Publicada em: 21/07/2015 (15:12:46)
Atualizada em: 14/08/2015 (09:31:51)
(Fotos: Divulgação)
Show acontecerá em agosto, na região, que é a casa da banda, completando 10 anos de formação
> Afrobeat + reggae + rock + pagode = Amplexos; entrevista com Guga
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Banda faz o primeiro show de lançamento do disco novo, "Sendeiro", nesta sexta-feira, 14, às 20h30, no Sesc Barra Mansa. O repertório do CD será tocado na íntegra, além de algumas canções de "A música da alma" e "Jerusalem". Rua Tenente José Eduardo, 560, Ano Bom. Ingressos: grátis (associados Sesc), R$ 5 (meia entrada) e R$ 10 (comunidade).
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Nas redes sociais a expectativa pelo show de lançamento de "Sendeiro" (2015, independente), o novo disco lançado pela banda Amplexos em 7 de julho, é grande. O sexteto composto por Guga, Leandro, Polito, Marcelo, Tolentino e Mestre André vem se destacando entre as bandas mais criativas e expressivas do cenário carioca, e porque não dizer da nova música brasileira? O som que a Amplexos faz é uma experimentação ousada e certeira com o rock e vertentes da música negra (funk, soul, reggae, dub, afrobeat).
Mas um grande disco não surge do nada. Em 2015 a banda completa 10 anos de uma rica experiência como a música. O grupo define a banda como uma "vivência", o que significa que por trás da produção existe algo para além da rotina de ensaios e gravações. "Sendeiro" é resultado de um convívio em família, da compreensão dos anseios e limitações de cada músico, do aprendizado a partir do trabalho coletivo.
- "Sendeiro" representa tudo o que eu lutei em minha vida. Lutei pra chegar no momento exato em que estou. Representa o suor da batalha que foi largar o colégio pra acreditar na música, representa a amizade entre nós dentro da banda. É o caminho que Deus iluminou e eu confiando nele e na minha família fui atrás. Estou aqui, agora, pronto pra continuar aprendendo com a vida, pra continuar percebendo que sei muito pouco - diz Leandro Vilela (guitarra).
Criativo: Série de colagens completam o projeto gráfico desenvolvido pela designer Ana Costa
"Sendeiro" é o terceiro álbum de estúdio. Foi produzido pela banda no Estúdio Casa, em Volta Redonda, e contou com o auxílio luxuoso de Buguinha (uma das principais referências do dub nacional) no processo de gravação, que foi feito ao vivo para um resultado mais orgânico. Oghene Kologbo, o nigeriano que gravou mais de 30 discos com o mito Fela Kuti, participa tocando guitarra na faixa "Do perdão". O trabalho apresenta-se com uma série de colagens que completam o projeto gráfico desenvolvido pela designer Ana Costa. É possível também visualizar no YouTube vídeos faixa a faixa produzidos por Ana e Isabel Nascentes.
De acordo com a produtora Ana Paula Antunes, o show de lançamento já tem data marcada para agosto:
- O primeiro show acontecerá em agosto, aqui na região, que é nossa casa. Não posso passar muitas informações agora, mas estamos preparando um show incrível, um marco pelos 10 anos de banda. Algo pra permanecer vivo na memória de quem se fizer presente.
Circulando em vinil na Europa
Sexteto está entre os 17 artistas selecionados para a coletânea que sai em CD e formato vinil
O Amplificador, blog do jornal "O Globo", em parceria com o selo inglês Far Out Recordings, acaba de lançar na Europa a coletânea "Novíssima música brasileira - The brazilian 10´s generation". A banda Amplexos está entre os 17 artistas selecionados para a coletânea que sai em CD e formato vinil.
Em 17 de julho, o blog publicou uma reportagem onde os participantes da coletânea foram convocados para expressar suas opiniões sobre o novo mercado da música, a relação independente x mainstream, e sobre as possibilidades e desafios com as novas ferramentas digitais. Confira a contribuição da Amplexos sobre o atual cenário:
"Criativamente, o momento é bom. Temos muita coisa acontecendo e percebemos artistas e público transitando bastante entre estilos, sem receio de misturar, de mudar, de experimentar. Isso é ótimo pra música, que não fica restrita, (en)quadrada. A liberdade que temos hoje é total, nesse sentido, ou pelo menos deveria ser, já que não existem tantos intermediários - qualquer um pode compor, gravar, tocar, lançar e espalhar sua música de forma independente. Ao mesmo tempo, não vejo muitos artistas conseguindo sustentar suas carreiras, pagar as contas com grana de shows ou de streaming ou download ou o que quer que seja. O próprio artista acaba aprisionado nesse medo que ainda ronda muitos de nós, muito por conta da necessidade de grana, viver hoje em sociedade é muito caro e difícil. É preciso ter coragem, porque esse fazer-música-sem-estar-completamente-entregue-a-música influencia diretamente o discurso, o propósito de fazer música e consequentemente a própria música, é quase fatal. Volto a repetir, é preciso coragem para manter a mente firme nessa missão que é ter algo a dizer e transformar coisas através de arte".
"Acho que existe uma série de artistas com potencial, não sei se existe bem uma cena. Mas acho que existem vários artistas dialogando na sonoridade, na mensagem, e isso não é à toa - existe uma vibração, uma necessidade geral em todo o planeta, e sempre vão existir essas vibrações em momentos diferentes da nossa história. Isso faz com que artistas que nunca se falaram ou se ouviram estejam fazendo trabalhos semelhantes por todo o mundo, como numa grande mágica. Quem consegue captar essa vibração e transformar em música acaba fazendo um trabalho relevante, mas se isso vai tomar espaço no mainstream, já faz parte do incontrolável - que depende de vários fatores. Sobre o nicho financeiro, acho que a gente não é a melhor banda pra responder isso, estamos sempre atolados em dívidas e num perrengue absurdo pra continuar fazendo. Mas seguimos fazendo, lançando disco, fazendo show, turnê... Pela música e pela mensagem que temos pra passar. Uma característica que dá para todo mundo perceber é essa diversidade, essa falta de vergonha de misturar e de mudar, de experimentar. Não dá muito para dizer hoje em dia se uma banda é de rock, se é de reggae ou de sei lá o quê. Tá tudo muito misturado, global mesmo, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Essa diversidade inclui também essa parte comportamental e de mensagem, que não é única - tem bandas querendo passar mensagens políticas e até bandas que querem simplesmente divertir, entreter, tem de tudo mesmo. Não tem muito uma cobrança, tem gosto e público pra (quase) tudo. Acho que a coletânea consegue mostrar muito bem isso, tanto esse ponto em comum em todos os grupos até o que há de único em cada um dos artistas. É Brasil, mano... Brasil é isso, sempre vai ser".
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Serviço
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