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Raí Freitas fala de seus novos trabalhos na música

Saiu o vídeo em parceria com o Quinteto Vera Cruz e um novo disco pode ser lançado em 2016

Música  –  03/05/2015 11:44

Publicada em: 14/04/2015 (19:45:08)
Atualizada em: 03/05/2015 (11:44:19) 

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(Foto: Divulgação)

"Eu faço música porque a música ajuda a me fazer e, pelo
menos até o presente momento, isso é natural, me dá vontade"
 

> "O andarilho", "Recomeço" e "O que me faz feliz" na final do Prêmio OV 2014
> "Escritores que você tem que conhecer"... Raí Freitas

Em minhas eternas pesquisas atrás de coisas interessantes, encontrei um EP - "O andarilho", de Raí Freitas (Nota do editor: O EP recebeu o Prêmio OLHO VIVO 2014). Como sou curiosa e ouço tudo, me chamou a atenção por vários aspectos e não somente pelo instrumental elaborado, letras fortes e uma linda voz. No release, estava impressa toda a emoção e poesia de uma artista que, por mera coincidência, era mãe do estreante. Procurei o rapaz e batemos um papo. Confira.

Márcia - Depois deste EP saiu algo novo?

Raí - Sim, temos um novo trabalho depois do EP. Semana passada saiu o vídeo em parceria com o Quinteto Vera Cruz, grupo de choro da cidade (Volta Redonda) e da família. Eles têm muita estrada e história dentro da cidade. Pra mim foi uma honra imensa tocar com aqueles que, desde molequinho, eu ouvia nos ensaios. Foi um momento muito bonito mesmo, independente do resultado em si, estar ali com eles trabalhando junto. Ver o resultado do vídeo produzido pelo Levante Cultural foi e ainda está sendo um processo muito interessante.

Márcia - Você está fazendo música apenas em Volta Redonda ou já partiu ou pretende partir para o Rio?

Raí - Eu faço música porque a música ajuda a me fazer e, pelo menos até o presente momento, isso é natural, me dá vontade. Não forço a barra. No entanto, eu curso ciências sociais em Juiz de Fora (MG), o que me impede de me concentrar exclusivamente na produção musical. Eu até gosto de mesclar as duas atividades, mas essa de me deslocar para o Rio, por exemplo, é inviável agora.

Márcia - Começar uma carreira no interior do estado é mais complicado?

Raí - Como não tenho essa perspectiva (agora) de largar tudo pela música, não posso avaliar se começar carreira no interior é mais complicado, porque não aposto todas minhas fichas nisso. Sou até meio suspeito pra falar porque me sinto à vontade produzindo em Volta Redonda, principalmente por ver muitas pessoas ao redor produzindo.

Márcia - A cena da região é bacana? Existem espaços para shows?

Raí - Apesar de não haver muitos lugares para tocar, apesar de tanto a iniciativa pública quanto a privada não estarem em peso incentivando a cultura local, eu acho que cabe um forte elogio aos excelentes artistas e bandas locais, que se fazem por si mesmos. E aqui tenho que ser muito cuidadoso porque elogiar essas bandas por fazerem por si e fazerem bem, não é dizer que o Estado não deva garantir condições melhores e incentivar essas bandas e outros movimentos culturais em geral a ter espaço e estrutura. Temos um problema grave de prioridade na gestão pública no que diz respeito à cultura local, mas quanto aos artistas que produzem mesmo em condições adversas, eu tenho muito respeito e orgulho.

Márcia - As bandas são unidas?

Raí - A galera que conheço é unida, busca se entrosar pra trocar ideia, aprender com as outras bandas, mas não tenho como responder se existe uma unidade no conjunto de todas as bandas locais. Eu conheço bem pouco, perto do que "a cidade" produz. Então, me limito a dizer que não sei responder isso.

Márcia - Como descreveria seu trabalho?

Raí - Eu não me atreveria a descrever o meu trabalho... Os caminhos que ele tem tomado estão sempre me surpreendendo até aqui.

Márcia - Como é bom ver um menino, te chamo de menino, não se ofenda, por favor, isso é um elogio - ver um menino que sabe dar valor a tudo que tem em volta, dar valor e aproveitar as oportunidades que isso traz.

Raí - Claro que não me ofendo, acho carinhoso. Coisa difícil de ver com o jornalismo cada vez mais racionalizado e impessoal. Acho bacana, Márcia. 

Márcia - Então o novo trabalho envolve família e amigos de toda a vida, isso deve dar a ele uma carga emocional gigante. Quando sair o disco você pretende que seja físico ou não pensa nisso?

Raí - É uma carga emocional gigante e inesperada, cada hora uma lembrança e uma sensação diferente. O disco vai sair um dia, mas não sabemos que dia é esse. É possível que em 2016. Quando vier vai ser disponibilizado pra download por uma série de motivos, sendo o principal deles a acessibilidade. Nem todo mundo pode comprar CDs físicos, mas é bem provável que eu os faça para aqueles que quiserem de recordação e também para ajudar financeiramente.

> Ouça o disco aqui

Por Márcia Tunes  –  marciatunes@gmail.com

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