(Fotos: Divulgação)

Hendrix, a divindade

do rock e da lenda do blues

Não posso dizer que “Band of gypsys” seja o melhor disco do Jimi Hendrix, mas digo que é o meu favorito, adoro esse disco! E já que adoro histórias também, aproveito pra contar como foi que encontrei esse álbum. No meu aniversário de 15 anos pedi a todos que costumavam me dar presentes que me dessem dinheiro, pois queria comprar uns discos sem que algum adulto estivesse por perto. Queria sair sozinha, escolher e pagar pelos meus discos sem que ninguém torcesse o nariz pelas minhas escolhas barulhentas.

Com uma graninha bacana nas mãos fui até Ipanema, morava no Jardim Botânico na época, fui sozinha (uma aventura) e passei por várias lojas de discos. Depois de andar muito e comprar alguns discos bem legais, como o “Trilogy”, do ELP; “Meddley”, do Pink Floyd; “Caravanserai” e “Santana & Buddy Miles”, do Santana; “Prologue”, do Renaissance; “A tab in the ocean” do Nektar; “The slider”, do T.Rex; “Nursery cryme”, do Genesis; e “Machine head”, do Deep Purple, lembro-me perfeitamente porque foi um marco sair sozinha para fazer compras e um “bum” no meu universo musical, afinal, comprei de uma só vez alguns discos recém-lançados, incríveis e que se tornariam “todos” verdadeiros clássicos.

Depois de um ensaio de dez dias, o trio fez
quatro shows em Nova York ao longo de dois dias

E, como se isso não bastasse, entrei em uma loja que não existe mais, chamada India House, que ficava na Rua Visconde de Pirajá. Sempre fui fascinada por coisas indianas, entrei pra comprar uns incensos e uma pulseira de prata com umas pedras azuis que havia visto há coisa de uma semana com minha mãe. Bem, a pulseira não comprei, mas no meio de muitas coisas lindas, coloridas e cheirosas encontrei uma bancada com alguns LPs, entre eles, o “Band of gypsys”, do Hendrix. Foi um achado e tanto, comprei o disco e até hoje é o meu favorito do cara.

A história do álbum

A última apresentação do Jimi Hendrix Experience, em junho de 1969, foi marcada por bombas de gás lacrimogêneo e tumultos, e levou à dissolução do grupo. Jimi encontrou-se com pouco apoio no momento em que as armadilhas do sucesso estavam começando a destrui-lo. Acordos comerciais ruins, má gestão, roubo, assédio e problemas legais, o músico mais inovador de sua geração se viu abandonado por quase todos em um momento em que ele deveria estar recebendo prêmios. E, a fim de liquidar uma obrigação contratual desastrosa, ele teve que entregar um novo álbum de material original.

Mas depois de garantir a ajuda dos amigos Miles Buddy na batera e Billy Cox no baixo, Hendrix, a divindade do rock e da lenda do blues, estava pronta para ressurgir e o resultado foi uma das melhores gravações ao vivo da história da música. É o único LP inteiramente ao vivo lançado durante a vida de Jimi e último álbum antes de sua morte, no outono de 1970.

Depois de um ensaio de dez dias, o trio fez quatro shows em Nova York ao longo de dois dias. Jimi nos presenteia com seus riffs, fraseados, perfeito! E a produção de Hendrix é impecavel.

Um dos melhores momentos do guitarrista.

Uma das melhores gravações ao vivo da história da música

> Who Knows - 9:32
> Machine Gun - 12:32
> Changes (Buddy Miles) - 5:10
> Power of Soul - 6:53
> Message to Love - 5:22
> We Gotta Live Together (Buddy Miles) - 5:46