(Foto: Divulgação)
Depois que a HBO estreou a série de TV sobre o acidente, a cidade despertou ainda mais a curiosidade dos turistas que vão para a Europa
O desastre de Chernobyl sempre foi um dos momentos mais emblemáticos e misteriosos da história mundial! Mas, depois que a HBO estreou a série de TV sobre o acidente, a cidade despertou ainda mais a curiosidade dos turistas que vão para a Europa. Apesar da melhora na movimentação da economia local, algo incomodou os moradores da região da Ucrânia. Segundo o Instagram, o número de fotos na região aumentou consideravelmente, deixando de lado o passado trágico do local. Você também é curioso para saber o que aconteceu, mas não pode visitar a Ucrânia? Então, venha com a gente, mas lembre-se: alguns spoilers sobre a série poderão ser encontrados, OK?
O que aconteceu em Chernobyl?
A explosão do reator n°4 da usina nuclear de Chernobyl ocorreu na madrugada de 26 de abril de 1986, na cidade de Pripyat, onde hoje está localizada a Ucrânia, durante um teste de segurança em uma simulação de falta de energia. É comprovada que a causa do desastre foi humana, já que os sistemas de regulagem de energia e emergência foram desligados propositalmente. Além disso, também é necessário falar que havia falhas no projeto do reator. Os operadores organizaram o núcleo de forma diferente da planejada e, com isso, reações não desejadas foram obtidas. Durante a explosão do reator 4 da usina, dois trabalhadores foram mortos e um incêndio, que permaneceu por dias, foi iniciado. Exposto, o reator nuclear foi superaquecido e uma quantidade elevada de material radioativo foi lançado na atmosfera. Infelizmente, toda a radiação lançada pela explosão foi lançada pelo mundo. Países como a Polônia, a Suécia, a Áustria e a Rússia rapidamente foram atingidos pela radioatividade. Na cidade da usina, mais de 50 mil habitantes tiveram de se mudar, deixando para trás casa, família e animais de estimação.
Consequências do acidente
Cerca de 30% do material radioativo que continha no reator 4 foi lançado na atmosfera. Dos países atingidos, o mais afetado foi a Bielorrússia, perdendo um pouco mais de 20% do território, por conta da radiação. Nos outros países, o impacto foi consideravelmente menor. Na Ucrânia, onde hoje seria a usina, 7% do território do país foi danificado. Já na Rússia, também vizinha do país, foi de 1,5%. Economicamente falando, o prejuízo causado pelo acidente de Chernobyl foi exorbitante. Cerca de U$ 235 bilhões foram gastos pelo governo bielorrusso, sendo U$ 18 bilhões com questões emergenciais. No campo da saúde, as consequências também foram drásticas. Estudos apontaram que mais de 6 mil crianças desenvolveram câncer na tireoide, por conta da radiação, além de aumento considerável nos casos de leucemia. Algumas pessoas infectadas pela radiação, liquidadores, bombeiros que trabalharam e pessoas que foram evacuadas de áreas contaminadas receberam indenizações do governo. Inclusive, milhares de pessoas foram aposentadas por invalidez e recebem tratamento especial até hoje.
Número de mortos: um grande mistério
Um dado que ainda gera polêmica envolve o número de mortes em decorrência da explosão. Até hoje, não se sabe ao certo qual o real número de vítimas. Enquanto alguns afirmam que apenas 18 crianças morreram, outros estudos revelam que até 90 mil pessoas possam ter morrido em decorrência da radiação. Uma coisa é certa: a cidade onde ocorreu a explosão do reator 4 de Chernobyl está inabitável pelos próximos 20 mil anos.
O cenário atual
A empresa ChernobylWel.com é um das autorizadas a explorar o turismo local, na zona de exclusão. Um dos pontos principais é um parque de diversão inaugurado um dia após a explosão, justamente para “tirar o foco” do acidente. No local, há brinquedos enferrujados e corroídos pelo tempo. Uma das principais atrações é o protótipo de uma roda gigante, que nunca foi inaugurada. Fora o parque, há uma escola infantil, onde são encontradas bonecas e outros brinquedos danificados. Talvez, um dos pontos mais macabros do tour seja um hospital, repleto de macas e ampolas por toda parte. Infelizmente, o local não está intacto desde o ocorrido, já que alguns turistas alteram a posição de alguns objetos para dar um ar mais fotogênico.
É seguro visitar Chernobyl?
Será que é seguro visitar o local que foi palco de uma tragédia tão grande? Bom, os guias turísticos são treinados pelo Exército, capazes de resolver um pequeno incidente e instruídos a controlarem turistas mais ousados. A radiação possui índices baixos, entre 0,9 e 2 microsievert por hora, contudo, é terminantemente proibido tocar em qualquer objeto, entrar em imóveis sem autorização e interagir com animais de estimação. Durante o tour, há testes com detectores de radiação e, caso necessário, o turista deverá deixar algum objeto ou peça de roupa por lá. Os guias também passam por baterias de exames a cada dois meses. A visita à cidade-fantasma sai por 99 euros por pessoa. Mas há o pacote com a visita de dois dias à Pripyat, por 279 euros - mais de mil reais!
E aí, você teria coragem?