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Dentre Nós

Bruno Serroni lança seu primeiro disco autoral

Álbum do jovem baixista e violoncelista é o resultado de profundo processo de superação e autoconhecimento

Música  –  23/05/2015 11:47

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(Foto: Divulgação)

"Queria fazer o lançamento em algum auditório pra cento e poucas
pessoas; e isso está se tornando cada vez mais distante, infelizmente"
 

Bruno Serroni tocou com bandas de artistas como Marcelo Jeneci, Thiago Petit, Péricles Cavalcanti, Dudu Tsuda, Blubell, Pullovers e Ludov. O jovem baixista e violoncelista lança "Dentre nós", seu primeiro disco autoral, resultado de profundo processo de superação e autoconhecimento. O álbum, lançado em versão digital e vinil LP 12", apresenta músicas compostas por Serroni (exceto a faixa "Coração baldio", de Pedro Abramovay) em uma cuidadosa combinação de versos ácidos com o som de instrumentos como violão, piano e violoncelo. Com arranjos ora agressivos ora doces, o disco conta com participações especiais das cantoras Laura Lavieri, Juliana Kehl, Blubell e Vanessa Krongold. 

"Dentre nós" foi gravado com uma banda formada por Guri Assis Brasil (Pública, Otto, Júnio Barreto) na guitarra, Carlinhos Mazzoni (Blubell, Culto ao Rim) na bateria e Hurso Ambrifi (Thiago Pethit, Ludov) no baixo e participação do flautista Hugo Hori, do trombonista Richard Fermino, da violinista Micaela Nassif, do percussionista Edu Varallo e de Daniel Gralha a cargo do fluguelhorn. 

Com gravação no Estúdio 12 Doláres, de Mauro Motoki e Fábio Pinczowski e na produtora de áudio Nanuk {nanuk.la}, o álbum recebeu mixagem de Sérgio Sofiatti (OBMJ, Estúdio O Grito - São Paulo, SP) e masterização por Neto Grous no Absolut Master em Campinas. "Dentre nós" tem uma tiragem de 300 LPs, com a arte da capa assinada por Juliana Kehl e finalização gráfica de Rodrigo Sommer. O álbum também está disponível para download gratuito em formatos MP3 ou AAC no site

Confira a entrevista com Bruno Serroni 

A primeira pergunta é uma curiosidade e pode ser indiscreta (me perdoe por isso); o CD é "resultado de superação e autoconhecimento"- Superação do quê?

Poderia até ser indiscreta, mas acho uma ótima pergunta que ninguém havia feito ainda. O momento em que iniciei a composição das letras e músicas foi o mesmo em que começou um processo de separação de um casamento de sete anos e dois filhos, que perdurou durante todo o processo de produção do disco. 

Você tocou com muita gente, como foi o processo de partir para a carreira solo?

Sempre tive a vontade, adoro ser músico de banda, mas tinha um desejo de ter um disco meu. Sentia que precisava eternizar algo nesse sentido. 

A carreira solo abafou o músico que participa de outros projetos ou você continua aberto a isso?

Nunca! Na verdade estou sempre aberto aos outros projetos, desde que me agradem. Acabei de gravar um disco com o Helio Flanders, do Vanguart, lá nos estúdios da Deck, no Rio. Me esforcei pra ficar disponível por quase uma semana, ainda administrando os trabalhos de São Paulo por lá. O que mais ocupa meu tempo é a minha produtora de áudio e minha família, meus filhos. 

Qual a sensação de fazer um disco do jeitinho que você queria?

É ótima. As coisas nunca são 100% do jeito que gostaríamos. Mas foi mais que suficiente. Esses dia entreguei meu disco pra um diretor de filmes e expliquei que as músicas minhas pra serem gostadas estão no meu repertório da produtora. São trilhas pra publicidade, feitas pra serem gostadas e que, se não o forem, não alcançaram seu objetivo. Já as do meu disco eu não espero que agradem. Gosto quando surte efeito, seja ele qual for.

Shows à vista?

Infelizmente não. Me parece que não basta ter o disco na mão, em LP, em CD, ter uma carreira ativa, tocando com tanta gente legal e ter a proposta pronta, na mão, de um show de lançamento desse trabalho pra ter a oportunidade de fazer um único show remunerado. E não falo de um valor absurdo. Falo de poder pagar 600 reais pra cada músico, que ainda é menos que uma tabela, ao menos pro show de lançamento de um disco que eles trabalharam e ensaiaram, na amizade. E não ganhar nada eu mesmo. Não faço questão de ganhar nada em dinheiro com esse trabalho. Mas os lugares que poderiam pagar esse cachê, de uns 6 mil, pra pagar oito músicos mais um técnico de som e um iluminador, têm mais ou menos o mesmo comportamento: "Se interessar, a gente te liga". E eu não tenho público suficiente pra pagar 20 reais num ingresso e dar esse valor. Queria fazer o lançamento em algum auditório pra cento e poucas pessoas. E isso está se tornando cada vez mais distante, infelizmente. Mas trabalhos autorais de quem está se lançando sempre correm esse risco.

Por que lançar o álbum virtualmente e em vinil?

Porque sempre fui apaixonado por vinil. Gosto muito da sensação de se colocar um disco, de folhear um encarte grande, de virar o disco (os lados têm um porquê também), e o virtualmente é pra quem não tem tocadiscos, que é a maioria. E pra facilitar a divulgação. Acho que o virtual é absolutamente necessário. Penso que tem muita gente que compra discos, a biblioteca do itunes da minha namorada é toda comprada. Mas pra quê eu vou cobrar e vender alguns poucos discos? Melhor dar de graça. Isso faz diferença pra quem vende em maior quantidade. O vinil, estou vendendo a preço de custo. Porque quero que as pessoas tenham acesso e se sintam estimuladas a ouvir mais LPs. 

> Contatos: (11) 947229397. E-mail: brunoserroni@gmail.com

Por Márcia Tunes  –  marciatunes@gmail.com

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