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Olhar Pop

Cláudio Alcântara

claudioalcantaravr@hotmail.com

Autoral

Figurótico lança o seu segundo CD, "Nos bastidores da falácia"

Show de lançamento do disco no Piano´s Bar Embaixador terá as 15 músicas do álbum e mais sete do primeiro

Música  –  20/12/2012 16:15

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(Fotos: Divulgação)

Figurótico (guitarra, violão e vocais), Eduardo Pança (baixo) e Paschoal Possidente (bateria)

A banda Figurótico está de CD novo na praça: "Nos bastidores da falácia". E nesta sexta-feira, 21, rola o show de lançamento do disco, a partir das 23h, no Piano´s Bar Embaixador, em Volta Redonda. Oportunidade de ouvir ao vivo as 15 músicas do álbum e mais sete do primeiro, ou seja, um show todinho autoral. E contará com a participação de mais um guitarrista, Rafael Biga, pra ficar o mais próximo possível do que foi gravado. A festa teria ainda a participação do fiel e praticamente o quarto elemento da banda, Sandrão, nos vocais. Mas, por compromissos profissionais, não poderá estar nesta vez. Sem problemas. No ano que vem, Figurótico bisa esse show, no Sesc (Serviço Social do Comércio), em Barra Mansa. Daí poderá contar com um quarteto de cordas. O OLHO VIVO fez uma exclusiva, do tipo completinha, com o Figurótico. Confere aí: 

Esse é o segundo CD da banda, certo? O que mudou do primeiro para o segundo? O que o público vai encontrar nesse trabalho em termos musicais?

Sim, nosso segundo disco. O primeiro havia aquela euforia em lançar um trabalho oficial, naquela época as gravações estavam prontas desde 2004, a gente tocava as músicas nos shows, e muitos tinham a cópia pirata do mesmo. Daí só em 2006 foi colocado no mercado, para sacramentar “oficialmente” o primeiro trabalho autoral. Naquele período já estávamos com grande parte do repertório para um segundo disco na agulha, 60%. Olhando agora pra aquele primeiro disco, três músicas dele não tocamos mais. Julgamos que tais foram pertencentes à primeira fase da banda e que não condiz com o som que nos identificamos até hoje.

Há uma sequência em relação ao primeiro. Há uma ou duas faixas do primeiro que se estendem neste segundo. O segundo está bem melhor, sem sombra de dúvidas (na nossa opinião), foi um trabalho artístico. As músicas não têm nenhuma interferência externa, aquelas coisas do tipo “ah, uma música assim seria mais fácil de tocar em rádio”, nada disso! O disco nos representa 100%, tudo que ali está escrito foi verídico, os personagens existem, a história é real. O conceito é real.

“Nos bastidores da falácia” primeiramente é uma autoironia conosco mesmo, que depois de lançarmos o primeiro disco pensamos que atingiríamos todos nosso objetivos e desejos. Mas continuamos aqui, na terra das falácias, das promessas vazias. Daí foi olhar pro entorno e ver que eu estava desde os 4 anos ao lado de uma das maiores mentiras dessa parte do estado, a tal remoção do Pátio de Manobras de Barra Mansa.

Ouço isso desde os 4 anos, quando minha família se mudou de Volta Redonda para Barra Mansa. Nunca saiu do papel, agora as obras começaram, mas eu continuo duvidando que isso um dia se concretizará. É muita enrolação. Isso está exposto na faixa 2, “Pátio (Trem)”, onde me transformo num político e faço essa promessas aos iludidos.

Com esse conceito outras canções surgiram. Transformar derrotas ao lado cômico e tirar sarro de mim e de amigos próximos que protagonizam as canções. 

Musicalmente o disco me agradou bastante. Traços de nossas referências são encontrados em algumas canções. Tem o nosso lado oitentista presente, além de outras referências em cada músico. Uma canção que muda de andamento quatro vezes, longa, consegue ter resquícios pequenos de The Doors e Rush na mesma faixa. Coisa leve, o disco é apenas um disco de rock.

O que de mais atraente se encontra no disco foi uma canção onde gravamos com um quarteto de cordas do Rio. A experiência mais forte que tive nesses anos vivendo de música. Ver um arranjo de cordas em algo que você compôs é sublime.

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Disco foi gravado de janeiro a maio de 2012, no Rio de Janeiro,
no EMESTUDIO, de Lucas e Diogo Macedo

Onde, como e quanto tempo levou para gravar o disco? Como foi o processo de criação? Quantas músicas? Produtor(es)? Parte gráfica, quem fez?

Gravamos de janeiro a maio de 2012, no Rio de Janeiro, no EMESTUDIO, de Lucas e Diogo Macedo. Estúdio este que antes funcionava em Volta Redonda, no Bela Vista. Algumas baterias foram gravadas em 2007, quando iríamos começar as gravações do segundo disco, mas logo em seguida entramos no período das vacas magras, o dinheiro acabou e interrompemos. Fomos salvos pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Municipal de Cultura de Volta Redonda, que aprovou nosso projeto em 2008. Se tivéssemos de custear todo o novo CD talvez não teríamos esse ímpeto. O primeiro bancamos sozinhos e é muito caro.

Quinze faixas tem o álbum, teria mais, mas resolvemos deixar pro terceiro. Temos material pra um terceiro disco completo. A produção foi da banda mesmo. A capa foi um trabalho à parte. A imagem estava em minha cabeça há anos, queria retratar aquilo, queria que fosse pintado um quadro e a partir deste o usaríamos na capa.

Foi um trabalho de Leandro Vieira, artista de Volta Redonda que vive no Rio há anos. Depois de passada a ideia a ele, foram feitos esboços, rascunhos até que encontrássemos o caminho correto. Depois da aprovação minha e de Daniel Duarte (que atuou como conselheiro nesse processo e responsável por finalizar o trabalho gráfico, encaixar as letras das músicas nos desenhos feitos por Leandro), o quadro foi para a pintura. Uma tela de 80cm x 80cm. Uma verdadeira obra de arte.

Depois disso pedi que fizesse pequenos desenhos para ilustrar todo o encarte do CD. Em toda parte há ilustrações do artista Leandro. É um atrativo a mais toda a parte gráfica do CD.

Qual a música de trabalho? Por que essa canção foi escolhida como single? Como surgiu essa canção?

“Amanheceu”. Foi a música que pessoas mais próximas escolheram pela beleza que as cordas proporcionaram à música. Fiz na época em que morava no Rio, cursando a faculdade de jornalismo. Sozinho no apartamento da Tijuca, a maioria dessas músicas nasceram lá. Brincando com um violão afinado um tom abaixo nasceu o riff que a cerca. Tive a parceria na letra de Carelli e Rosenburg, que estão presentes em outras faixas do disco. Assim como Tatiana Müller Masson, que escreveu uma letra em inglês para uma música que existia em português, e eu não gostava da pronúncia da música em português, queriam algo inglês, um refrão que fosse. Ela acabou escrevendo toda a letra da música em inglês. No estúdio, quem a canta é Tay Dantas Cristelo, uma excelente cantora de rockn roll, do Rio de Janeiro. Essa e Pátio estão disponíveis para audição

O disco é independente ou vai sair por uma gravadora? Como está essa questão de gravar um CD para os artistas aqui de Volta Redonda? Melhorou, está mais complicado? Faça uma análise do atual cenário.

Independente, no quesito gravadora, porém custeado pela Secretaria Municipal de Cultura de Volta Redonda. Gravar CD hoje em dia está cada vez mais fácil. Gravar... Já lançar um oficial é que são elas. Burocracia de documentos, “legalização” das obras, etc. Isso dá um trabalho. Costumo dizer que a parte mais fácil de se gravar um são as músicas. O que vem depois exige empenho e dedicação.

Vai rolar clipe? Ou você não curte esse tipo de divulgação?

Curto sim, mas só no ano que vem. Quando lançaremos o vídeo release desse trabalho. A divulgação completa se dará em 2013. Tivemos de acelerar esse processo numa data de 2012, por conta do contrato com a Secretaria, a partir do momento em que recebemos a verba.

Se vocês estão lançando mais um CD, é porque estão satisfeitos com os resultados do primeiro. Faça um balanço do primeiro disco, no sentido mercadológico da coisa e de experiência musical mesmo.

Satisfeitos com o que gerou o primeiro sim, as pessoas passam a te respeitar mais se você tem algo lançado, que tenha boa qualidade sonora, execução, etc. Disso não temos que reclamar. Agora, resultado financeiro direto com vendas, não...

É muito difícil vender. Ainda mais pra uma pessoa como eu que prezo a privacidade das pessoas, falo uma vez, “nosso CD está à venda em tal lugar”, não fico pedindo pra ninguém comprar. O primeiro era vendido a R$ 10, R$ 12. Este novo é a R$ 5, por ser um SMD. E mesmo assim, as pessoas pensam duas vezes antes de comprar, acham que podem ouvir de graça baixando e não compram. Dos mil CDs do primeiro, a maioria foi enviada de graça para o país a fora, para jornais, críticos, etc... Hoje em dia nem o vendemos mais, guardamos aqui as últimas cópias existentes.

A melhor vendagem num único dia que tivemos foi na porta do Maracanã, no show do The Police, em 2007. Tocamos na calçada e vendemos 40 CDs naquele dia. O segundo é vendido obrigatoriamente com a pulseira pra entrar no show. 

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Ingressos antecipados (incluindo o CD): R$ 15, na Casa da Música
de Volta Redonda e Barra Mansa; CDs avulsos serão vendidos a R$ 5

O CD, faixa a faixa

1 - Psique: Feita a partir de uma amiga de faculdade que teve um desentendimento depois que eu furei um compromisso com ela, daí a expliquei que um amigo não ficaria chateado tanto quanto ela ficou.
2 - Pátio (Trem): Sobre o tal Pátio de Manobras de Barra Mansa, que nunca sai.
3 - Quero ver Bitus de novo: Ambientada em Barra Mansa, com os atrasos do trem, a cancela que te impede de seguir, e você tem de dar um jeito de se livrar desta falácia o quanto antes e dar no pé.
4 - Pecando por omissão: Um mescla de ações equivocadas minhas e a de um amigo, ambas que tinham por trás uma mulher raivosa, que te reprime tudo o que faz.
5 - Livros: No período da monografia do meu curso de jornalismo, eu queria ler coisas que eu elegeria para leitura, e não o que me impusessem que eu lesse.
6 - Fuga em dó menor: Continuação de "Dispare", do primeiro disco, com outro enfoque na letra.
7 - Amanheceu: Busca por se livrar de algo que o sufoque demais. Depois de visto o cenário, o que lhe sufocava era um relacionamento, um casamento em que você era o noivo, mas acordou e nem se lembrava disso.
8 - Entorpecidade: Não fala de nada, apenas de coisas que te perturbam numa cidade.
9 - Eu hospedei o meu trabalho: Alguém disse que teríamos que hospedar num site nosso trabalho de faculdade e tal. Eu hospedei noutro lugar...
10 - O trabalho me chama: Pode continuar chamando...
11 - Culhão: Tudo o que se quer dizer sobre uma mulher.
12 - Todos por um: Baseada em um amigo. A não ser pela palavra “matei”, o resto é verídico.
13 - Pasmaceira: Aqui a música está em questão, a letra não interfere.
14 - EnTerra Brasilis: Uma bela letra real do Carelli, retrato do Brasil varonil...
15 - Sinning by omission (com Tay D. Cristelo): A letra em inglês, feita e cantada por mulher. 

Quem é quem no novo disco 

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. Produzido por Figurótico, Eduardo Pança e Erick Leal
. Gravado por Lucas Macedo e Diogo Macedo no EMESTUDIO, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro (RJ), de janeiro a maio de 2012
. Mixado por Diogo Macedo e Lucas Macedo no EMESTUDIO
. Masterizado por Dan Coutant em Sun Room Masrtering, Cornwall, New York, USA
. Concepção da capa: Figurótico
. Arte (capa): Acrílico mista sobre tela 80cm x 80cm, por Leandro Vieira
. Foto (capa): Bruno Costa
. Contracapa e encarte (desenhos): Lápis aquarelado sobre papel, por Leandro Vieira
. Foto da banda: Márcio Ramos
. Projeto gráfico: Daniel Duarte 
. Participações especiais: 
> Quarteto de Cordas em “Amanheceu”
> Bernardo Bessler - Primeiro violino
> Carol Panesi - Segundo violino
> Christine Springuel - viola
> Marcus Ribeiro - Violoncelo 
. Arranjos de Dudu Viana 
. Voz em “Sinning by omission”: Tay D. Cristelo 

Figurótico é: 

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> Figurótico - guitarra, violão e vocais
> Eduardo Pança - baixo
> Paschoal Possidente - bateria*

*As baterias do álbum foram gravadas por nosso ex-baterista, Erick Leal 

Veja uma apresentação ao vivo do Figurótico:

Serviço 

> Figurótico - Dia 21 de dezembro, às 23h. Lançamento do CD "Nos bastidores da falácia", no Piano´s Bar Embaixador. Travessa Luiz Antônio Félix, 40, Volta Redonda. Ingressos antecipados (incluindo o CD): R$ 15, na Casa da Música de Volta Redonda e Barra Mansa. CDs avulsos serão vendidos a R$ 5 - na verdade é SMD. Contatos: Facebook, Twitter, site. E-mail: figurotico@gmail.com
Telefone: (24) 9813-5507.

Por Cláudio Alcântara  –  claudioalcantaravr@hotmail.com

3 Comentários

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  • Figurótico

    Obrigado, Sigried! Iremos fazer o show do CD no Rio em breve. Beijos / Valeu, Hägar! Tentamos fazer nosso rock
    roll e vamos nessa, valeu!!!

  • Sigried

    Sou moradora do Rio de Janeiro e devo dizer que adoraria assistir a um show do Figurótico aqui, apenas com as músicas autorais. Sou fã!

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