(Fotos: Divulgação)
Show que virou disco trazia Gal e seu violão em grande parte
e também acompanhada de banda, sob a direção de Waly Salomão
Demorei um pouco a me render à musica popular brasileira. Embora tenha começado minha coleção de LPs com um disco do Roberto Carlos, depois dos Beatles e Rolling Stones passei a comprar apenas rock internacional. Ia a todos os shows das bandas nacionais, mas preferia comprar discos de bandas que não podia ver ao vivo, até que um dia assisti a um show da Gal. Esse show se transformou em disco e assim minha coleção passou a ser totalmente eclética, e meu Disco Fundamental de hoje é "Fa-tal, Gal a todo vapor".
Gravado ao vivo, o show de Gal Costa no Teatro Tereza Raquel, Rio de Janeiro em 1971, o disco foi recordista de vendas. "Fa-tal, Gal a todo vapor" trazia Gal e seu violão em grande parte do show e também acompanhada de banda, sob a direção de Waly Salomão. A turnê foi considerada pela crítica como um marco na sua carreira.
O resultado dessas apresentações foi compilado em um álbum duplo, que traz até ruídos e falhas do improviso.
No repertório, Gal se mostrava capaz de interpretar qualquer ritmo, indo do samba ao rock psicodélico, do blues à tropicália, passeando por diferentes gêneros com a maestria da grande cantora que é. Teve também a sacada de lançar novos compositores, como Luiz Melodia, "Pérola negra"; Moraes Moreira e Galvão, "Dê um rolê"; Jards Macalé, em "Vapor barato" e "Mal secreto", com Wally Salomão; e em "Hotel das estrelas", com Duda; e "Luz do sol", de Carlos Pinto e Wally Salomão.
Além do clássico de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, "Asa branca"; e ainda cantou Jorge Benjor com "Charles anjo 45"; e, claro, seu mano Caetano Veloso, em "Como 2 e 2", "Não se esqueça de mim", "Maria Bethânia" e "Coração vagabundo"; e não faltou espaço para "Bota as mãos nas cadeiras" e "Fruta gogóia", do folclore baiano; e muitas outras pérolas neste álbum duplo, que mostra a maneira especial que Gal tinha de ver a musica popular.
Lado um
> "Fruta gogóia" (tradicional do folclore baiano)
> "Charles anjo 45" (Jorge Ben)
> "Como 2 e 2" (Caetano Veloso)
> "Coração vagabundo" (Caetano Veloso)
> "Falsa baiana" (Geraldo Pereira)
> "Antonico" (Ismael Silva)
Lado dois
> "Sua estupidez" (Erasmo Carlos, Roberto Carlos)
> "Fruta gogóia" (tradicional do folclore baiano)
> "Vapor barato" (Jards Macalé, Waly Salomão)
Lado três
> "Dê um rolê" (Luiz Galvão, Moraes Moreira)
> "Pérola negra" (Luiz Melodia)
> "Mal secreto" (Jards Macalé, Waly Salomão)
> "Como 2 e 2" (Caetano Veloso)
Lado quatro
> "Hotel das estrelas" (Duda Machado, Jards Macalé)
> "Assum preto" (Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira)
> "Bota a mão nas cadeiras" (tradicional do folclore baiano)
> "Maria Bethânia" (Caetano Veloso)
> "Chuva suor e cerveja" (Caetano Veloso)
> "Luz do sol" (Carlos Pinto, Waly Salomão)
Quem é quem no álbum
. Gravadora: Phlips do Brasil
. Direção de produção: Roberto Menescal
. Direção de estúdio: Roberto Menescal
. Técnico de gravação: Jorge Karan (gravação ao vivo)
. Assistente de produção: Paulo Lima
. Arranjos: Lanny
. Capa: Luciano Figueiredo/Oscar Ramos
. Fotógrafos: Edison Santos/Ivan Cardoso
. Palavras-destaque: Wally Salomão
Quem é quem no show
. Direção musical e guitarra: Lanny Gordin
. Novelli: Baixo
. Jorginho: Bateria
. Baixinho: Tumba
. Cenário: Luciano Figueiredo/Oscar Ramos
. Direção geral: Waly Salomão
. Produção: Paulo Lima