” e percussão em “Midnight rambler”, embora ambas as contribuições não sejam facilmente perceptíveis em equipamentos de reprodução normal. Seu substituto Mick Taylor também tocou duas faixas no disco: “Country honk” e “Live with me”. Keith Richards, que já tinha feito duetos com Mick Jagger em “Connection”, “Something happened to me yesterday” e “Salt of the earth”, fez seu primeiro solo vocal em uma gravação dos Rolling Stones com “You got the Silver”.
Gravado sob circunstâncias obscuras, devido a banda ter atingido o impasse final com Brian Jones, o álbum tem sido considerado uma grande síntese do lado sombrio da década de 1960. “Let it bleed” é o segundo de quatro LPs de estúdio dos Stones que são geralmente considerados uma de suas maiores realizações artísticas e uma das maiores obras-primas do rock. Os outros três álbuns são “Beggars banquet” (1968), “Sticky fingers” (1971) e “Exile on Main St”. (1972).
O disco é citado sempre que se fazem listas dos melhores álbuns por diversas revistas especializadas mundo afora.
A banda
Formada em 12 de julho de 1962, é uma das bandas mais antigas ainda em atividade. Ao lado dos Beatles, foi considerada a mais importante da chamada invasão britânica ocorrida nos anos 1960, e que influenciaram na música pop e nos costumes.
A formação original do grupo era Brian Jones, Keith Richards, Mick Jagger, Bill Wyman e Charlie Watts. Em 50 anos de carreira, sucessos como “Ruby Tuesday”, “Satisfaction”, “Jumping Jack flash”, “She’s like a rainbow”, “Angie”, “Miss you” e muitos outros fizeram dos Stones uma das mais conhecidas bandas do rock mundial. Ao longo dos anos a formação mudou Mick Jagger - vocal, guitarra e gaita (desde 1962), Keith Richards - guitarra e vocal (desde 1962), Charlie Watts - bateria (desde 1963), Ron Wood - guitarra (desde 1974), Brian Jones - guitarra (1962-1969), Mick Taylor - guitarra (1969–1974), Bill Wyman - baixo (1962-1993).